O mercado de criptomoedas teve uma semana movimentada, com notícias que envolveram desde grandes empresas do setor financeiro até o cofundador do Nubank (BVMF:NUBR33). Apesar de o preço das principais moedas digitais não ter apresentado grandes variações, o cenário foi de avanços e desafios para o ecossistema cripto.
Um dos destaques da semana foi o anúncio de que Charles Schwab, Fidelity, Virtu Financial e Citadel Securities se uniram para lançar uma plataforma especializada em negociação cripto. O projeto, que deve estar disponível até o final do ano ou início de 2023, visa aumentar o acesso dos clientes às criptomoedas e oferecer serviços de custódia, execução e liquidação.
Outra notícia positiva foi a liberação dos saques cripto na plataforma do PayPal (NASDAQ:PYPL), que já permitia a compra e venda de algumas moedas digitais desde o ano passado. Agora, os usuários podem enviar suas criptomoedas para fora da plataforma, ampliando as possibilidades de interação com o ecossistema cripto. O vice-presidente sênior de blockchain do PayPal, Jose Fernandez da Ponte, afirmou que a empresa pretende investir mais no setor e apoiar a inovação.
No Brasil, o cofundador do Nubank, David Vélez, revelou que o banco digital vai aderir às criptomoedas, pois acredita no potencial da tecnologia blockchain para aumentar a inclusão financeira e reduzir custos em transações internacionais. Ele disse que as moedas digitais são o fenômeno mais “disruptivo” do setor financeiro global e que o Nubank quer investir e focar nessa área nos próximos anos.
A queda do Bitcoin, que chegou a perder 50% do seu valor desde o pico de abril, também teve repercussões no mercado de mineração cripto. Grandes empresas do setor registraram redução do faturamento e aumento dos custos para manter as operações. Além disso, a repressão da China aos mineradores afetou a distribuição geográfica e a segurança da rede da principal criptomoeda.
Um dos assuntos mais comentados na comunidade cripto foi a negativa da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) aos pedidos de ETF (fundo negociado em bolsa) de Bitcoin feitos por BlackRock (NYSE:BLK), Fidelity e outras gestoras. Segundo o jornal The Wall Street Journal, a SEC considerou os pedidos inadequados por não atenderem aos requisitos de proteção aos investidores. A decisão frustrou as expectativas de quem esperava uma aprovação ainda neste ano.
A Coinbase (NASDAQ:COIN), maior exchange de criptomoedas dos EUA, também enfrentou problemas com a SEC nesta semana. A empresa tentou arquivar um processo aberto pela comissão contra ela, alegando que não violou nenhuma lei ao oferecer um programa de recompensas em criptomoedas aos seus clientes. A Coinbase argumentou que a SEC não forneceu orientações claras sobre o que é permitido ou não no mercado cripto.
No Brasil, a Justiça Federal soltou o “Sheik das Criptomoedas”, acusado de liderar um golpe de R$ 4 bilhões com uma suposta empresa de investimentos em moedas digitais. Ricardo Liáo Júnior estava preso desde maio deste ano, quando foi deflagrada a Operação Kryptos, que investiga crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo, anunciou a criação de um cargo de vice-presidente para a América Latina e contratou um ex-Goldman Sachs para comandar as operações na região. O objetivo é expandir os serviços da plataforma e se adequar às regulações locais. A Binance tem enfrentado pressões regulatórias em vários países, como EUA, Reino Unido, Japão e Brasil.
Por fim, uma curiosidade: uma criptomoeda “cópia” do Bitcoin, chamada Bitcoin SV (Satoshi Vision), saltou 30% nesta semana e atingiu o maior preço de 14 meses. A moeda digital foi criada em 2018, após uma divisão na rede do Bitcoin Cash, que por sua vez é uma ramificação do Bitcoin original. O Bitcoin SV defende que segue a visão original de Satoshi Nakamoto, o misterioso criador do Bitcoin, cuja verdadeira história promete ser revelada em um novo livro.