BALANÇO SEMANAL — 06 a 10/04/2015
MERCADO
Apesar da desvalorização do dólar ante o real nesta semana, as cotações futuras do café arábica voltaram a apresentar perdas, as quais foram repassadas para o mercado físico nacional.
A fraca criação de empregos nos Estados Unidos no mês de março reforçou as incertezas sobre o futuro de sua política monetária, resultando em enfraquecimento do dólar no exterior.
No âmbito doméstico, o clima mais otimista quanto às questões políticas também ajudou na valorização do real. Com isso, o dólar comercial encerrou a sessão de ontem a R$ 3,0706, acumulando queda de 1,9% desde a última sexta-feira. Porém, o fortalecimento da moeda brasileira ante a norte-americana não impactou positivamente os preços futuros do café arábica na bolsa de Nova York.
Na ICE Futures US, o vencimento maio do Contrato C foi cotado, ontem, a US$ 1,3745 por libra-peso, acumulando queda de 345 pontos em relação ao fechamento de sexta-feira passada. Já na ICE Futures Europe, as cotações do robusta apresentaram ganhos. O vencimento maio/2015 encerrou o pregão a US$ 1.791 por tonelada, com valorização de US$ 13 desde o último pregão da semana anterior.
Além dos rumores infundados sobre o tamanho da próxima colheita nacional, o fato das exportações brasileiras permanecerem em níveis elevados também pressiona os preços do arábica.
Nesta semana, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé) divulgou que as vendas externas do País foram recordes para o mês de março. Segundo a instituição, foram embarcadas 3.046.656 sacas, representando elevação de 9,5% em relação a março de 2014. Já a receita cambial auferida no último mês registrou um incremento de 24,1% em relação ao mesmo período do ano passado, resultando em US$ 552,295 milhões.
O mercado físico brasileiro foi contaminado negativamente pelo recuo dos preços internacionais e pela valorização do real frente ao dólar. Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 442,39/saca e a R$ 296,15/saca, respectivamente, com queda de 4,0% e 1,3% em relação à última sexta-feira.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo