Garanta 40% de desconto
🚨 Mercados voláteis? Descubra joias escondidas para lucros extraordinários
Descubra ações agora mesmo

BC Agiu Corretamente, mas sob a Interferência Direta da Presidenta

Publicado 21.01.2016, 07:31

Ninguém, em sã consciência, poderia imaginar o COPOM confrontando com as expectativas forjadas a partir do mercado financeiro até a última segunda feira, quando se comenta que a Presidenta Dilma convocou o Presidente do BC, Alexandre Tombini, para uma conversa a dois.

Para corroborar este “papo sobre a realidade da economia brasileira”, na terça-feira o FMI divulgou seu mais recente estudo sobre crescimento mundial, e, não poupou o Brasil de suas críticas e projeções altamente negativas para este ano e o próximo, indo ao extremo de considerar-nos culpado pelo crescimento baixo da América Latina, quiçá mundial.

Tão logo “posta a mercado” a incisiva análise do FMI, o BC, por seu Presidente, acusou o “tranco” que o fato causou ao afirmar da relevância da mesma, para posteriormente divulgar nota de própria autoria valorizando ainda mais o fato e, de imediato, impactando nas expectativas, até então serenas, do mercado financeiro de que a taxa de juro SELIC seria elevada em 0,5% a.a. ao final da reunião com encerramento na quarta-feira, ontem.

Tem sido objeto de nossos artigos a critica à tendência de aumento da taxa de juro SELIC, num ambiente em que praticamente não há pressão de demanda nem de consumo e nem de crédito, pontuando o fato de que esta linha atendia as expectativas do mercado financeiro, altamente rentista, mas com impactos relevantes negativos na já amplamente descontrolada política fiscal do governo.

Temos destacado o nosso ponto de vista de que a inflação presente na economia brasileira está numa fase de insensibilidade a qualquer aumento da taxa de juros, entendendo que a mesma é inercial.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Por outro lado ressaltamos que a elevação seria mais um desestimulo ao setor produtivo da economia brasileira já extremamente debilitado pela retração/recessão presente.

Chegamos mesmo a sugerir que o BC pudesse ser ousado bastante ao ponto de reduzir a taxa ao invés de elevá-la confrontando o consenso do mercado financeiro.

Naturalmente, a instituição não chegou a este grau de ousadia, mas a decisão pela manutenção da taxa SELIC em 14,25% não pode ser desconsiderada como uma guinada no contumaz.

O mercado financeiro ainda acreditava numa elevação mais discreta, algo como 0,25%, após a manifestação do Presidente Tombini ontem, porém até neste ponto foi frustrado.

Será inevitável a saraivada de criticas, principalmente dos analistas ligados às instituições financeiras que integram o mercado financeiro, contrapondo-se aos elogios que poderão advir dos setores produtivos.

Desta forma, “quebra-se” relativamente a repetência da mesma terapia sempre que a inflação se mostra aquecida, deixando evidente que as suas efetivas causas passam a ser consideradas. Muitos haverão de enfatizar que a inflação para ser contida enseja necessariamente cortes nos gastos do governo, o que é verdadeiro, mas não se deve esperar esta atitude mais enfática por parte do governo, que está relativamente “aprisionado” pelo quadro político que lhe concede frágil base de sustentação no Congresso Nacional.

Evidentemente que a manutenção do juro SELIC acarretará reflexos na formação do preço da moeda americana no mercado de câmbio interno, e, desta forma novos parâmetros mais elevados serão galgados pelo dólar, e não poderemos afirmar que não sejam realistas e compatíveis com o cenário presente e a sustentação da tendência de alta em linha com o cenário prospectivo.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

A atividade econômica está baixíssima e então os reflexos desta alta do dólar serão amortizados pelos efeitos da retração/recessão substantiva com que convive o país.

Mas na ponta a alta do preço do dólar e a não alta do juro não podem ser desconsiderados como estimulo ao setor produtivo industrial, que poderá entender o recado e amenizar o elevado grau de negativismo e buscar recuperação, ganhando competitividade frente ao produto importado e no mercado externo.

É preciso buscar alternativas novas, a repetência do mesmo não retirará o país do “atoleiro” em que se meteu, e este parece ser o recado contido na decisão do COPOM e na reação que o mercado financeiro tende a revelar hoje, juros em queda e dólar em alta.

O país precisa efetivamente buscar alternativas para suas aparentes ou reais inviabilidades de curto/médio prazo, pois é considerado, neste momento, o “patinho feio” da economia global e, em consequência tem baixíssima atratividade para recursos externos direcionados a conta capital e tende a ter reflexos de retração no ingresso de capitais especulativos dado ao aumento do seu conceito de risco.

Precisa enfrentar seus problemas frontalmente, abandonar os resquícios, ainda existentes, do contumaz olhar “caolho” do Ministro Mantega que via como causa das nossas mazelas fatores externos, agindo como se por aqui estivesse tudo certo.

Desde o inicio das projeções iniciais para este ano de 2016 destacamos ser improvável convergência tão forte na inflação e ressaltamos a ineficácia da elevação do juro devido ser inercial, e que a contribuição para a contenção viria da retração/recessão da economia, mas que não deveríamos esperar algo menor do que 9% no ano. Da mesma forma, ressaltamos ser absolutamente impossível dólar a R$ 4,20 ao final do ano, projetando-o em R$ 5,00.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Na área externa corremos o risco de saída mais acentuada de recursos estrangeiros, pois estamos entre os emergentes mais vulneráveis, assim como corremos o risco de ser mais penalizados pelas agências de rating e perdermos a capacidade de ter no país recursos relevantes de fundos com cláusulas restritivas em seus regulamentos.

Em suma, o Brasil é o grande desafio do Brasil, havendo a impositiva necessidade de buscar caminhos alternativos para estimular a economia amplamente desanimada, num ambiente em que o governo não dispõe de recursos para ancorar grandes projetos.

Pode ser, que a decisão do COPOM seja o inicio de uma nova estratégia focando mais o setor produtivo da economia e menos os interesses do mercado financeiro.

Não se deve descartar a possibilidade do BC diminuir os volumes de rolagem dos contratos de swaps cambiais vincendos, promovendo desta forma sustentabilidade a alta que o preço da moeda americana revelar como tendência, aliviando o peso do custo da política fiscal.

Últimos comentários

Ótimo texto!!
É triste ver um texto bem fundamentado com um título chamado a presidente de "Presidenta". É engraçado, mas qualquer pessoa que a chama assim automaticamente parece curvar-se com a postura arrogante de Dilma.
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.