Na terça-feira (10/04), as cotações do par euro/dólar fecharam em alta. Houve forte volatilidade no mercado depois do discurso do membro do BCE, Ewald Nowotny. Ele afirmou que o programa de quantitative easing será aplicado ainda este ano e que, antes de aumentar as taxas de juros, o BCE inicialmente aumentaria a taxa para os depósitos, de -0,4% para -0,2%. Depois disso, a cotação do euro subiu para 1,2378.
No BCE, informaram que a declaração de Nowotny representava apenas sua opinião pessoal, não refletindo a opinião do conselho administrativo do BCE. Após isso, a cotação voltou para 1,2325.
Ao final do dia, o par euro/dólar encerrou no nível de 1,2355, em um contexto de demanda crescente por ativos de risco e do enfraquecimento geral do dólar. As declarações do presidente chinês, Xi Jinping, deram mais tranquilidade aos investidores sobre o tema das relações comerciais entre EUA e China.
Xi Jinping não pôs mais brasa à fogueira do conflito comercial entre os países. Ele declarou que as tarifas de importação poderão ser reduzidas, assim como se está considerando internamente a abertura da economia chinesa aos investidores estrangeiros.
Análise Técnica
Minhas expectativas de queda da cotação para 1,2275 não se confirmaram. A tendência de alta do euro, que começou em 06/04, foi intensificada com as declarações de Ewald Nowotny. O preço, na sequência, retornou ao nível de 1,2325, mas, diante de um cenário de enfraquecimento generalizado do dólar, acabou se recuperando até 1,2361.
Os compradores encontraram resistência nas proximidades do grau 135. Considerando a divergência de baixa e o agendamento das publicações dos protocolos do FOMC, a previsão é de um rebote para a linha lb. Como os pares cruzados estão sendo cotados em alta, os compradores, estimulados pela tendência local, podem atualizar o máximo e levar à formação de dupla divergência de baixa.
Às 14:00 (GMT+3), está agendado o discurso de M. Draghi. Por conta das declarações de Nowotny ontem, é possível que ele traga mais informações sobre o tema da QE (Quantitative Easing).
Há outra questão que me preocupa. Sob falsos pretextos contra a Síria, os Estados Unidos pretendem realizar um novo ataque. Durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão da Síria, o representante permante da Rússia na organização, o embaixador Vasily Nebenzya instou o Ocidente a “conter a retórica belicosa” e parar com as descuidadas ameaças, que desafiam a segurança mundial. Lá estão soldados russos; portanto, o uso da força pode levar a sérias consequências.
Sabendo que os EUA arrastam todo mundo para os conflitos, não se sabe como essa operação poderá afetar os mercados financeiros. De qualquer modo, é bom ficar de olho na dinâmica dos preços do petróleo e dos ativos de proteção.