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China: Os 10 anos da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI)

Publicado 17.10.2023, 13:00

A China sedia o Terceiro Fórum da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês) a partir desta terça-feira (17) em Pequim. A conferência marca o 10º aniversário da BRI, lançada em setembro de 2013, quando o presidente chinês Xi Jinping anunciou a visão estratégica chinesa de construir um “Cinturão Econômico da Rota da Seda”.

Para celebrar a data, o Investing.com Brasil estreia a coluna do renomado especialista Robert Lawrence Kuhn. No artigo a seguir, ele faz breves comentários sobre a situação atual da mais importante estratégia internacional chinesa, além de traçar como a iniciativa impacta diretamente os projetos e investimentos da China e as oportunidades para o Brasil. Confira:

BRI 10 anos - Visão, Realizações, Desafios

No 10º aniversário da visionária Iniciativa Cinturão e Rota da China, BRI, apresento uma avaliação retrospectiva e uma previsão prospectiva.

A realização do Terceiro Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, em Pequim, prevê a participação de mais de cem países entre os dias 17 e 18 de outubro. Nele, a China afirma que o Fórum não é apenas o destaque em eventos comemorativos para marcar o 10º aniversário da BRI, mas também uma importante plataforma para todos os parceiros planejarem uma cooperação de alta qualidade.

Na verdade, tenho acompanhado a BRI literalmente desde o seu início. Lembro-me do dia 7 de Setembro de 2013, quando o Presidente Xi Jinping, sentado em um púlpito na Universidade Nazarbayev, no Cazaquistão, anunciou a visão da China de construir um “Cinturão Econômico da Rota da Seda” – por terra, através da Eurásia, envolvendo a Ásia Central e ligando-se à Europa.

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No mês seguinte, dirigindo-se ao Parlamento Indonésio, Xi propôs a “Rota da Seda Marítima do Século XXI” – sobre a água, com a China estendendo-se desde o Sudeste Asiático ao Médio Oriente, passando por África e Europa.

Tive a oportunidade de discursar nas duas primeiras conferências da BRI. Em 2014, em Urumqi, Xinjiang, falando do “Novo Cinturão Econômico da Rota da Seda”, e em 2015, em Quanzhou, Fujian, sobre a “A Rota Marítima da Seda do Século XXI”.

A BRI tem sido, cada vez mais, a peça central da política externa da China. A iniciativa aproveita a experiência inigualável e as vantagens competitivas do país na construção de infraestrutura, com projetos de ferrovias, estradas, portos, aeroportos, centrais elétricas e redes de telecomunicações. Nada é mais importante para os países em desenvolvimento do que a infraestrutura, tida como a base de toda a economia.

Os aspectos e os projetos

Nos últimos dez anos, a China assinou mais de 200 documentos de cooperação da BRI com 152 países e 32 organizações internacionais, abrangendo mais de três quartos dos países do planeta. A China estabeleceu mais de 3  mil projetos de cooperação, comprometendo-se e concluindo, de 2013 a 2022, investimentos superiores a US$ 1,2 trilhão e US$ 800 bilhões, respectivamente, representando mais da metade do total de projetos estrangeiros. As mercadorias chinesas fluem para mais de 300 portos.

Em uma recente publicação oficial do governo chinês, chamado de “livro branco”, a China afirma que, ao longo da década, “o país contribuiu com a sua força para a construção de uma comunidade global de futuro partilhado”. E em uma retrospectiva oficial, o chefe da NDRC, que supervisiona a BRI, escreveu que o país adere aos “princípios de ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios partilhados” e aos “conceitos de abertura, ecologia e integridade, visando padrões elevados de sustentabilidade e beneficiando a subsistência das pessoas.”

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Aliás, os cinco aspectos da BRI são:

  • comunicação política
  • conectividade de infraestrutura
  • comércio desimpedido
  • financiamento de capital
  • conexão entre pessoas

Ao longo dos 10 anos, a China construiu seis grandes corredores económicos internacionais. São eles:

  • Nova Ponte Continental Eurasiática, formada em torno da linha ferroviária internacional Trans-Eurasiática, desde a província chinesa de Jiangsu até Roterdã, nos Países Baixos;
  • China-Mongólia-Rússia;
  • China-Ásia Central-Ásia Ocidental, desde a Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, passando pela Ásia Central até o Golfo Pérsico, o Mediterrâneo e a Península Arábica;
  • Corredor Econômico China-Paquistão, de Kashgar em Xinjiang, China, ao Porto de Gwadar, no Paquistão;
  • Ponte Continental do Sudoeste Asiático, ou Corredor Econômico Bangladesh-China-Índia-Mianmar;
  • China-Indochina: da província de Yunnan e da Região Autônoma de Guangxi Zhuang, no sudoeste da China, até e através Vietnã, Laos, Camboja, Mianmar, Tailândia, Malásia e Cingapura.

Além disso, grandes projetos foram recém-inaugurados, como a linha Jacarta-Bandung, a primeira ferrovia de alta velocidade da Indonésia, chamada “Whoosh”; a Ferrovia Hungria-Sérvia; a Ferrovia China-Laos; e o Porto do Pireu, em Atenas, na Grécia. Já o projeto emblemático da BRI são os comboios de mercadorias entre China e Europa, com 84 rotas em operação, que chegam a 211 cidades em 25 países europeus, promovendo a interligação e melhorando o comércio ao longo de todas as rotas.

Controvérsias

No entanto, a BRI da China não é caridade. A China diz que procura uma parceria “ganha-ganha” (win-win), o que significa que a China também ganha.

A China ganha através do acesso preferencial a vastas fontes de matérias-primas (por exemplo, petróleo); de negócios substanciais para suas enormes empresas estatais de construção estatais; do desenvolvimento de novos mercados para os seus produtos para reduzir a dependência comercial dos Estados Unidos e da Europa; e do apoio político na ONU e em outros lugares para questões controversas. A China pensa a muito longo prazo.

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Porém, se eu estivesse contando uma história de que a BRI é só “rosas e felicidades”, que a BRI não gera problemas, então estaria contando uma falsidade. Os desafios são abundantes, incluindo dívida excessiva, má seleção e atrasos em projetos, corrupção, conflitos culturais e resistência, tanto dos países anfitriões como dos países ocidentais.

No entanto, quase todos os países em desenvolvimento querem mais, e não menos, da BRI da China. Afinal, eles precisam disso.

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