A queda em níveis recordes do rendimento dos títulos do tesouro americano, em especial os de 10 anos confere uma vantagem redobrada aos EUA no atual contexto econômico e geopolítico.
Com a alta do dólar e sendo os EUA a reserva global de valor, questões como necessidade de ajustes fiscais, aproveitando o momento econômico positivo (seria o ideal, obviamente), preocupações com a inflação e aperto monetário são relegados a um segundo plano.
Para políticas expansionistas como as de Trump, o cenário é ideal, pois ainda que a guerra comercial esteja longe de um conclusão definitiva e novos “alvos” podem surgir, a confiança dos investidores nos EUA como porto seguro financia constantemente os déficits americanos.
No ponto de vista de algumas empresas americanas, o dólar valorizado pode ser um problema em termos comerciais, porém com a posição global dos EUA sendo somente ameaçada pela China e o parque industrial americano instalado em grandes partes fora do país, a perda de competitividade em vista à valorização do dólar é compensada pela escala da demanda mais expressiva.
Este é um cenário muito particular para a economia americana e sustenta no curto e médio prazo a novidade de inflação baixa, com atividade econômica em expansão e mercado de trabalho aquecido, algo que dificilmente aconteceria com o Brasil, por exemplo.
Com o Yen relativamente estável na faixa dos 110, o Euro e a Libra em desvalorização desde o pico de preços de abril do ano passado, restam aos EUA serem o porto seguro global, num momento bastante sui generis com a série de eventos que permeiam o mundo.
Ao Brasil, resta aguardar a aprovação das reformas e o possível impulso dos recursos locais e internacionais que podem ser alocados por conta da melhora das perspectivas econômicas.
Neste momento, somos um potencial alvo global de investimentos, mas tão somente um ‘potencial’, dependendo necessariamente das reformas estruturantes.
CENÁRIO POLÍTICO
Após os protestos, o presidente Bolsonaro agora entra no processo de articulação com os membros de diversos poderes, num café da manhã com Toffolli (STF), Maia (Câmara) e Alcolumbre (Senado), algo que na verdade deveria ter sido feito desde que retornou da operação em fevereiro.
A criação de ruído por parte do governo tem sido por alguns analistas indicada como estratégia, de forma a usar uma espécie de “bate e assopra” com os diversos poderes.
O problema que até agora, a efetividade disso tem sido totalmente discutível, sendo melhor o diálogo como ocorre neste momento.
As manifestações foram importantes para demonstrar que, acima do apoio ao presidente, existe um apoio claro às reformas, daí a necessidade de continuidade das negociações de maneira a garantí-las o mais inalteradas possível.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com o retorno do referencial das bolsas americanas.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, com alívio quanto à guerra comercial.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta, com cortes da OPEP.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 6%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0419 / 0,47 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,045%
Dólar / Yen : ¥ 109,37 / -0,128%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / -0,032%
Dólar Fut. (1 m) : 4037,50 / 0,52 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 20: 6,36 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,75 % aa (-0,59%)
DI - Janeiro 23: 7,91 % aa (-0,50%)
DI - Janeiro 25: 8,52 % aa (-0,58%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,32% / 94.864 pontos
Dow Jones: 0,37% / 25.586 pontos
Nasdaq: 0,11% / 7.637 pontos
Nikkei: 0,37% / 21.260 pontos
Hang Seng: 0,38% / 27.391 pontos
ASX 200: 0,51% / 6.485 pontos
ABERTURA
DAX: -0,238% / 12042,48 pontos
CAC 40: -0,356% / 5317,21 pontos
FTSE: -0,067% / 7272,82 pontos
Ibov. Fut.: 1,41% / 95158,00 pontos
S&P Fut.: -0,074% / 2829,70 pontos
Nasdaq Fut.: -0,075% / 7310,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,82% / 79,34 ptos
Petróleo WTI: 0,96% / $59,19
Petróleo Brent:0,24% / $70,28
Ouro: -0,11% / $1.283,93
Minério de Ferro: 0,85% / $98,14
Soja: 0,75% / $14,74
Milho: 2,04% / $412,25
Café: -0,48% / $92,85
Açúcar: 0,43% / $11,71