A inflação ao consumidor da China foi divulgado ontem com um resultado abaixo do esperado. Nos últimos tempos, a China sempre serviu de termômetro para a inflação mundial, “exportando” esses indicadores a outras grandes nações, os quais influenciam tanto na tomada de decisão das taxas de juros quanto na cotação da moeda americana frente aos seus pares.
Então, podemos entender que o número deste indicador abaixo do esperado será capaz de acalmar os ânimos e o pessimismo com a inflação global? Certamente que a resposta não é tão simples assim.
Hoje o mundo vive às sombras de um pós-pandemia em que os governos mundiais se endividaram investindo fortunas nas economias locais e estamos pagando esse preço neste momento, claro que somado a muitos outros fatores como um consumo de produtos e serviços reprimidos, guerra e as questões fiscais. Um resultado abaixo do esperado na inflação chinesa também mostra uma possível redução na atividade econômica por lá, significando um risco às empresas e países que tanto dependem da demanda chinesa por produtos de infraestrutura e consumo principalmente.
Amanhã, o IBGE divulgará às 09h30 a nossa inflação oficial, o IPCA, com perspectiva de aumento em relação ao valor anterior. Meia hora mais tarde, será anunciada a inflação ao consumidor dos EUA, com expectativa de alta de 0,2% em comparação mensal. Das últimas vezes, este foi um dos principais drivers de mercado, influenciando nas cotações das moedas mundo afora e, por aqui, não foi diferente. Contratos futuros de dólar se valorizaram mais de 100 pontos ante a divulgação, vimos o cotação da moeda se aproximar de R$ 5,40 em poucos segundos e recuando até R$5,050 no início deste mês de novembro, pós segundo turno das eleições presidenciais e redução nas tensões locais.
Por fim, certamente teremos este fantasma da inflação mundial e os controles econômicos e fiscais assombrando os países e, por aqui, não deve ser diferente por um tempo. No entanto, caso consigamos sinalizar ao mercado um compromisso ao teto de gastos e principalmente a equipe que estará à frente do ministério da Fazenda no próximo governo serem pessoas reconhecidamente competentes, podemos apontar mais adiante a um período de recuperação e crescimento melhores que temos visto na Europa por exemplo. Somos capazes de vencer um ciclo de baixa e pra isso acontecer, muito precisa ser feito e conquistado.
Colaboração: Marcos Alexandre Pinto