A colheita de café arábica da safra 2022/23 está se acelerando nas principais regiões do Brasil, mas, mesmo assim, as negociações da variedade seguem lentas no mercado spot nacional, por conta da retração de vendedores. Com isso, segundo pesquisadores do Cepea, os preços domésticos estão sendo influenciados sobretudo pelas oscilações dos valores internacionais do arábica e do dólar. No front externo, por sua vez, o movimento dos preços está refletindo fatores técnicos e incertezas relacionadas ao clima no Brasil. Nessa terça-feira, 14, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.322,74/sc de 60 kg, ligeira alta de 0,42% frente à terça anterior, 7. Quanto ao robusta, a colheita também está avançando, mas os preços vêm se mantendo firmes, devido à retração de vendedores e ao avanço do dólar. Produtores da variedade, assim como os de arábica, estão mais capitalizados e, após as vendas iniciais para o pagamento dos custeios, voltaram a se afastar do mercado nos últimos dias. Nessa terça-feira, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 691,98/sc, praticamente estável (-0,04%) frente à terça anterior.
ARROZ: VENDAS AUMENTAM, E COTAÇÕES REAGEM
A liquidez no mercado de arroz em casca aumentou nos últimos dias no Rio Grande do Sul, contexto que fez com que os preços reagissem. Compradores estiveram mais ativos no mercado, diante da necessidade de aquisição do casca para cumprimento de contratos já efetivados de produto beneficiado e do maior interesse em negócios para exportação. A média ponderada do estado do Rio Grande do Sul, representada pelo Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista), avançou ligeiro 0,36% entre 7 e 14 de junho, fechando a R$ 72,22/saca de 50 kg na terça-feira, 14, o maior patamar desde o encerramento de abril, em termos nominais. Quanto à produção nacional, a Conab indicou neste mês que a safra 2021/22 foi estimada em 10,6 milhões de toneladas, 0,9% inferior aos dados de maio e baixa de 9,9% frente à de 2020/21.
ALGODÃO: DIFERENÇA ENTRE PREÇOS PEDIDOS E OFERTADOS LIMITA NEGÓCIOS, E INDICADOR OSCILA
Diante da disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores no spot nacional, a liquidez está reduzida no mercado de algodão em pluma, e os valores têm oscilado com certa força. Segundo pesquisadores do Cepea, parte dos vendedores se mantém firme, enquanto outros até chegam a ser mais flexíveis, possibilitando alguns fechamentos. Do lado da demanda, boa parcela das indústrias continua afastada e/ou ofertando valores menores para novas aquisições, alegando dificuldades no repasse para seus manufaturados. Já comerciantes dão preferência para negócios “casados” e/ou compram a pluma para cumprimento de suas programações. Entre 7 e 14 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento 8 dias, subiu 0,55%, fechando a R$ 7,7994/lp nessa terça-feira, 14. Na parcial de junho, porém, o Indicador registra queda de 4,13%.