O Brasil vive um momento de irrealidades.
Sua economia “patina” na recessão e não consegue retomar ritmo, nem mesmo ser atraente para os investidores em conta “capital” aqueles que focam os interesses do país.
Há certo euforismo com discursos esperançosos sobre as perspectivas a partir dos novos governantes, mas as projeções para o PIB são tão ruins quanto eram mantendo as de decréscimo da atividade industrial.
Os gastos, algo marcante pelos excessos nos governos anteriores, continuam acentuados e descumprindo os objetivos postos.
Sem investimentos, não há recuperação da atividade econômica e, portanto, não há recuperação fiscal.
A condução da inflação para o centro da meta é o troféu a ser conquistado pelo BC e naturalmente pelo governo, mas isto independe da SELIC pois a recessão executa melhor esta tarefa, parecendo um bem, mas ao contrário gera mais desemprego, perda de renda e queda no consumo como aconteceu no varejo mês passado.
O trimestre passado foi desastroso, e este não é um conceito opinativo, os números mostraram isto.
A intervenção sutil que mantém o dólar desvalorizado tem um custo bastante elevado para nossa economia.
No ano que vem devemos ter reflexos na balança comercial, com recuo na capacidade de venda ao mercado externo, ainda mais com a intensificação da concorrência chinesa, e aumento na capacidade de compra ao mercado externo.
Ademais, devemos considerar que o Brasil não reúne no momento condições que o tornem atrativo a investimentos produtivos, o sendo para o capital especulativo e o fluxo financeiro ainda contou com recursos repatriados.
Ainda assim, saíram liquidamente do país US$ 42,0 bilhões de natureza financeira e no todo o fluxo cambial está negativo em US$ 6,0 bilhões.
Se imaginarmos o país se recuperando economicamente é inquestionável que o preço do dólar será maior, não há fundamentos sólidos que justifiquem o preço atual.
Com a correção virão as pressões inflacionárias consequentes.
Então por que esperar melhoras aqui ou ali se Hillary for eleita? Efeito meramente psicológico do momento global, mas muito enganoso para o Brasil, pois não há fundamentos.
Evidentemente atenua os efeitos, que seriam imediatos, no caso de Trump alcançar o poder.
Mas, na realidade, ainda há um longo percurso duro e difícil a ser percorrido e cumprido pelo país que imporá situação pior à população do que a atual.
A situação da atividade econômica brasileira e sua política fiscal dependem muito mais da eleição deste ou aquele para Presidente dos Estados Unidos, mas muito mais de si mesmo e isto passa pela correção dos excessos não considerados como a existência de forte recessão de difícil reversão e a pratica de preço da moeda americana incompatível.
Num dado momento “a fatura” deste empenho em fazer o país transparecer algo que não agrega neste momento terá que ser paga e isto, entre várias coisas, passará pela correção do preço da moeda americana.