Mercados Globais
O primeiro destaque internacional é a alta do petróleo por conta da interrupção do funcionamento do maior oleoduto do Reino Unido no mar do Norte. O UK Forties é responsável por 450 mil barris por dia e a suspensão de seu funcionamento incentivou a alta dos preços do petróleo do tipo Brent, produzido no mar do norte, que superou os US$ 65 o barril. Veja o gráfico do petróleo tipo Brent:
Essa alta dos preços, na véspera da divulgação dos dados de produção e estoques dos EUA, incentivou altas dos preços das empresas de petróleo. O cenário geral para as bolsas, no entanto, é de cautela por conta da agenda carregada da semana. Hoje também foram divulgados os índices de confiança elaborados pelo instituto alemão ZEW. Os índices apresentaram um leve declínio, depois de três altas seguidas.
O segundo destaque internacional é o início da reunião de política monetária do Federal Reserve dos EUA. Os membros do comitê de política monetária (FOMC) devem elevar a taxa básica de juros em 0,25% e sinalizar para os próximos passos, tanto dos juros como da quantidade de moeda em circulação. A reunião começa hoje e termina amanhã. Na quinta feira o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra também anunciarão suas taxas básicas e esses anúncios movimentarão os mercados de moedas e os acionários.
Brasil
No Brasil, o cenário para a aprovação da reforma da previdência continua pouco claro, com a probabilidade de votação nesse mês em 40%, segundo a consultoria Eurasia. Os repórteres da Folha de São Paulo estimam que o governo tenha hoje cerca de 270 votos, dos 512 que formam a totalidade da Câmara de deputados. Esse total de votos a favor desestimula a votação, por colocar riscos enormes à aprovação da PEC, que precisa de 2/3 dos votos. Os discursos dos líderes vão mostrando, de forma tímida, o recuo em relação à meta inicial de votação na semana que vem. Com esse cenário a bolsa continua caindo, colocando um prêmio razoável sobre os preços, de sorte a considerar a probabilidade do adiamento da votação. Após ensaiar uma recuperação na semana passada, atingindo os 74.300 pontos, o Ibovespa está operando “de lado”, entre os 72 e 73 mil pontos, veja o gráfico:
O Banco Central divulgou a ata da última reunião de política monetária, que reduziu a SELIC para 7%. A ata sinalizou que o próximo movimento da autoridade dependerá da aprovação da reforma previdenciária. A reunião ocorrerá nos dias 6 e 7 de fevereiro e os diretores esperam que a reforma tenha passado para reduzir os juros para 6,75%. Apesar de sinalizarem claramente que se as condições atuais da inflação, tanto a observada como a esperada, continuarem como estão, eles tendem a reduzir os juros. Mas se a reforma não passar, os movimentos da SELIC mudam por conta das reações esperadas dos mercados a esse evento frustrante e pela perspectiva negativa sobre o que a diretoria do BC entende como “sustentabilidade do ambiente do ambiente com inflação baixa e estável, para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia (…)”. Dito de forma mais direta: se os parlamentares querem ver a taxa SELIC caindo, contribuindo para a retomada da economia em ano eleitoral, eles devem votar pela aprovação da reforma.
A abertura manteve o tom baixista para a bolsa. Juros e dólar subiram, mostrando aumento da aversão ao risco.