As exportações brasileiras de café robusta somaram quase 699 mil sacas em agosto, expressivo aumento de 443% frente a agosto de 2022 e de 41,3% na comparação com julho/23, de acordo com o relatório do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) divulgado na última quinta-feira, 14. Esse volume renovou o recorde de embarques na série do Conselho, apesar da quebra de safra da variedade nesta temporada 23/24 – que, inclusive, tem limitado as negociações. Assim como no Brasil, adversidades climáticas também afetaram as produções de robusta na Indonésia e no Vietnã (importantes produtores), limitando a oferta nesses países. Para o arábica, as exportações também subiram: entre julho e agosto, os embarques da variedade cresceram 20,4%, somando 2,65 milhões de sacas em agosto, volume 11,2% superior ao de agosto de 2022.
ARROZ: CLIMA NO RS PREOCUPA AGENTES; LIQUIDEZ DIMINUI
As chuvas intensas verificadas no estado do Rio Grande do Sul têm preocupado agentes do mercado de arroz, limitando consideravelmente o ritmo de negócios. Segundo colaboradores do Cepea, as adversidades climáticas dificultaram não apenas o transporte do grão como também a preparação do solo para as atividades pré-plantio, o que pode atrasar essa atividade. Quanto aos preços, o Indicador CEPEA/IRGA-RS do arroz em casca segue na casa dos R$ 100/saca de 50 kg. A alta na primeira quinzena de setembro (de 31 de agosto até 15 de setembro) foi de 2,3%.
ALGODÃO: AGENTES ESTÃO VOLTADOS AOS CONTRATOS A TERMO
Agentes consultados pelo Cepea estão focados nos embarques dos contratos a termo da pluma, destinados tanto ao mercado interno quanto ao externo. O aumento no valor do frete e a baixa disponibilidade de caminhões, somados a filas nos terminais portuários, fazem com que a prioridade seja as entregas e não a realização de novos fechamentos. Mesmo assim, foi observado um aumento na liquidez nacional, devido à maior presença compradora, diante de certa melhora nas vendas ao longo da cadeia têxtil, segundo colaboradores do Cepea. Do lado vendedor, há certa restrição quanto a novos negócios, mas a pressão sobre os valores prevaleceu, visto que compradores ofertam preços mais baixos.
IPPA: IPPA/CEPEA CAI EM AGOSTO; QUEDA NO ACUMULADO DO ANO É DE 15%
Em agosto, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/Cepea) recuou 1,4% frente a julho, em termos nominais, o que se pode atribuir às quedas observadas do IPPA-Pecuária e do IPPA-Cana-Café, de 7,5% e 0,1%, respectivamente. Por outro lado, na mesma comparação, foram observados avanços para o IPPA-Hortifrutícolas e para o IPPA-Grãos, de 16,9% e de 1%, respectivamente. No mês, ainda, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, apresentou ligeiro aumento de 0,3%, indicando que, de julho para agosto, os preços agropecuários caíram frente aos industriais da economia brasileira. No cenário internacional, houve queda de 2,1% dos preços internacionais dos alimentos, cujo índice é divulgado pela FAO; e, por outro lado, alta de 2,1% da taxa de câmbio oficial (US$/R$), divulgada pelo Bacen. Com isso, de janeiro a agosto, o IPPA/Cepea acumula queda de 15,4% frente ao mesmo período de 2022 – consideravelmente superior à queda observada para o IPA-OG-DI Preços Industriais, de 4,8%. Na mesma comparação, verifica-se que os preços internacionais dos alimentos também acumularam queda importante (-15,1%), enquanto a taxa de câmbio nominal está 2,1% abaixo do patamar observado no mesmo período de 2022.