A mudança de humor dos investidores locais tem a ver com os avanços políticos relacionados à perspectiva de aprovação da MP 870, de reestruturação dos ministérios, que acabou por se concretizar durante a noite, o retorno do protagonismo do presidente Bolsonaro na articulação e pedidos de Maia para acelerar o parecer da reforma da previdência.
Outro ponto é uma distorção nas expectativas de alguns analistas em relação à política monetária.
Para alguns, a reforma da previdência não terá impacto suficiente no humor dos agentes, ao ponto de destravar uma série de investimentos de toda a sorte.
Deste modo, o estímulo viria da via monetária, porém até mesmo um corte de juros teria efeito semântico no custo do crédito e efeito igualmente limitado na mudança do humor dos agentes econômicos.
Ainda assim, esta perspectiva permeou os mercados ontem, em especial o de juros futuros e com os fatores acima, alimentou o bom humor nos ativos, na contramão do cenário internacional.
No exterior, além de Trump anunciar que os EUA não estariam ainda prontos para assinar um acordo comercial com a China, revertendo novamente alguns avanços recentes, a eleição na União Europeia, ainda que tenha limitado o avanço de populistas antibloco, traz dúvidas quanto ao protagonismo de França e Alemanha e escolha dos chefes da UE.
Além disso, o banco central Europeu (BCE) demonstrou forte preocupação com a deterioração da qualidade do crédito corporativo de empresas no bloco, o que contribui ainda mais para a piora da situação dos grandes bancos europeus, em destaque o Deutsche Bank.
Por fim, o governo americano não rotulou a China como um manipulador de câmbio, mas firmou o país numa lista de monitoramento junto com oito outros países como Alemanha, Coréia do Sul, Cingapura, Itália, Japão, Malásia, o que levou à queda das divisas destes países contra o dólar.
CENÁRIO POLÍTICO
A reunião dos três poderes ontem, num jantar promovido pelo presidente Bolsonaro, pode parecer algo trivial, ou mesmo inútil, como citado nas redes sociais, porém tem importância muito além do trivial no atual processo.
Acima do óbvio da relação com senado e câmara, um caminho aberto com o judiciário consegue dar vazão às possíveis intervenções legais de partidos da oposição às propostas de reformas, em especial a da previdência.
Neste contexto, faz muito sentido a aproximação e quanto mais a equipe econômica puder se reunir ao judiciário, menor a possibilidade de judicialização das reformas.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com a piora na guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, com Trump indicando que os EUA não estão prontos para um acordo.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao ouro e prata.
O petróleo abre em queda, com aumentos expressivos dos estoques
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0257 / -0,40 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,072%
Dólar / Yen : ¥ 109,37 / -0,009%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / -0,119%
Dólar Fut. (1 m) : 4017,95 / -0,48 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 20: 6,31 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,61 % aa (-2,07%)
DI - Janeiro 23: 7,73 % aa (-2,28%)
DI - Janeiro 25: 8,36 % aa (-1,88%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,61% / 96.393 pontos
Dow Jones: -0,93% / 25.348 pontos
Nasdaq: -0,39% / 7.607 pontos
Nikkei: -1,21% / 21.003 pontos
Hang Seng: -0,57% / 27.236 pontos
ASX 200: -0,69% / 6.440 pontos
ABERTURA
DAX: -1,280% / 11873,16 pontos
CAC 40: -1,671% / 5223,93 pontos
FTSE: -1,321% / 7172,90 pontos
Ibov. Fut.: 1,47% / 96561,00 pontos
S&P Fut.: -0,563% / 2789,30 pontos
Nasdaq Fut.: -0,761% / 7239,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,26% / 79,60 ptos
Petróleo WTI: -2,18% / $57,85
Petróleo Brent:-1,84% / $68,82
Ouro: 0,32% / $1.283,42
Minério de Ferro: 0,24% / $98,38
Soja: 3,05% / $15,19
Milho: 3,87% / $436,75
Café: 0,00% / $96,20
Açúcar: 0,51% / $11,81