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Combate à Inflação: Cada um Usa as Armas Que Tem

Publicado 09.11.2021, 16:15
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Fala-se que a ruptura das cadeias de suprimento globais tem causado inflação.

Pode até ser o caso para outras economias, mas, no Brasil, alguns fatores mais específicos parecem ter gerado o viés altista nos preços.

A crise hídrica quebrou as safras, o que inflacionou o preço dos alimentos.

Ela também causou uma escassez de energia elétrica, já que nossa rede depende muito do volume de chuvas, por conta das hidrelétricas. Para evitar um racionamento, o governo tascou a tarifa mais cara.

Ainda, um dólar em alta, por vários motivos, incluindo os políticos, desencadeou um efeito dominó sobre todas as cadeias cujos insumos são dolarizados, como eletrônicos, materiais de construção e combustíveis.

Para colaborar, a Opep segue tímida no aumento da oferta de petróleo. Lembremos que essa entidade, por controlar uma parte relevante da oferta global da commodity, exerce um efeito imediato (e altista) nos seus preços ao segurar a oferta enquanto temos uma demanda quase normalizada.

Como cidadãos, só nos resta apertar os cintos.

E o Banco Central?

Ele não consegue mandar chover, o que resolveria os preços dos alimentos e da energia elétrica.

Também não consegue marretar o dólar, por mais que suavize seus movimentos por meio dos seus leilões de swap cambial.

Resumidamente, o BC não consegue influenciar a oferta de bens e serviços de uma forma rápida. O jeito, então, é controlar a demanda.

Para tanto, ele sobe os juros, o que está tornando os empréstimos mais caros. Isso tende a desacelerar a demanda por bens e serviços. Com isso, a tendência é que a pressão sobre os preços se alivie em algum momento.

E qual a consequência disso para nós, investidores?

A primeira é que devemos nos posicionar em empresas que têm os juros como fonte de receita, e não de custos. Estou falando de instituições financeiras principalmente.

A segunda é que devemos evitar empresas muito alavancadas, cujas despesas financeiras devem subir consideravelmente diante de um juro mais alto.

Estamos observando um achatamento da curva de juros, que reflete as expectativas dos investidores para o juro no futuro. Antes, ela estava um tanto inclinada, com os investidores esperando um juro bem maior em 2030 do que em 2025.

Agora, ela começa a se achatar, com investidores esperando um juro para 2030 não muito diferente daquele de 2025. O juro está, agora, em cerca de 11% ao longo de boa parte da curva futura, o que embute uma expectativa de que esse patamar de taxa será suficiente para controlar os preços – sem subidas adicionais.

Os destaques da PEC dos Precatórios serão votados na Câmara hoje, o que anima o mercado – até segunda ordem – pois daria uma segurança maior sobre o controle das contas públicas e, por conseguinte, da pressão inflacionária exercida pela demanda.

Se a votação emperrar, pode ser que a curva volte a se inclinar. Isso porque, com um governo gastador, o viés inflacionário só faria aumentar, o que, por sua vez, levaria o BC a subir mais os juros. Assim, a curva voltaria a empinar.

Vivemos um momento de definição importante, que dará o tom da estabilidade da nossa economia no próximo ano (ou não). Monitoremos de perto.

Enfim, um punhado de palavras que nos leva a uma conclusão: cada um usa as armas que tem. Como investidores, usemos as nossas: estejamos do lado certo dessa equação.

Um abraço

Últimos comentários

Parte 3.(vi) o peso atribuído pelo mercado à PEC dos precatórios é desproporcional. O déficit fiscal para o próximo ano já está contratado e em relativo controle, havendo o pagamento integral ou parcial da conta, do início dos anos 2000, que nossa Suprema Corte incumbiu o atual governo atual a responsabilidade de sua quitação; (vii) quais seriam as definições do momento? Entendo que o que irá ditar os rumos da sustentabilidade econômica do país são as reformas estruturais (Tributária e Administrativa), que não se encontram em discussão no momento, tampouco foram citadas no texto. Permaneço sob o enigma: qual seria o lado exato da equação? De qualquer forma, parabéns pelo artigo.
Parte 2. (iv) uma das razões do dólar estar no patamar que está (e são várias, aqui concordo com a autora) é a manutenção, por parte do CMN, de uma política monetária extremamente expansionista, por período muito longo, então, uma das "armas do BaCen" acabou contribuindo, mesmo que marginalmente, com o processo inflacionário; (v) nas consequências ao investidor, fica explicito na "primeira" que devemos evitar empresas que tenham nos juros uma fonte de despesas, e na "segunda" que devemos evitar empresas alavancada, "cujos custos devem subir diante da alta dos juros". Acredito que aqui, nos deparamos com um "pleonasmo monetário"; (continua...)
Vamos lá: (i) inegável que a origem da inflação local advém da quebra das cadeias produtivas, derivada da forma como a humanidade escolheu para combater a Pandemia. Não se esqueça que a inflação produtor no Brasil está elevada há mais de 1 ano, bem antes, portanto, de qualquer efeito da crise energética local (hídrica) e externa (OPEP+); (ii) o início da inflação dos alimentos também é anterior à crise hídrica e quebra de safras, derivando, portanto, de questões relacionadas à dinâmica da Pandemia; (iii) o governo não "tascou um aumento nas tarifas de energia" por sadismo ou despreparo, mas simplesmente porque a alternativa à produção de energia de matriz limpa (hidroelétricas), é mais cara no contexto econômico atual (termoelétricas); (continua...)
bom analise ... Parabéns
hahaha... O jeguês vai pegar nosso dinheiro e colocar em uma offshore, tudo sucesso.
Para a autora:essa posição não se sustenta. Os juros mais elevados não contém a inflação de demanda, já que, conforme dito, os aumentos de preços ocorrem nos alimentos, petróleo e energia elétrica. E esses aumentos em nada se correlacionam com excesso de demanda.Aliás, falta o viés de abordagem do custo desse aumento de juros. O Brasil deve mais de 3 Tri em dívida atrelada à Selic, ou seja, do nada, vamos construir mais um rombo de 100 bi por conta desses contínuos aumentos de juros.
O juro mais alto, no entanto, pode fazer com que o dolar caia um pouco, causando uma pressao menor nos itens importados. A alta da gasolina vem puxando esse indice para cima.
Para a autora:essa posição não se sustenta. Os juros mais elevados não contém a inflação de demanda, já que, conforme dito, os aumentos de preços ocorrem nos alimentos, petróleo e energia elétrica. E esses aumentos em nada se correlacionam com excesso de demanda.Aliás, falta o viés de abordagem do custo desse aumento de juros. O Brasil deve mais de 3 Tri em dívida atrelada à Selic, ou seja, do nada, vamos construir mais um rombo de 100 bi por conta desses contínuos aumentos de juros.
u
Essa “crise hidrica” sei nao em..
Crise hídrica, só se for no Oriente Medio que é deserto.Aqui foi privatizado o OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA, assim como também o BANCO CENTRAL.É a raposa cuidando do galinheiro.Militares (cupim) no poder é estagflação como também foi no período de 1970 à 1994.Quanto à safra agrícola a informação também é falsa pois nossas safras batem recordes todos os anos.No Brasil o regime hídrico resumidamente é período SECO no OUTONO E INVERNO e regime ÚMIDO na PRIMAVERA E VERÃO.Os detentores do poder(mercado e mídia), no tempo seco produzem pânico e carestia espalhando fake para justificar aumentos abusivos de preço.E quando volta o período de chuvas os preços aumentados abusivamente, com base na crise hídrica, não retornam aos antigos patamares.E VIVA A DESINFORMAÇÃO……
so errou quando disse que o Governo tascou tarifa mais alta. Energia termica é muito mais cara e poluente, por isso essas bandeiras, so vale a pena ativar as usinas ppr um preço mais alto. vamos colocar placas fotovoltaica nos telhados.
Gostei do Comentário.
ótima matéria larissa quaresma, isso e uma boa visão do sistema financeiro que vivemos, que pena que no Brasil as crianças ja nacem sendo enganadas nas escolas que tem um pessimo ensino finamceiro, ate essa nova geração aprende vai sofrer muito finamceiramente.
Esqueceu de mencionar que o maior produtor de petróleo do mundo EUA ; parou a construção de óleo duto ; de exploração do xisto; é outros estímulos; agora fica mendigando para Opep aumentar a produção .
Ótimo comentário!! É dessas palavras que precisamos. Sem posicionamentos políticos, ideológicos.Parabéns, e obrigado pelo artigo!!
Analise interessante, mas falar que crise hidrica quebrou as safras, ha algo equivocado nisso. A producao de graos brasileira atingiu recorde na safra 2020/21. Nao faltou chuva na maioria das regioes.
Ótimo, esse tipo de análise que ajuda, limpo, sereno  e colocando o lado do investidor.
Faz todo sentido. Só esqueceu de dizer que a política excessivamente expansionista com juros de LP abaixo do neutro, ajudou a encarecer o câmbio também, levando os produtores nacionais exportadores (somos um país essencialmente exportador de comodities), fizeram a opção lógica de direcionar a produção para exportação, (recordes contínuos de exportação), deixando o mercado interno a míngua..se fosse produtor também faria o mesmo pra aproveitar a arbitragem de preços relativos…Daí, a falta de uma política interna de regulação de oferta (excesso de liberalismo) ajudou a inflação a disparar também.
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