Bom dia Investidores,
Ontem o Ibovespa caiu 0,32% e fechou aos 104.475 pontos, com um giro financeiro de R$ 12,4 bilhões, em mais um dia de giro fraco. No mês, o índice subiu 3,57%, sendo o 5º mês em alta, nos últimos seis meses.
Por aqui é grande a apreensão com a reforma da previdência, que tem data marcada de votação para o segundo turno no dia 10/10, mas para isso, tem que ser confirmada em primeiro turno hoje, o que a primeira vista não parece ser um problema, visto que para ser aprovada, precisará de 49 votos dos 81 senadores. Davi Alcolumbre, presidente do Senado, contabiliza pelo menos 63 votos à favor, uma margem tranquila.
O segundo problema não é se será aprovada ou não, mas sim o que será aprovado, pois a oposição ainda tentará desidratar parte da reforma, que no momento, prevê uma economia de R$ 870 bilhões ao cofres públicos em dez anos. Se ela for desidratada na votação de hoje, poderá derrubar a bolsa.
Além disso, vale lembrar que os investidores seguem receosos com o julgamento do STF que será retomado amanhã.
No cenário externo, é o Golden Week na China e o mercado ficará fechado por uma semana. Do dia 1 ao dia 7, as bolsas de Xangai e de Hong Kong ficarão fechadas, reduzindo a liquidez dos mercados.
Após esse período, será retomada as negociações comerciais entre China e EUA, mas precisamente no dia 10, o que anima os mercados. Além disso, o governo norte-americano não irá restringir fluxos de capital para a China ou deslistar empresas chinesas nas bolsas americanas, desmentindo as notícias da véspera e ajudando a impulsionar o mercado.
Apesar de um cenário externo mais positivo, pesou mais a apreensão com a votação da PEC da previdência e com o julgamento do STF, derrubando a bolsa por aqui.
Começando pelas Petrobras (SA:PETR4) que recuou 0,40%, acompanhando a queda do preço do barril de petróleo. Já as ações da Vale (SA:VALE3) subiram 0,19%, acompanhando a alta do preço do minério de ferro. É sempre importante ficar atento as correlações, por exemplo, Vale e o preço do minério de ferro tem correlação positiva, quando o minério sobe, as ações da Vale tendem a subir também.
Outro exemplo é Embraer (SA:EMBR3) e dólar, como a Embraer fornece muito avião para o exterior e grande parte da receita é em dólar, as ações da Embraer tendem a subir quando o dólar sobe. Esse conceito é muito importante quando se estrutura um portfólio de investimentos, tem que ter papéis com correlação negativa na carteira, ou seja, quando um sobe, o outro cai, para aumentar o poder da diversificação e se proteger das perdas.
Os bancos tiveram um dia de queda, com o Itaú (SA:ITUB4) recuando 1,41%, Bradesco (SA:BBDC4) caindo 1,68%, Santander (SA:SANB11) caindo 1,09% e Banco Inter (SA:BIDI4) caindo 0,79%. A exceção é Banco do Brasil (SA:BBAS3) com alta de 0,33%.
Com o fechamento do mês, as três maiores altas de setembro foram Marfrig (SA:MRFG3) subindo 31,98%, Suzano (SA:SUZB3) subindo 15,72% e Braskem (SA:BRKM5) subindo 15,24%. Já as três maiores quedas no mês foram de Eletrobras (SA:ELET3) e ELET6 (SA:ELET6) recuando respectivamente, 12,60% e 10,50%, e a terceira maior baixa foi de MRV (SA:MRVE3) caindo 10,46%.
Indo para o dólar, a moeda fechou com leve variação para baixo de 0,02%, fechando a R$ 4,15. No mês a moeda subiu 0,31%, o que não é nada se comparado ao mês de agosto, quando o dólar subiu 8,45%. Já o euro recuou 0,44% a R$ 4,53.
Os DIs fecharam praticamente de lado, o DI jan 2021 caiu de 4,96% para 4,95%, enquanto o DI jan 2025 subiu de 6,66% para 6,67%. Falando em taxa, ontem o boletim Focus mostrou uma redução na expectativa da taxa Selic para o final desse ano, de 5% para 4,75%.
Os títulos do Tesouro Direto fecharam com queda nas taxas. A NTN-B 2026 caiu de IPCA + 2,78% para IPCA + 2,76%. Já a LTN 2022 caiu de 5,56% para 5,54% enquanto a NTN-F 2029 caiu de 7,01% para 6,99%. Já a NTN-B Principal 2024, manteve o seu juro real em 2,60%.
Na agenda hoje teremos, além da votação da PEC da previdência no Senado, às 16hrs, o IPC-S às 8hrs e a produção industrial às 9hrs. E às 15hrs, balança comercial de setembro.
Indo para os Estados Unidos o dia foi de alta, com o Dow Jones subindo 0,36%, S&P500 subindo 0,50% e Nasdaq subindo 0,70%. No mês, as bolsas também fecharam positivas por lá, com o Dow Jones acumulando alta de 1,95%, o S&P500 subindo 1,72% e o Nasdaq subindo 0,46%.
O mês foi marcado por uma aproximação maior entre China e EUA, apesar dos ruídos causados por uma indecisão do FED em relação a taxa de juros norte-americana.
Os títulos do Tesouro norte-americano fecharam em alta no curto prazo, com a T-Bill para 3 meses subindo de 1,78% para 1,87%, enquanto os títulos mais longos fecharam em queda. A T-Note para 10 anos caiu de 1,68% para 1,67%, lembrando que esse título estava pagando 2,69% em janeiro, mostrando o movimento de queda de juros e política monetária expansionista. Já a T-Bond caiu de 2,13% para 2,11%
Os índices futuros estão com leve alta, não indicando tendência na abertura.
Na agenda por lá teremos o índice de atividade industrial às 10h45 pela Markit e às 11hrs pelo ISM. Além disso, três membros do FED irão discursar hoje.
Indo para a Europa, as bolsas abriram em leve queda, com o Euro Stoxx caindo 0,07%, Frankfurt recuando 0,05%, Paris caindo 0,12% e Londres caindo 0,37%. Por lá teremos o PMI/Markit na Alemanha e zona do euro hoje.
Na Ásia, Tóquio fechou em alta de 0,59% e Seul subiu 0,45%. As bolsas de Xangai e Hong Kong ficarão fechadas a semana inteira por conta da Golden Week.
O preço do barril de petróleo caiu com a notícia de que a Saudi Aramco já restabeleceu 100% de sua produção após os bombardeios. O WTI caiu 3,30% à US$ 54,07 e o Brent caiu 2,93% à US$ 59,25.
O OZ1D despencou 4,00% com a trégua na guerra comercial. As criptomoedas seguem em recuperação nas últimas 24 horas, com o Bitcoin subindo 3,84%, a Ethereum subindo 3,56% e a Ripple subindo 0,15%.
O IFIX fechou com alta de 0,24%, e teve como maiores destaques o FII Brazilian Graveyard and Death Care Services (CARE11) com alta de 9,29%, já a maior queda foi do FII General Shopping e Outlets do Brasil (GSFI11) com queda de 6,59%.
Ótima terça e bons negócios!