A Ferbasa (SA:FESA4) é a única produtora de Ferrocromo integrada das Américas, exercendo as atividades de mineração, metalurgia e produção florestal. Seus principais produtos são as ligas de Ferrocromo Alto Carbono (FeCrAC), Ferrocromo Baixo Carbono (FeCrBC), Ferrossilício (FeSi75) e Ferrossilício Cromo (FeSiCr), destinadas, principalmente, ao setor siderúrgico e à produção de aços inoxidáveis.
No 4T16 a empresa registrou vendas físicas de 54 mil toneladas de produtos, +4% sobre o volume do 4T15. Deste volume 77% foi colocado no mercado interno. Já no acumulado de 2016 o volume total das vendas atingiu 262 mil toneladas, +28% sobre 2015 e deste total 65% foi colocado no mercado interno.
A evolução em 2016 foi decorrente da alta disponibilidade de ligas produzidas, em função da estratégia traçada para garantir o abastecimento dos principais clientes, através da formação de estoque excedente, medida preventivamente adotada ante as incertezas que permeavam a renovação do contrato de fornecimento de energia firmado com a Chesf, em meados de 2015.
O aumento de 9,2% no consumo das ligas de cromo no mercado interno ocorreu, principalmente, devido às condições comerciais pactuadas com seus principais clientes, enquanto que, para as ligas de silício, houve uma retração neste no mercado, ocasionando uma redução de 7,9% nas vendas físicas deste produto.
No 4T16 a receita líquida da Ferbasa atingiu R$ 283 milhões, +13% sobre o 4T15 e em 2016 o faturamento se posicionou em R$ 1 bilhão, um acréscimo de 17,1%, se comparada ao ano de 2015, resultado justificado pelo incremento das exportações em todos os produtos, pela necessidade de redução dos estoques e continuidade do trabalho de manutenção de sua fatia de mercado no mercado interno. Tal avanço na receita advém, ainda, da combinação do crescimento de 28% do volume com a valorização de 8% do dólar médio praticado, apesar da redução de 20% nos preços médios ponderados, em dólar, de seus principais produtos.
O mercado interno decresceu 3,7% em comparação ao ano de 2015. Mesmo com um acréscimo de 5,6% nos volumes vendidos, houve uma queda de R$ 25 milhões na receita líquida, ocasionada pelo cenário de preços baixos e o difícil momento do setor siderúrgico brasileiro. O mercado externo gerou R$ 185 milhões de receita líquida a mais que o período anterior, determinada pelo aumento de 110% nos volumes vendidos.
Custos e Despesas
Para a Ferbasa o seu principal componente na formação de custo é a energia elétrica, por ser auto intensiva. Ao longo de 2016 este evento se fez presente, já que ocorreu um aumento de 13,4% no custo da energia elétrica, quando comparado o preço médio praticado em 2015.
Outro destaque que pressionou os custos se deu com a redução do volume de produção em relação aos anos anteriores, levando a registrar uma despesa referente a esta ociosidade no montante de R$ 31 milhões (ante R$ 3 milhões em 2015), sendo R$ 19 milhões na Planta de FeCr e R$ 12 milhões na Planta de FeSi.
Em despesas operacionais ocorreu pressão de gastos com o aumento das exportações e de pessoal. Mesmo assim, a Ferbasa registrou saldo Ebitda de R$ 43 milhões no 4T16, contra R$ 41 milhões no 4T15. No acumulado de 2016 o saldo Ebitda ajustado ficou em R$ 70 milhões, -72% sobre 2015. Vale (SA:VALE5) destacar que em 2015 a empresa contabilizou ressarcimento da Chesf, referente ao excedente financeiro da CONER - Conta de Energia de Reserva, que prejudicou a comparação entre os períodos citados.
Assim, a Ferbasa reportou lucro líquido de R$ 72 milhões no 4T16, contra R$ 19 milhões no 4T15. No acumulado do ano o lucro líquido ficou em R$ 70 milhões, contra R$ 250 milhões em 2015.