Em janeiro, a carne suína ganhou competitividade frente à carne bovina.
Esse cenário foi resultado da queda de 15,4% para a carcaça suína em relação ao recuo de 2,4% para o dianteiro. O cenário de demanda mais fraca, pelo período do ano e pala sazonalidade característica, colaborou com o movimento.
Na média de janeiro, no atacado, 1kg de dianteiro equivalia a 1,6kg de carcaça suína, valor 15,3% maior que em dezembro. Quanto maior essa relação, mais competitiva a carne suína, frente à bovina.
Figura 1. Valores e relação de preços no atacado.
Fonte: Cepea / Elaboração: HN AGRO
Considerando a parcial de fevereiro, a relação da carcaça suína com o dianteiro está em 1,59kg, queda de 2,2% em relação a janeiro, mas alta de 9,6% frente ao mesmo período do ano passado.
A expectativa é de que ao longo de 2025, a carne bovina perca competitividade na comparação com as carnes suína e de frango, resultado da menor produção da carne bovina, que deve manter os preços firmes e crescentes.
Para carne suína, segundo dados do USDA, a expectativa é de aumento de 1,2% na produção brasileira em 2025.
Carne de frango
Para a carne de frango, o ano começou diferente e janeiro foi marcado por queda na competitividade frente à carne bovina.
No fechamento dos primeiros 30 dias do ano, a carcaça de frango apresentou alta de 1,8%. Assim, 1 kg de dianteiro equivalia a 2,3 kg de carne de frango no atacado, valor 4,2% menor, quando comparado a dezembro.
A demanda resiliente por carnes mais baratas, nos primeiros dias do ano colaborou com esse cenário.
Por outro lado, na comparação anual, esse valor foi 23,1% maior. Assim, em relação ao mesmo período do ano passado, a carne de aves ganhou competitividade. Na comparação com janeiro de 2024, enquanto o dianteiro apresentou alta de 41,6%, o frango congelado valorizou 15,0%.
No cenário internacional, carne de aves e suína tiveram os melhores janeiros das séries. A carne bovina in natura praticamente empatou com o recorde de 2024 (-0,7%), para o mês.
Com a expectativa de aumento na produção de frangos e suínos ao longo de 2025, associada a uma diminuição da oferta de carne bovina esperada, podemos observar maior competição para a carne bovina.
Os custos de produção de frangos e suínos (leia-se milho) podem amenizar o aumento esperado da produção, caso sigam em alta. Sempre de olho também no cenário fiscal/cambial, que equaliza a demanda no mercado externo.
* Colaborou Isabella Camargo, analista da HN AGRO.