Ainda que haja uma expectativa otimista sobre a tramitação do arcabouço no Congresso, o adiamento cria um desconforto no mercado e amplia a ansiedade. Pode ser hoje, mas também pode ser no decorrer da semana! Vamos acompanhar. Mas, de qualquer maneira, o arcabouço deve passar.
Já no exterior, cresceram as apostas de que o Federal Reserve elevará os juros em sua próxima reunião de política monetária.
O dólar à vista fechou o dia ontem cotado a R$ 4,938. Uma leve alta, mas ainda operando bem abaixo da barreira psicológica dos R$ 5,00.
Apresar desta leve alta, mercado está apostando em dólar para baixo. Os motivos são a tramitação do arcabouço e o fato de o Brasil seguir com juros básicos elevados, atualmente em 13,75% ao ano, o que torna o país atrativo para os investidores estrangeiros. Porém, em maio, devem subir os juros americanos, ainda que 0,25 pp, e com isso dar um pequeno fôlego para o dólar.
Mas, falando em Brasil, tudo pode acontecer. Qualquer solavanco político tem potencial para virar a canoa! O próprio boletim Focus de ontem veio “ruinzinho”. Os economistas consultados pelo BC elevaram as estimativas para o IPCA de 2023 de 5,98% para 6,01% e diminuíram as expectativas para o crescimento da economia brasileira em 2023 de 0,91% para 0,90%. Em relação ao dólar, as apostas para 2023 caíram de R$5,25 para R$5,24. Para 2024, caíram de R$5,27 para R$5,26, mas o valor estimado em 2025 segue em R$5,30. Eu, particularmente, acho surreal fazer projeção de dólar assim. Longo prazo para câmbio é pedir para errar.
Podemos manter um certo otimismo, até porque temos a recuperação da China pós-Covid e expectativas de aumento de exportações brasileiras para o maior parceiro comercial do país, além de ingressos de fluxo de capitais no mercado interno. No radar, estão os acordos bilaterais assinados entre os governos brasileiro e chinês, de R$ 50 bilhões, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva -- e com o da Arábia Saudita, de R$ 12,5 bilhões.
E no calendário econômico para hoje, teremos a Balança Comercial e a Percepção Econômica na Zona do Euro. Nos EUA, o foco é na Construção de Novas Casas, além do discurso de Bowman, membro do Fomc. Por aqui, agenda vazia! Olho mesmo no arcabouço!
Bons negócios e muito lucro, pessoal!