A saída de Wilson Ferreira Jr. da presidência da Eletrobras (SA:ELET3) gerou nova onda de desalento nos mercados. Realmente, Ferreira junta-se à Rubens Novaes e Salim Mattar para completar o trio dos que partiram, desanimados com o ritmo das privatizações: Novaes, após ser atropelado quando programava uma privatização progressiva do Banco do Brasil (SA:BBAS3); Mattar, o capo das privatizações, irritado com a inapetência parlamentar em relação ao tema. E agora, Ferreira, há 4 anos envolvido em vender parte dos ativos da Eletrobrás, troca-a pela BR Distribuidora (SA:BRDT3).
A estagnação das privatizações mostra como é baixa a eficácia da nossa democracia. De fato, quem ganha com não privatizar? Funcionários da estatal, com suas polpudas remunerações, muito maiores do que receberiam no setor privado e os políticos nomeados para os cargos de comando, com salários e mordomias geralmente muito além de suas competências. Quem perde? Todos nós, pois sempre que se vende patrimônio público para reduzir dívida ou efetivar investimento, a eficiência da economia aumenta. Sem esquecer a maior competência do setor privado em atender demandas de consumidores. Ora, que democracia é esta, em que o interesse de uma minoria prevalece sobre o da maioria?
A resposta é simples: temos uma democracia em formação, amadurecendo, depois de um longo período ditatorial. E ela é como vinho, melhora com o passar do tempo. Quanto mais a Mídia repercutir o desacato que é o corporativismo estatal manipulando o patrimônio público em seu proveito, mais pressionado se sentirá o Congresso a optar pela modernização econômica. Temos que conscientizar o eleitor do que está em jogo, derrotando o parlamentar aliado do atraso, no próximo pleito, expondo fake news, como a alegada privatização do SUS, quando se procurava apenas conseguir empreendedores que assumissem hospitais e postos de atendimento existentes, prestando melhores serviços por custo inferior ao hoje arcado pelo Sistema.
Para tanto, não nos dispersemos. Ferreira não se demitiu em protesto por Guedes tê-lo abandonado. Ao contrário, reconhece que a prioridade da privatização para o Executivo continua lá. E, convenhamos, para assumir a presidência da BR Distribuidora, seria natural uma saída dele, mesmo que a privatização estivesse galopando. Ademais, a guerra sequer começou. Só depois da eleição das presidências de Camara e Senado, na próxima semana, saberemos como evoluirá a relação entre Executivo e Parlamento; até lá, ambições e vaidades pessoais prevalecerão sobre a agenda nacional.
Enquanto Guedes continuar no comando da economia e o Governo avançar na constituição de uma maioria parlamentar, nada está perdido. Prestigie o Posto Ipiranga, lá tem cashback.