BALANÇO SEMANAL — 06 a 10/07/2015
MERCADO
Os contratos futuros do café arábica viveram nova semana de depreciação na Bolsa de Nova York, pressionadas pela falta de novidades nos fundamentos e por um ambiente de aversão ao risco e pela alta do dólar. Esses fatores preponderaram sobre a ocorrência de chuvas no cinturão cafeeiro do Brasil, que poderiam gerar suporte aos preços, e fizeram com que as cotações internacionais alcançassem os piores níveis desde janeiro de 2014 na quarta-feira, a US$ 1,2365 por libra peso.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as precipitações têm atrapalhado os trabalhos de colheita do café arábica no Brasil. A instituição apontou que, no Paraná, desde o início deste mês, choveu aproximadamente 200 milímetros.
Em São Paulo também vem chovendo e, no Estado de Minas Gerais, há possibilidade de maiores níveis de precipitação na próxima semana. A Somar Meteorologia ratifica que os dias seguirão úmidos e desfavoráveis às atividades nos cafezais, como, atualmente, os trabalhos de colheita.
De domingo até a próxima quinta-feira, a instituição informa que as chuvas ficam concentradas sobre o Sul do Brasil e atingem principalmente o Paraná, além da parte sul de São Paulo.
A valorização do dólar frente a outras moedas tem contribuído para pressionar os futuros do café e vem ocorrendo em função de um ambiente externo de aversão ao risco, devido à crise na Grécia e às acentuadas quedas no mercado acionário da China, que tem conduzido os investidores a buscar ativos mais seguros, como a divisa norte-americana e os papéis do Tesouro dos Estados Unidos. No acumulado semanal, a moeda fechou a R$ 3,2338, com alta de 3,01%.
Também é necessário lembrar que estamos vivenciando o verão no Hemisfério Norte, período em que o consumo da bebida apresenta certa retração. Dessa forma, a percepção de uma demanda menos aquecida em mercados tradicionais dá o tom baixista aos preços do café nos mercados internacionais.
Os fundos de investimento permanecem apostando na depreciação das cotações do arábica. De acordo com a Commodity Futures Trading Commission (CFTC), eles diminuíram seu saldo líquido vendido de 16.533 lotes — incluindo futuros e opções —, em 23/06, na ICE Futures US, para 14.540 lotes no último dia de junho. Na tarde de hoje, será divulgado novo relatório, apresentando o posicionamento dos traders no dia 7 de julho.
No fechamento de ontem da Bolsa de Nova York, a posição com vencimento em setembro/2015 do arábica foi cotada a US$ 1,2525 por libra peso, registrando perdas de 215 pontos na comparação com o desempenho da semana antecedente. Na ICE Futures Europe, os contratos futuros do café robusta acompanharam a desvalorização registrada no mercado norte-americano e apresentaram perdas acumuladas de US$ 20 em relação à sexta-feira passada, com o vencimento setembro/2015 cotado a US$1.728 por tonelada.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada apontou, ainda, que o mercado físico brasileiro permanece desaquecido, à medida que os preços internos oscilam, apresentando pouca variação, com os indicadores calculados pela instituição rondando níveis levemente superiores a R$ 400 para o arábica e a R$ 300 para o robusta.
Além disso, o feriado da Revolução Constitucionalista em São Paulo, na quinta-feira, também esfriou a comercialização. As negociações físicas ocorrem somente em casos de maior necessidade dos compradores, fato que proporciona certo suporte nas cotações domésticas. Ontem, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 409,94/saca e a R$ 309,44/saca, apresentando, respectivamente, variação de 0,61% e 2,74%.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo