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Federal Reserve Enfrentará Duplo Desafio e Transição em seu Conselho Monetário

Publicado 03.01.2022, 09:36

O Federal Reserve continuará andando sobre a corda bamba que separa a oferta de estímulo suficiente para a recuperação econômica dos EUA e a ancoragem das expectativas de inflação diante da disparada dos preços no país.

O percurso não foi fácil em 2021 e deve ficar ainda mais difícil em 2022. O presidente do Fed, Jerome Powell, abandonou a palavra “transitória” para descrever a inflação, mas não mudou de fato sua postura. Outros formuladores da política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) estão percebendo, tardiamente, que precisam começar a elevar os juros neste ano para conter a inflação, mas acreditam que isso ainda pode esperar mais alguns meses.

Presidentes de bancos regionais estão mais “hawkish”

O Fomc passa por uma rotação anual de presidentes de bancos regionais, com quatro novos membros assumindo posições de voto. Além disso, a expectativa é que o presidente dos EUA, Joe Biden, apresente uma lista de três indicações ao conselho de governadores, depois de prometer fazê-lo no início de dezembro.

Os novos membros votantes são de certa forma mais “hawkish” do que os chefes dos bancos regionais que estão de saída, mas isso tem pouca importância, desde que o painel se mova em paralelo sem qualquer dissidente. A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, provavelmente é a mais rígida com a política monetária do grupo e assumirá uma posição de voto. No passado, ela não hesitou em se opor à declaração de consenso e constantemente defendeu um aperto maior da política monetária.

O banco de Kansas City tem uma longa tradição de dissidência. O antecessor de George, Thomas Hoenig, que ficou à frente do banco por 20 anos, também votava frequentemente a favor do aperto. Ele não mudou de opinião. Em uma entrevista recente ao Politico, Hoenig, que foi presidente da Federal Deposit Insurance Corp. até 2018, disse o seguinte sobre as escolhas enfrentadas pelas autoridades do Fed:

“Não existe uma solução sem dor. Vai ser difícil. E quanto mais você espera, mais doloroso acaba ficando.”

James Bullard, chefe do Fed de St. Louis, também se tornará membro votante em 2022. Ele já defendia elevações de juros antes de qualquer outra autoridade do comitê no ano passado e deseja ver uma alta nesta primavera local.

A chefe do Fed de Cleveland, Loretta Mester, que também defende uma política monetária mais rígida, será a terceira a ter direito a voto na rotação de presidentes de bancos regionais. Em uma entrevista no início de dezembro, Mester disse que teria optado por uma redução mais rápida das compras de ativos do Fed em setembro, mas o painel só aprovou uma aceleração em dezembro.

A quarta posição com direito a voto será do Fed de Boston, que ainda não tem um presidente após a saída de Eric Rosengren em setembro, por causa de um revés político envolvendo a negociação de ações por parte dos membros do Fomc. O chefe do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, um centrista, assumirá seu lugar como suplente, até que o conselho do banco de Boston escolha um sucessor.

Diversidade no conselho de governadores entre em foco

Os presidentes dos bancos regionais não passam pela confirmação do Senado, mas precisam ter a aprovação do conselho de governadores de Washington. No atual clima político, é improvável que o conselho de Boston escolha um homem branco, e a presidente do conselho, Christina Paxson, que também preside a Universidade de Brown, prometeu realizar uma busca ampla.

Diversidade também é a palavra da moda na lista de indicados por Biden ao conselho de governadores do Fed. Por algum tempo, rumores em Washington davam conta de que o advogado-geral de Ohio, Richard Cordray, primeiro presidente da Secretaria de Proteção Financeira do Consumidor, seria o provável indicado à vaga de vice-presidente de regulação, mas suas chances desapareceram, inclusive porque sua nomeação seria controversa.

Agora os rumores para o cargo regulatório estão concentrados em Sarah Bloom Raskin, que exerceu um mandato como governadora do Fed durante a administração Obama e depois assumiu a posição de vice-secretária do Tesouro. A economista da Universidade de Michigan, Lisa Cook, e o professor do Davidson College, Philip Jefferson, ambos negros, são nomes que estão sendo aventados para as duas vagas no conselho de governadores.

Os três potenciais indicados provavelmente serão simpáticos às políticas progressistas defendidas pelo atual governo. Raskin, além da sua atuação na administração Obama, é casada com o proeminente congressista democrata de Maryland, Jamie Raskin. Cook tem o apoio do presidente democrata progressista do Comitê Bancário do Senado, Sherrod Brown. E Jamie, assim como Cook, faz parte do conselho consultivo do Instituto de Oportunidade e Crescimento Inclusivo do Fed de Minneapolis.

Os indicados ao conselho de governadores precisam passar pela confirmação de um Senado igualmente dividido. A Casa Branca e os parlamentares estão preocupados com a aprovação da legislação de gastos sociais do governo, portanto não se sabe a rapidez com que se dará a confirmação, inclusive a do segundo mandato de Powell.

Os membros remanescentes do conselho são o presidente Powell, Lael Brainard, democrata indicada ao cargo de vice-presidente, Michelle Bowman, ex-diretora de um pequeno banco e que foi reguladora bancária estadual em Kansas, e Christopher Waller, ex-economista-chefe do Fed de St. Louis sob o mandato de Bullard. Todos os governadores são membros votantes permanentes do Fomc.

É difícil prever de que forma suas trajetórias influenciarão as visões dos novos membros do Fomc sobre a política monetária (o banco regional de Dallas também está buscando um novo presidente), mas parece provável que os possíveis indicados adotem uma postura menos rígida e compensem qualquer influência “hawkish” dos membros votantes de 2022.

Por fim, a questão envolvendo a forma e a rapidez com que as autoridades do Fed enfrentarão o duplo desafio da Covid-19 e da inflação depende da liderança de Powell. Será um teste.

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