Europa corre risco de entrar em colapso com o EUR/USD em 1,20?

Publicado 11.07.2025, 14:15

O EUR/USD ultrapassou US$ 1,175, atingindo níveis vistos pela última vez em agosto de 2021, após a notícia de uma proposta dos EUA para a UE com relação a um acordo comercial. A proposta prevê a manutenção de uma tarifa básica de 10% com isenções para determinados setores, incluindo aeronáutica e álcool.

Washington não forneceu detalhes sobre possíveis isenções para outros setores, como automóveis, aço, alumínio e produtos farmacêuticos, conforme solicitado pela UE. A União Europeia pretende chegar a um acordo preliminar com os Estados Unidos até o final da semana para manter a tarifa de 10% além do prazo de 1º de agosto, enquanto as negociações para um acordo permanente continuam.

Enquanto isso, a União Europeia anunciou sua intenção de introduzir tarifas compensatórias sobre uma seleção de produtos americanos em resposta às tarifas americanas sobre metais. As autoridades europeias também sinalizaram que, caso não se chegue a um acordo, outras medidas poderão ser implementadas, incluindo controles de exportação e restrições ao acesso de empresas norte-americanas a contratos públicos. Em termos de política monetária, os operadores de mercado estão descontando a possibilidade de apenas mais um corte nas taxas pelo BCE antes do final do ano.

Após um período de aceleração acentuada, a taxa de inflação na zona do euro se alinhou à meta de 2%. De acordo com as estimativas preliminares fornecidas pelo Eurostat, o índice básico - que exclui os componentes de alimentos e energia - também permanece estável em 2,3%, reforçando a evidência de um declínio nas pressões inflacionárias gerais. Entretanto, as tensões permanecem nos setores de serviços e alimentos, onde ainda são observados aumentos persistentes de preços.

A inflação no setor de serviços aumentou 3,3% em junho, enquanto os preços dos alimentos continuam a ser um dos principais fatores de pressão sobre os orçamentos das famílias. A percepção da inflação pelos consumidores continua significativamente mais alta do que os números oficiais: basta dizer que a inflação média percebida pelos consumidores europeus tem se mantido estável em 3,1% há vários meses. Essa diferença contribui para a insatisfação social e prejudica a confiança nas políticas econômicas adotadas.

Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu está mantendo uma postura cautelosa. Embora as expectativas de inflação de curto prazo estejam diminuindo, os analistas consideram improvável um novo corte nas taxas na próxima reunião, em julho. O banco central pretende evitar um aumento prematuro da demanda que poderia se traduzir em novos aumentos de preços, especialmente à luz das persistentes incertezas geopolíticas que afetam os mercados de energia.

Em resumo, embora a estabilização da inflação seja uma conquista significativa, ela continua frágil e sujeita a variáveis exógenas difíceis de controlar, como os preços da energia, que são fortemente influenciados pelos equilíbrios geopolíticos. Além disso, essa estabilização não parece ser suficiente para estimular a recuperação econômica em um contexto caracterizado por sinais claros de fraqueza.



A taxa de câmbio está agora se aproximando de 1,20, e é importante analisar as possíveis consequências de uma taxa tão alta.

A valorização do euro é outro fator crítico: o fortalecimento da moeda única em relação ao dólar está causando preocupação.

Uma taxa de câmbio de até US$ 1,20 continua sendo administrável; entretanto, uma valorização além desse nível poderia exercer uma pressão significativa sobre a economia europeia.

Um euro excessivamente forte penaliza as exportações, reduzindo a competitividade das empresas europeias nos mercados internacionais. Essa dinâmica exacerba as dificuldades já enfrentadas pelo setor industrial, que continua a operar abaixo do limite de expansão: por exemplo, o índice PMI permanece abaixo de 50 pontos em muitas economias importantes, incluindo a Itália e a França, indicando uma fase de contração. Apenas a Espanha está apresentando crescimento moderado.

Em vista da fraqueza do dólar e do contínuo fortalecimento do euro, espera-se uma realocação dos investimentos, com um aumento da exposição aos mercados dos EUA e uma redução simultânea do peso das ações europeias no portfólio.

Atualmente, mantenho posições longas abertas nas seguintes ações: Codexis (NASDAQ:CDXS), Palisade (NASDAQ:PALI), Hermes International (BS:RMSp), AutoZone (NYSE:AZO), Hycroft Mining (NASDAQ:HYMC) e Intuit (NASDAQ:INTU).

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