Os preços do frango vivo e da carne seguem em queda em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem da oferta elevada da proteína. Por outro lado, o típico aquecimento da demanda no início do mês limitou as baixas. Pesquisadores explicam que a disponibilidade de carne de frango no mercado doméstico acima da procura se dá em razão das restrições às exportações brasileiras da proteína, causadas, por sua vez, pela confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS) no dia 15 de maio. Agentes consultados pelo Cepea relatam que, apesar da melhora nas vendas neste início de mês, o atual cenário é marcado por forte concorrência, o que inviabiliza quaisquer ajustes positivos nas cotações da carne.
OVOS: Maior demanda de início de mês e oferta ajustada elevam preços
Após dois meses consecutivos de queda, os preços dos ovos vêm subindo neste início de junho na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo colaboradores do Centro de Pesquisas, com a virada do mês e a consequente melhora no poder de compra da população, a procura por ovos cresceu, movimento típico do período. Além disso, a oferta, que esteve elevada ao longo de maio, está mais ajustada, o que também contribui para o cenário de avanços, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Quanto à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), não há registros de novos casos em granjas comerciais no Brasil até o momento e, se assim permanecer, o País poderá retomar o status de livre da doença a partir de 18 de junho, quando se completam 28 dias desde o controle do foco, conforme o prazo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) para a recuperação do status sanitário.
CITROS: Boa produtividade será fundamental para fechar as contas em 25/26
Em meio aos altos custos de produção e à indefinição dos preços a serem pagos pela indústria, o citricultor precisará registrar produtividade elevada para conseguir pagar seus custos totais na safra 2025/26, apontam levantamentos do Hortifrúti/Cepea. Dados apurados pela equipe do Centro de Pesquisas mostram que os custos totais por hectare em 2025/26 devem superar em 16% os da temporada anterior, puxados pelos gastos com a colheita e com os defensivos visando os controles do psilídeo e do cancro cítrico. Quando considerada a produtividade média apontada pelo Fundecitrus para esta safra, de 900 caixas de laranja de 40,8 kg, pesquisadores do Hortifrúti/Cepea explicam que o atual preço ofertado no mercado spot, de R$ 45,00, seria insuficiente para fechar as contas no campo. Cálculos do Cepea apontam que a produtividade mínima para empatar com o Custo Total (CT) seria de aproximadamente 1 mil caixas por hectare, ainda considerando-se o preço atual.