No dia 28 de outubro de 2018, Jair Bolsonaro foi eleito novo presidente do Brasil para governar até 2022. Foi uma eleição totalmente polarizada, que dividiu a sociedade e criou animosidades. Tivemos ainda, no meio da campanha, uma tentativa de assassinato ao candidato vencedor, situação inédita em nossa história democrática.
Bolsonaro venceu Fernando Haddad em segundo turno, sem poder fazer campanha externa e sem comparecer aos debates por decisão médica e também por estratégia de campanha, que foi usada por Lula quando era líder das pesquisas. Venceu Bolsonaro com placar de 55% a 45%, considerando votos válidos. Além disso, Bolsonaro já larga com apoio explícito de pelo menos doze dos vinte e sete governadores eleitos e um Congresso renovado em boa parte. Essa parece ter sido, inclusive, a característica das eleições de 2018: novatos eleitos em todos os níveis, desbancado “raposas felpudas” da política tradicional.
Nessa linha, podemos citar alguns: o governo de São Paulo com Dória, Rio de Janeiro com Witzel, Minas Gerais com Zema, Distrito Federal com Ibaneis, Rio Grande do Sul com Eduardo Leite, dentre outros. Além disso, senadores de longo curso que foram desbancados por novatos e a ex-presidente Dilma que não conseguiu sua cadeira no senado por Minas Gerais. Muitos governadores não conseguiram se reeleger.
Bolsonaro começa seu mandato com quase 58 milhões de votos, o que garante um capital político respeitável para conseguir aprovar coisas que dependam do Congresso. Porém, terá que começar a mostrar resultados de forma rápida, já que as abstenções e votos nulos e brancos atingiram 30%, e ainda existem aqueles votos ao candidato que foram exclusivamente contrários à manutenção do Partido dos Trabalhadores (PT) no poder.
Agora chegou a hora da verdade, de esquecer os discursos de campanha de quando candidatos prometem “mundos e fundos”. Entramos no mundo do possível. Das reformas possíveis e não exatamente as completas, de formar apoio parlamentar para aprovar mudanças, de negociações políticas importantes. Sim, Bolsonaro terá que negociar com o Congresso e mostrar aos membros de seu partido, o Partido Social Liberal (PSL) (que deve virar a maior bancada da Câmara), que só se elegeu por sua força política. Mas tem sempre a possibilidade de um partido “nanico” e deputados do baixo clero se rebelarem, em algum nível.
Chegou a hora da verdade, e o novo governo deve ter mais ou menos aqueles cem dias tradicionais para começar a mostrar resultados, necessários para acalmar a sociedade, principalmente aquela parte não tão convicta na performance de Bolsonaro. Terá que introduzir a Reforma da Previdência, terá que traçar diretrizes para conter o déficit fiscal e crescimento da dívida pública, restringir desonerações, privatizar empresas, reduzir a máquina administrativa e cargos comissionados, promover a Reforma Tributária, dentre outras providências igualmente importantes.
Para que essa movimentação ocorra de forma razoavelmente organizada, será preciso montar em tempo recorde sua equipe de primeiro e segundo escalão e desaparelhar quadros do PT incrustados na máquina do Estado Brasileiro por décadas. Não será nada fácil para o presidente Bolsonaro, mas se serve de exemplo e consolo, Barack Obama conseguiu, com a economia americana destroçada após a crise do subprime americano de 2008.
Força Bolsonaro! Força para o ministro Paulo Guedes!
Tentem manter Ilan Goldfajn no Banco Central, cuidado com a credibilidade de seu governo e segurança jurídica de suas medidas. Façam o Brasil sorrir novamente e a população tirar o peso do desemprego de suas costas. Atraiam investidores locais e internacionais com projetos ambiciosos e façam muitas parcerias em investimento e no comércio internacional.