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Commodities Nesta Semana: Impacto das Sanções Iranianas nas Ações e Ouro em Alta

Publicado 29.10.2018, 08:54
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Os mercados de petróleo ficarão atentos a qualquer sinal de elevação ou queda de oferta na contagem desta semana diante das sanções ao Irã, enquanto o ouro pode continuar subindo devido a especulações sobre as eleições de meio de mandato nos EUA e aos embates entre o presidente Donald Trump e o Federal Reserve. Mas o fator mais importante para ambos continua sendo a vulnerabilidade dos mercados mundiais de ações.

Brent gráfico de 5-horas

O petróleo perdeu 3% na semana passada e caiu pela terceira semana consecutiva, com o Brent, referência global, pairando em torno dos US$ 77 por barril, em comparação com as apostas feitas no mês passado de que poderia atingir US$ 100. Enquanto isso, o ouro subiu fortemente pela quarta semana consecutiva, alcançando a máxima de três meses de cerca de US$ 1.250 por onça.

A vulnerabilidade dos mercados de ações é o fator principal

Em ambas as commodities, a queda dos mercados mundiais de ações foi um fator-chave, com o petróleo caindo por causa de preocupações com o crescimento e com o ouro sendo estimulado pela busca por proteção.

Em teoria, quando os mercados acionários caem, o petróleo e outras commodities devem subir, pois estes ativos são considerados “reais”, cujo valor intrínseco oferece proteção a portfólios diversificados contra a desvalorização das ações. Na verdade, commodities e ações vêm se movendo juntos diante de uma turbulência, enquanto o ouro tem atuado como ativo de proteção preferencial.

Nesta semana, a expectativa é que a onda de resultados das principais empresas de tecnologia mantenha Wall Street em situação delicada. A pressão pode aumentar com o dólar sendo negociado próximo às máximas de 10 semanas e com a divulgação de dados econômicos, com destaque para o PIB da zona do Euro para o 3T, o PMI industrial da China, a confiança do consumidor e os dados de emprego nos EUA para outubro.

“Para mim, as previsões para o petróleo só ficarão mais claras depois que os mercados de ações se acalmarem", declarou Scott Shelton, corretor de futuros de energia na ICAP em Durham, Carolina do Norte, em sua nota de encerramento na semana passada.

Mar de incertezas com as sanções iranianas

Com o prazo de 4 de novembro para as sanções às exportações de petróleo de Teerã chegando à sua reta final nesta semana, seguem os debates sobre a capacidade de os Estados Unidos impedirem que grande parte do mundo adquira barris da República Islâmica. Desde que o presidente Trump rescindiu o acordo nuclear do Irã com o Ocidente em maio, reaplicando sanções ao quarto maior exportador de petróleo do mundo, sua promessa de zerar as vendas de petróleo do país do Oriente Médio tem sido colocada em dúvida.

O pessimismo foi reforçado no domingo, depois que o ministro do petróleo do Irã declarou que começou a vender petróleo a empresas privadas no país para exportação, como parte de uma estratégia para contornar as sanções.

Anteriormente, refinarias privadas no Irã só podiam adquirir petróleo bruto para processá-lo em produtos derivados destinados a revenda. Entretanto, desde domingo, o petróleo era vendido a essas empresas com acréscimos de 35.000 barris para exportação direta, afirmou a agência de notícias SHANA, do ministério do petróleo, sem nomear os compradores. A agência também não informou como essas refinarias poderiam se esquivar dos EUA na remessa internacional do petróleo.

No cenário global, enquanto a China exigiu que suas empresas estatais parassem de adquirir o petróleo iraniano, outros grandes importadores, como a UE e a Índia, estão buscando formas de contornar as sanções norte-americanas. Enquanto isso, o governo Trump teme que a Rússia adquira o petróleo iraniano e o revenda como se fosse do próprio país.

Além das incertezas sobre o impacto das sanções, a Arábia Saudita, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia têm emitido sinais contraditórios sobre a possibilidade de cortar a produção em meio ao aumento dos estoques. O estoque de petróleo dos EUA tem aumentado sem parar por cinco semanas seguidas, o que vem adicionando cerca de 30 milhões de barris às reservas nacionais.

O ânimo predominantemente baixista para o petróleo fez com que alguns hedge funds reduzissem suas perspectivas de alta para o petróleo nos EUA aos menores patamares em mais de um ano, na semana passada.

A escalada do ouro com o dólar abre novos cenários

Enquanto isso, as especulações sobre uma vitória dos democratas nas eleições de meio de mandato dos EUA e como isso poderia impactar o governo Trump têm reforçado a posição do ouro como ativo de segurança, que já se beneficiou dos embates do presidente norte-americano com o Fed por causa das elevações das taxas de juros.

Fundamentalmente, o ouro abriu novos caminhos com sua escalada ao lado do dólar, o que é uma aposta contramajoritária para o metal amarelo, segundo analistas.

Gold 5-Hour Chart

O ouro está prestes a atingir 4% de aumento em outubro, enquanto o Índice do Dólar Norte-Americano, que compara a moeda com uma cesta de seis divisas, subiu cerca de 1,6%. O mais importante é que, desde 16 de outubro, ambos os ativos têm subido de forma paralela, levantando dúvidas sobre a teoria de sua falta de correlação.

"A questão para mim agora é: 'está começando a haver uma desconexão entre o índice do dólar norte-americano e o preço do ouro?'", perguntou Walter Pehowich, presidente executivo da Dillon Gage Metals, em Addison, Texas, em sua perspectiva diária sobre o metal preciso, na sexta-feira.

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