A proximidade do término da moagem de cana em algumas usinas do estado de São Paulo e as vendas aquecidas do etanol hidratado nos postos sustentaram os preços ao produtor paulista em outubro. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado das semanas cheias de outubro foi de R$ 1,7854/litro, alta de 5,93% na comparação com a média das semanas cheias de setembro (R$ 1,6855 /litro). Quanto ao etanol anidro, a média das semanas cheias em outubro fechou a R$ 1,9664/litro, alta de 7,58% frente a do mês anterior (R$ 1,8279/litro) – ambos considerando apenas o mercado spot de São Paulo.
Esse cenário se deve às altas na primeira quinzena do mês, visto que os preços caíram a partir da segunda quinzena, pressionados pela maior necessidade de venda por parte de algumas usinas. Além disso, no final de outubro, algumas unidades intensificaram as vendas após os novos ajustes negativos nos preços da gasolina A nas refinarias – em outubro, o preço médio da gasolina A foi de R$ 2,111/litro, queda de 5,13% em relação ao de fevereiro/18 (R$ 2,2251/l).
Nas bombas, o abastecimento com etanol hidratado segue favorável nos principais estados produtores do Centro-Sul. Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em outubro, a cotação média do biocombustível em São Paulo foi de R$ 2,998/litro e a da gasolina C, de R$ 4,538/litro, mantendo a relação média de preços em 61,3%, favorável ao etanol pelo sexto mês consecutivo. Ainda, em Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, a paridade entre gasolina C e etanol também foi inferior a 70%, de 59,8%, 61,9%, 62,1%, 66,1%, 68,5% e 69,1%, respectivamente, também sendo vantajoso o abastecimento com o etanol hidratado.
NORDESTE – Em Pernambuco, Alagoas e Paraíba, em pleno período de safra, os preços do etanol hidratado apresentaram estabilidade para produtores em outubro. Apesar da maior oferta, as cotações acompanharam a movimentação do etanol do Centro-Sul do Brasil. O etanol anidro, por outro lado, se valorizou no período. Vale ressaltar que colaboradores do Cepea citam a chegada de navios com etanol anidro importado no porto de Suape, o que pode influenciar o comportamento dos preços do produto naciona nas próximas semanas. Nesse cenário, em Pernambuco, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado caiu 0,55% frente a set/18, fechando a R$ 1,6575/litro (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins) em out/18. O Indicador CEPEA/ESALQ do anidro fechou a R$ 2,0500/litro (sem frete e sem PIS/Cofins), alta de 2,86% no mesmo período de comparação.
Em Alagoas, o Indicador CEPEA/ESALQ do biocombustível fechou a R$ 1,6725/litro (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins) em outubro, queda de 0,9% frente a setembro. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, houve aumento de 4,08% frente a set/18 fechando a R$ 1,9956/litro (sem frete e sem PIS/Cofins).
Na Paraíba, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado apresentou leve alta de 0,65% em out/18 frente a set/18, fechando a R$ 1,6694/litro (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins). Para o anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 2,0510/litro (sem frete e sem PIS/Cofins), alta de 4,1% frente ao mês anterior.
Nos postos dos principais produtores do Nordeste, a relação entre os combustíveis no último mês diminuiu, devido ao período de safra, favorecendo o abastecimento com o biocombustível. Na Paraíba, a relação média de preços foi de 69,3% e em Pernambuco e Alagoas, de cerca de 70%, indiferente para o abastecimento com gasolina C ou etanol hidratado. Os dados são da ANP.
EXPORTAÇÕES – Em outubro, foram embarcados 278,7 milhões de litros de etanóis anidro e hidratado, com receita de US$ 139,6 milhões (R$ 524,7 milhões), segundo dados da Secex. O volume exportado aumentou 58% quando comparado ao de setembro/18 e a receita subiu 65% no mesmo período de comparação. Frente a outubro/17, as altas foram de 82% no volume e de 58% na receita. Na soma da safra 2018/19, foram envidados para o exterior mais de 1,15 bilhão de litros de etanol, de acordo com dados da Secex.