Em março, o Indicador ESALQ/SENAR-RS recuou expressivos 15,3%, encerrando o mês a R$ 39,90/sc de 50 kg, no dia 31 – o menor valor diário nominal desde o final de setembro de 2015. Na parcial de 2017 (até o dia 31 de março), o Indicador acumula queda de 19,2%. A média mensal de março, de R$ 42,26/sc, está 13,8% menor que a de fevereiro/17, mas estável em comparação à média de março/16 (dados atualizados pelo IGP-DI de fevereiro/17).
A intensificação da colheita da safra 2016/17, a estimativa de aumento na produção nacional e a boa disponibilidade no Rio Grande do Sul pressionaram a cotação da saca de arroz em casca em março. Orizicultores com necessidade de “fazer caixa” disponibilizaram vários lotes ao mercado spot no período. Produtores estiveram otimistas quanto ao volume e à qualidade dos grãos, devido ao clima favorável à colheita, especialmente na segunda quinzena de março. Na última semana do mês, por sua vez, as intenções de venda de arroz em casca caíram, enquanto algumas indústrias aumentaram suas ofertas, sustentando o preço médio da saca. Parte dos produtores voltou sua atenção à colheita de soja, que teve início em algumas propriedades rurais.
Algumas indústrias receberam contratos de troca de insumo/arroz em casca firmados anteriormente, enquanto outras estão trabalhando com o cereal da safra 2015/16 e/ou com o arroz importado. Este cenário reduz a ação compradora e aumenta a pressão sobre os valores pagos pelo arroz em casca e pelo fardo de arroz beneficiado.
Dados da Emater/RS indicam que a colheita da safra 2016/17 atingiu 49% até o dia 30 de março. No mesmo período do ano passado havia atingido 34%. Com o desenvolvimento vegetativo e a floração finalizada, 39% da lavoura se encontra madura por colher e 12% na fase de enchimento de grãos.
INTERNACIONAL - Segundo relatório de intenção de plantio de arroz, divulgado pelo USDA no último dia 31 de março, a área nos Estados Unidos poderá reduzir de 1,27 milhão de hectares na safra 2016/17 para 1,06 milhão hectares na temporada 2017/18. Para o arroz de grão longo, a queda de área semeada poderá ser de 16,6%; do arroz de grão médio, a área poderá permanecer estável; e para o grão curto, alta de 18,6%.
A expectativa de produção mundial da safra 2016/17 é de 480,3 milhões de toneladas. Frente a safra passada, o aumento é de 1,7%, impulsionado principalmente pela Tailândia e Brasil, segundo dados do USDA divulgados em 9 de março.
Em março (até o dia 31), todos os contratos futuros de arroz na Bolsa de Chicago (CME Group) com vencimento em 2017 registraram alta, depois de caírem por quatro meses consecutivos. De 28 de fevereiro a 31 de março, o contrato Mai/17 se valorizou 3,5%, fechando a US$ 9,895/quintal (45,36 kg) no dia 31. O contrato Jul/17 subiu 3,4% no mesmo período, a US$ 10,150/quintal; e Set/17, 3,3% (US$ 10,360/quintal). O vencimento Março/17, encerrado no último dia 14, teve queda de 2,8% (US$ 9,550/quintal), entre 28 de fevereiro e 14 de março.
MATO GROSSO - Em março, o preço do arroz em casca em Mato Grosso recuou expressivamente. As negociações, por sua vez, apresentaram boa liquidez, como observado no Rio Grande do Sul. Com o avanço da colheita da safra 2016/17, apesar dos dias chuvosos especialmente no início do mês, produtores entraram vendendo seus lotes de casca. Mesmo com a “queda de braço” quanto aos valores ofertados pelas indústrias, vários lotes foram adquiridos. A venda de arroz beneficiado esteve em ritmo lento e os valores pedidos pelo setor atacadista e varejistas caíram. Para o arroz de 50 a 57% grãos inteiros, o valor médio na região de Sinop esteve em torno de R$ 41,00/sc de 60 kg na última semana de março, enquanto que no mesmo período de fevereiro estava em R$ 55,00/sc – queda de 25,5%. Para a região de Cuiabá, o preço médio recuou 22%, indo de R$ 58,00/sc para R$ 45,00/sc.
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