O Bitcoin pode estar entrando em uma nova fase de valorização histórica — e os ETFs têm tudo a ver com isso. Segundo um relatório publicado pela Bernstein em 28 de abril de 2025, o preço do Bitcoin pode chegar a US$ 200 mil até dezembro deste ano, saltar para US$ 500 mil até 2029 e atingir a impressionante marca de US$ 1 milhão em 2033. Mas, como tudo no mundo dos investimentos, essa trajetória depende de alguns “poréns” importantes.
ETFs: a nova força que pode mudar tudo
O principal motor dessa projeção é o avanço dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos. Desde que os primeiros fundos à vista foram aprovados, o fluxo de dinheiro institucional para o mercado explodiu.
De acordo com a Bernstein, a demanda criada pelos ETFs é tão forte que está pressionando a oferta já limitada do Bitcoin — especialmente após o último halving, que reduziu ainda mais a criação de novos blocos.
Na prática, temos um cenário clássico de escassez: muita gente querendo comprar, e pouca gente vendendo. E agora, com os ETFs facilitando o acesso ao ativo para investidores tradicionais (sem a necessidade de lidar com carteiras digitais ou custódias próprias), essa dinâmica só tende a se intensificar.
Além dos ETFs: empresas também entram na jogada
O estudo também destaca um movimento silencioso, mas poderoso: a adoção do Bitcoin pelas grandes empresas.
Tesourarias de multinacionais, fundos de investimento e gestores de patrimônio estão, cada vez mais, adicionando Bitcoin como reserva de valor. Não se trata apenas de especulação: para muitos, o Bitcoin virou um seguro contra os riscos do sistema financeiro tradicional, que hoje convive com níveis recordes de dívida global e desconfiança nas moedas fiduciárias.
Otimismo sim, mas com os dois pés no chão
Apesar do tom positivo, o relatório da Bernstein não ignora os riscos.
A questão regulatória continua sendo o maior desafio para o futuro do Bitcoin.
Diversos países estão revisando suas leis sobre criptoativos, e algumas propostas podem acabar limitando o acesso a produtos como os próprios ETFs, ou impor exigências de compliance que poderiam desacelerar o crescimento do setor.
Nos EUA, a aprovação dos ETFs foi um grande passo, mas o ambiente político é incerto, especialmente em ano de eleição. Além disso, crises econômicas, tensões geopolíticas e mudanças nos juros globais podem impactar o apetite dos investidores por ativos de risco como o Bitcoin.
O recado para os investidores
O estudo da Bernstein é, sem dúvida, um dos mais otimistas já publicados por uma casa de análise tradicional. O entusiasmo com o impacto dos ETFs no mercado é justificado.
Mas, para quem acompanha de perto, a mensagem é clara: o potencial de alta é real — porém, o caminho será cheio de curvas e obstáculos.