Seguindo a mesma linha do que citamos aqui ontem, a visão dos investidores de um possível processo recessivo começa a ganhar corpo e afetar o rumo dos ativos, especialmente os de maior risco, abrindo espaço para posições mais defensivas.
Neste contexto, as atenções aos balanços corporativos ganham corpo, como no caso do First Republic Bank, com queda de 41% dos depósitos para US$ 104,5 bi, demissão de 25% na força de trabalho e queda no lucro para US$ 923 milhões.
O caso é emblemático devido a situação dos bancos pequenos e médios nos EUA, uma tradição pouco conhecida no Brasil devido à enorme concentração bancária, mas que nos EUA respondem por 16% de todo o sistema bancário.
Outro ponto são as empresas de tecnologia e os impactos ainda a serem totalmente sentidos de uma possível contração econômica, especialmente após o fim da pandemia, onde a demanda por eletrônicos, software, banda larga, entre outros se reduziu drasticamente, com o fim do home office na maioria das empresas.
Este contexto ainda se completa com uma inflação persistente em diversas localidades, sem os devidos sinais de contração e ancoragem de expectativas, para dar o alento suficiente aos bancos centrais deterem os programas de aperto monetário vigentes.
A Europa deve elevar os juros em ao menos 50 bp nas próximas reuniões e o Reino Unido, ainda que tenha reduzido seu ritmo, mantém a expectativa de elevações de 25 bp, com o mesmo ocorrendo com o Federal Reserve.
O único que não se rende a tal política continua a ser o BoJ, onde a inflação ao atacado registrou alta anual de 1,6%, dentro das projeções e rendeu a declaração de Ueda de que política de controle da curva de juros (YCC – Yield Curve Control) deve permanecer inalterada.
O cenário, portanto, continua de atenção global aos resultados corporativos, agora com maior força na Europa e uma série de balanços no Brasil e ao rumo que os indicadores econômicos devem tomar de agora em diante.
Localmente, as atenções se voltam a Campos Neto na CAE do senado e a tentativa de explicar a atual taxa de juros para quem literalmente não quer entender, em meio à plataforma política da participação do presidente do BC na casa.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, em meio a balanços negativos e expectativa por McDonald’s, Verizon (NYSE:VZ), Pepsi, antes do fechamente e Alphabet (NASDAQ:GOOGL), Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Texas, após o fechamento dos mercados.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, na expectativa por balanços das Big Techs no ocidente.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e prata. O petróleo cai em Londres e em Nova York, com o aumento das incertezas quanto ao futuro da economia.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5,03%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0366 / -0,27 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,136%
Dólar / Yen : ¥ 133,97 / -0,268%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,144%
Dólar Fut. (1 m) : 5040,50 / -0,13 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,21 % aa (-0,16%)
DI - Janeiro 25: 11,89 % aa (-0,69%)
DI - Janeiro 26: 11,70 % aa (-0,74%)
DI - Janeiro 27: 11,86 % aa (-0,67%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4027% / 103.947 pontos
Dow Jones: 0,1965% / 33.875 pontos
Nasdaq: -0,2921% / 12.037 pontos
Nikkei: 0,09% / 28.620 pontos
Hang Seng: -1,71% / 19.618 pontos
ASX 200: -0,11% / 7.322 pontos
ABERTURA
DAX: -0,194% / 15833,23 pontos
CAC 40: -0,718% / 7519,48 pontos
FTSE: -0,319% / 7886,94 pontos
Ibov. Fut.: -0,36% / 105681,00 pontos
S&P Fut.: -0,55% / 4136,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,440% / 12996,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,60% / 105,36 ptos
Petróleo WTI: -0,61% / $78,28
Petróleo Brent: -0,59% / $82,24
Ouro: -0,10% / $1.984,92
Minério de Ferro: -1,50% / $102,35
Soja: 0,27% / $1.467,00
Milho: 0,12% / $652,75
Café: 1,31% / $196,75
Açúcar: 0,31% / $25,89