BBAS3: Por que as ações do Banco do Brasil subiram hoje?
Agosto foi marcado por uma elevação na percepção de riscos dos investidores com relação aos mercados brasileiros de um modo geral. O maior patamar de riscos causou queda da bolsa (Ibovespa -3,44%), aumento nos juros futuros longos (de 6,90% a.a. para 8,00% a.a.) e desvalorização do real (US$ + 5,15%).
O maior temor dos investidores é que o governo Bolsonaro abandone o projeto liberal para a economia, optando por aumento de gastos públicos em busca de popularidade que viabilize votos. A foto da situação fiscal do governo ao final de 2020 é muito feia e se nada for feito teremos problemas para 2021 em termos de financiamento da dívida, inflação, juros e crescimento da economia.
Fazer nada não é opção. Algo será feito e será bem recebido pelo mercado. Apesar de certa falta de convicção do governo que ter contas bem ajustadas é pré-condição para o crescimento do PIB, as informações que vêm de Brasília nos mostram que algo será feito. Não o ideal, mas o necessário. Parece que o senso de responsabilidade está falando alto.
Reforma tributária, reforma administrativa, pacto federativo, aceleração das privatizações, manutenção do teto de gastos, reformas microeconômicas. O cardápio é extenso e parte disso tudo deve avançar inicialmente em termos de discussões e depois em votações que devem se arrastar por um tempo maior. Mas o avanço do processo deve dar certo conforto para os investidores. Setembro e outubro serão meses chave e podem trazer otimismo para os mercados.
Se de fato estivermos certos a respeito de avanços ao menos parciais nos ajustes macroeconômicos, todo o mercado de ações será beneficiado.
Sabemos que as coisas no Brasil nem sempre são fáceis e certamente teremos idas, vindas e frustrações ao longo do caminho, o que pode gerar oportunidades interessantes de troca de ações aproveitando oscilações pontuais de preços.
Setores que se beneficiem de uma melhor percepção de risco do Brasil estão no foco: Infraestrutura, Logística e Utilities. Bons negócios!