Apesar da alta de preços do frango vivo em março, o poder de compra do avicultor paulista caiu frente ao milho, conforme apontam levantamentos do Cepea. Isso porque, segundo o Centro de Pesquisas, o cereal se valorizou em maior intensidade no período. Já em relação ao farelo de soja, a situação melhorou ao produtor avícola. No mercado do frango vivo de corte, dados do Cepea mostram que as cotações reagiram em março, influenciadas pelo aquecimento das demandas interna e externa. No estado de São Paulo, a média do animal foi de R$ 5,51/kg, elevação de 2,7% sobre a do mês anterior.
OVOS: Exportações quase dobram no 1º tri
As exportações brasileiras de ovos, tanto in natura quanto processados, seguem em ritmo acelerado em 2025, com crescimento expressivo no primeiro trimestre do ano. Dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea mostram que foram embarcadas 8,65 mil toneladas de janeiro a março, 97% a mais que em igual intervalo de 2024. Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento das compras dos Estados Unidos, que vem enfrentando um surto de gripe aviária, é um dos motivos para o avanço. Apenas nos três primeiros meses de 2025, os EUA já importaram volume 28% superior ao total adquirido ao longo de todo o ano passado — foram cerca de 2,7 mil toneladas entre janeiro e março, contra 2,11 mil toneladas no ano passado inteiro. Assim, os Estados Unidos assumiram a liderança dentre os destinos das exportações brasileiras de ovos, sendo pouco provável uma mudança de cenário mesmo com o recente anúncio do governo norte-americano sobre a aplicação de uma tarifa de 10% sobre produtos do Brasil, ainda conforme avaliam pesquisadores do Cepea.
TILÁPIA: Preços têm movimentos distintos entre regiões
As cotações da tilápia viva ou no gelo registraram movimentos distintos dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea em março. No Norte e no Oeste do Paraná, os valores continuaram em queda, mas subiram nas demais. Muitos colaboradores consultados pelo Cepea indicam que a demanda avançou nas últimas semanas, principalmente devido à Quaresma, enquanto produtores paranaenses afirmam que a oferta de peixes ainda está elevada. De acordo com levantamento feito pelo Cepea, na região dos Grandes Lagos (noroeste do estado de São Paulo e divisa de Mato Grosso do Sul), a média foi de R$ 7,79/kg em março, alta de 3,5% em relação a fevereiro. Já no Oeste do Paraná, houve recuo de 2,7%, a R$ 7,46/kg; no Norte do estado, a média foi de R$ 8,61/kg, baixa de 2,4% em igual comparativo.
CITROS: Média da tahiti no 1º trimestre é a maior para o período em 6 anos
Levantamento da equipe Hortifrúti/Cepea mostra que as cotações da lima ácida tahiti estão mais firmes, sustentadas pela menor oferta de frutas de melhor padrão e pela boa demanda por parte da indústria. Nos três primeiros meses de 2025, época importante de processamento da tahiti, o preço médio da fruta pago pela indústria foi de R$ 25,06/caixa de 40,8 kg, 55% acima do registrado no mesmo período de 2024 e o maior para um primeiro trimestre desde 2019, quando esteve a R$ 29,95/cx, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de março/25). Segundo pesquisadores do Hortifrúti/Cepea, com as processadoras reduzindo o ritmo de moagem da laranja, parte do parque industrial citrícola concentra as atividades envolvendo a lima ácida tahiti. Agentes consultados pelo Hortifrúti/Cepea reportam que a presença das indústrias no mercado está auxiliando no escoamento de frutas fora do padrão à moagem e reduzindo, consequentemente, o volume desse tipo de lima para o mercado fresco.