Brasil, País Assustado. Entrou na Crise por Erros e Não Tem Como Sair!

Publicado 12.11.2015, 11:56

As perspectivas para o ano de 2016 vêm se agravando e não há como discordar do fato que tem efetivas condições de repetir 2015 com pioras.

O país entra cada vez mais dentro de uma extraordinária dívida fiscal, criada por todos os tipos de erros de gestão praticados e que o deixaram extremamente vulnerável e com o latente risco de rebaixamento de ratings que o conduziriam a uma situação extremamente negativa em relação ao exterior, quase com as portas fechadas pelos investidores estrangeiros e sistema concessor de financiamentos, além de forte encarecimento de custos.

O processo de crescimento do déficit fiscal continua dinâmico e forte, não se sabe bem até onde chegará, mas mesmo com algumas maquiagens ainda deixa o país à mercê da decisão das agências de rating.

Esta realidade preocupa o BC que vislumbra com clareza o risco de ocorrência do downgrade.

Isto faz com que o país esteja assustado e passe a sensação de atolado sem capacidade de ser pensado além do presente. Tem um problema que foi deixado de 2014 para 2015 que não permitia se verificar tamanha deterioração, por razões eleitorais e para o qual foram agregados volumes de recursos deficitários que haviam sido “acomodados” com práticas erráticas e ocultamentos, enfim praticas comprometedoras pelo Ministro da Fazenda antecedente, embora com a mesma presidente, e para o qual não consegue adequar viabilização de solução dada a dimensão que se revela cada vez maior, e desta forma não há sequer condições de criar expectativas melhores para 2016, pois não permite planejamento de médio prazo.

O próximo ano de 2016 já tem perspectivas de que receberá uma situação caótica de 2015 e com grande possibilidade de ser piorada, pois encontrará um país que não conseguiu se pôr de pé e continuará no próximo ano arrastando os problemas de2014 e 2015, com seu quadro econômico e fiscal mantendo e expandindo a deterioração presente.

Não há como criar-se ambiente de desenvolvimento e planejamento de ativação da atividade econômica, porque o governo nada tem a oferecer e precisa aumentar impostos, alguns concedidos como isenções e/ou reduções na gestão passada que não impactaram na economia, afora terem estimulado a antecipação de consumo de bens, que agora determina queda acentuada de produção no setor e tendência de grande acumulo de inadimplência aos financiadores no mercado financeiro.

Colocar no papel um programa de desenvolvimento seria desejável, mas no contexto atual não seria crível pelos principais setores da economia brasileira, será considerado “letra morta” consubstanciada em anseios, pois o governo tem baixíssima capacidade de motivação e credibilidade para aglutinar em torno de si forças relevantes da economia nacional,

A economia brasileira está descrente e desanimada com as perspectivas a partir da situação atual. Por isso, não tem propensão a investir e a reação que tem demonstrado e tende a se intensificar a perda de dinamismo, demitindo empregados e derrubando a renda o que criará problemas sociais mais graves e, não conduzirá à recuperação as receitas fiscais do governo. Este sentimento fomenta a ideia de que o pior esteja por vir.

O problema brasileiro não é de nomes, mas sim de ter sido conduzido a uma situação econômica dificilmente superável no curto prazo e que inviabiliza arroubos de crescimento num futuro mais imediato. Bobagem imaginar que encontrará alguém com toque de Midas capaz de mudar o cenário deteriorado presente.

Afora os problemas econômicos, que alguns visionários declaram não ver, há ainda o problema político eivado de disputas e com escândalos envolvendo a grande maioria.

Estado próprio e típico para forte recessão e piora do cenário.

Passado conturbado, presente com passivos enormes carentes de solução e reorganização difícil de ser articulada e sem definição, por inviável, de programas sustentáveis de crescimento nos próximos 3 anos, o país, acreditamos, ainda terá que conviver com piores momentos e agravamento da crise.

O pior dos cenários dentro do todo é a questão fiscal e que deixa o Brasil candidatíssimo ao rebaixamento de rating logo no início de 2016, agravando mais a sua situação, já que dispõe de irrisórios recursos para investimentos e estes fazem falta na infraestrutura antiquada que o país detém no momento. Este seria um tiro mortal para a saída do atoleiro atual.

O ministro Levy permitiu que o contingenciamento do preço do dólar ocorresse, certamente com a expectativa de que se intensificassem os ingressos de recursos externos atraídos pela possibilidade de ganho de altíssima rentabilidade, a partir da SELIC sempre conduzida em aumento pelo BC. Certamente imaginou que a indústria iria ficar animada com o aumento da competitividade dos seus produtos aqui para substituir o importado e no exterior, ensejando como retorno investimentos e manutenção do emprego e renda.

Todavia, certamente não esperava encontrar tão difícil situação do país. A credibilidade do governo é tão baixa e o “status quo” tão assustador que os efeitos esperados não ocorreram. A indústria a cada aumento ou reposição de tributo reagiu diminuindo a atividade e já acumula retração superior a 7% este ano, a despeito do dólar ter subido mais de 40%, começou a demitir empregados e o PIB deve cair 3,5% além da ocorrência de inflação relevante, estimulada pelo ajuste dos preços administrados de forma incontida para descontaminá-los da manipulação havida para esconder a inflação, e que deve continuar em 2016 também expressiva, com juros altos, PIB em queda, queda continuada da atividade econômica, puxada pela indústria. Certamente, um país pior consolidando todas as mazelas ruins decorrentes, com destaque para o desemprego, queda de renda, enfim o empobrecimento.

Embora, com a perda de atividade econômica tenha sido reduzido de forma natural o déficit em transações correntes, a situação continuará ruim e o país sujeito a inúmeros riscos impactantes nos fluxos cambiais influenciando nos seus volumes.

O mundo espera que o Estados Unidos eleve o juro, no que não acreditamos, pois impactaria na sua economia e no nível de emprego pois perderia competitividade ante, principalmente, a China, cuja economia vem emitindo sinais de perda de dinamismo.

Mas este fato assusta o Brasil e se ocorrer vai retirar do país considerável volume de recursos. Pior ainda se ocorrer o downgrade que será arrasador para as pretensões brasileiras. A deterioração da credibilidade brasileira num cenário pior em 2016 será afetada e o país acentuará a perda de atratividade.

O país tem US$ 368,0 bilhões de reservas cambiais, que ancoram a credibilidade de US$ 110,0 bilhões de vendas de swaps cambiais e mais US$ 21,5 bilhões em posições à descoberto dos bancos que assim promovem a liquidez no mercado a vista que deveria ser dada pelo BC vendendo divisas. Quase metade está, em tese, comprometida e o que sobra não é muito se calcularmos os montantes de recursos externos no país.

O fluxo cambial, sustentado pelo modesto superávit comercial, está positivo em US$ 7,7 bilhões, porém o país tem compromissos comerciais como importações já realizadas e ainda não pagas em montante suficiente para torna-lo negativo.

O BC vem atuando focando dar uma estabilidade, ainda que extremamente vulnerável, ao preço da moeda estrangeira, mas o preço sabemos está artificializado pelos instrumentos de sustentação utilizados pela autoridade.

Enfim, temos um cenário confuso, bastante confuso, onde não se tem solução para o caos atual, então se reclama do Ministro Levy que certamente não conhecia em profundidade este “status quo” deixado pelo ex-Ministro Mantega, plano de desenvolvimento quando sequer se encontrou o plano de solução para a situação atual.

Então, no momento, o Ministro Levy espera que o Congresso lhe dê de presente a CPMF, um imposto ruim, mas com volume arrecadatório para suprir as necessidades do país, punindo a toda a população. Enquanto isto não pode elaborar planos futuros.

Então surgem os sonhadores que imaginam que trocando o pagé a chuva chegará, ledo engano, se houver substituição o novo nome deve estar pronto para o desgaste. Não há milagres e o problema brasileiro precisa ser encarado com seriedade e com o governo cortando seus dispêndios. Certamente, como ficou evidenciado, os programas sociais, base eleitoral do governo, não tem recursos para a continuidade abundante e quase sem critérios e a oposição ao governo dentro do próprio partido da Presidenta sabe disso, então querem trocar o pagé, mas a solução não é por ai, mas muitos acreditam que possa ser da mesma forma que não vêm crise econômica no pais.

O Brasil que tinha demanda reprimida, agora tem pagamentos reprimidos que surgirão como inadimplência. As expectativas de renda são de retração, do crédito, assim como do emprego e do sentimento de “que tudo posso e agora não posso mais” vão se tornar agressivamente perceptíveis.

A economia vai reduzir salários, desempregar, afetar os programas sociais, não há espaço para soluções fáceis e indolores.

O preço do dólar é somente um termômetro da conjuntura geral. O potencial do BC será menor e o preço deve se elevar realisticamente.

Há ambiente para esta suposta calmaria em torno do preço do dólar? Certamente não!

Certamente o preço passará adiante a refletir o “status quo” do Brasil efetivamente e este já não será contido pelas estratégias atuais e sim pela venda efetiva de dólares das reservas cambiais.

Enquanto isto, assustado com as perspectivas que podem impactar no Brasil absurdamente fragilizado, o Ministro Levy acredita no milagre da CPMF e a sua oposição acredita que mudando o pagé começará a chover.

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