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Gás natural: queda no mercado futuro de NY continuará ou alta será retomada?

Publicado 08.09.2022, 10:03
Atualizado 02.09.2020, 03:05
  • A crise da Cheniere LNG reverte o rali provocado pela explosão em Freeport LNG.
  • Magnitude da queda faz com que o mercado fique tecnicamente sobrevendido.
  • Previsão de aumento de estoques de 54 bilhões de pés cúbicos nos EUA.
  • Foi necessário o infortúnio de uma produtora de GNL para reverter o rali provocado pela crise de outra empresa do setor.

    Mesmo assim, não havia qualquer certeza de que grandes fundos de hedge, que promoveram a alta do gás natural futuro apesar dos fundamentos baixistas, estivessem dispostos a dar o assunto por encerrado.

    A decisão da EPA, agência de proteção ambiental dos EUA, de não conceder aos terminais de exportação da Cheniere LNG uma isenção à regra referente a emissões de turbinas foi o motivo principal para a forte queda de 11% até agora na semana do gás futuro negociado no centro de distribuição de Henry, da Bolsa Mercantil de Nova York.

    Gás natural diário

    Na semana anterior, a extensão do atraso no retorno operacional da Freeport LNG, uma usina de processamento de gás fechada desde junho, fez com que o centro de Henry registrasse sua primeira cotação de dois dígitos em 14 anos, em vez da baixa esperada por alguns operadores do mercado. Isso fez com que o contrato do gás natural futuro com vencimento mais próximo nos EUA cruzasse a marca de US$ 10 por unidade térmica.

    Alan Lammey, analista da consultoria de mercados de gás Gelber & Associates, de Houston, ressaltou que as negociações iniciaram a semana mais curta com forte atividade vendedora logo após o feriado do Dia do Trabalho nos EUA, na segunda-feira.

    Entre os principais fatores que motivaram as vendas estava o revés da Cheniere, que poderia aumentar a oferta de gás no mercado interno da mesma forma que a crise envolvendo a Freeport. Sediada no Texas, a Freeport estava consumindo cerca de 2 bilhões de pés cúbicos (bpc) por dia de gás antes de ser fechada em 8 de junho por causa de uma explosão.

    Nos três meses que se seguiram ao evento, o contrato futuro mais negociado no centro de Henry afundou desde a máxima de US$ 9,66 até a mínima inicial de US$ 5,36 no fim de junho, para, logo em seguida, romper US$ 10 em uma corrida de alta que desafiou a lógica, com base nos fatores baixistas em questão, como o recorde de produção.

    Para explicar o cenário melhor para quem não está a par dos acontecimentos, a EPA recusou um pedido de isenção da Cheniere referente à norma de emissões geradas por várias dezenas de turbinas que entraram em operação no início de março de 2022, com prazo de cumprimento até 5 de setembro.

    A Cheniere utiliza essas turbinas para resfriar o gás natural e transformá-lo em líquido para ser transportado via embarques de GNL a destinos fora dos EUA. No entanto, as turbinas usadas no processo emitem gases cancerígenos de formaldeído. A EPA vem tentando acabar com o uso dessas turbinas até que atendam aos padrões de ar limpo.

    Como a Cheniere não cumpriu as normas nos últimos seis meses, a EPA tem a opção de interromper a operação dessas turbinas, até que fiquem dentro dos parâmetros estabelecidos.

    Ainda não foram esclarecidos os detalhes exatos de como a EPA pretende aplicar essa norma, mas a agência declarou que trabalhará com as empresas que não estão respeitando a legislação. Os detalhes do plano ainda serão divulgados, mas há especulações de que a EPA deve exigir a redução da produção de GNL nas instalações de exportação de Sabine Pass LNG, Cameron LNG e Corpus Christi LNG, a fim de solucionar gradativamente a questão.

    A notícia envolvendo a Cheniere atingiu fortemente os preços do gás natural em Nova York. No fim do pregão de 6 de setembro, o contrato futuro do gás no centro de Henry para outubro despencou 64,1 centavos, fechando a US$ 8,145, em um dos maiores declínios intradiários desde 30 de junho e o fechamento mais baixo desde 9 de agosto. No momento da publicação, o gás para outubro girava em torno de US$ 7,90.

    O centro de Henry também caiu por causa do aumento da produção de gás, que avançou levemente acima de 99 bpc/d durante o fim de semana prolongado e permaneceu em torno de 98,5 bpc/d durante o ciclo inicial de dados de fluxo na segunda-feira. Mesmo em meio a uma grande queima de energia, os operadores do mercado de gás na ponta vendedora ganharam certa força com o aumento das importações do Canadá e da queda de demanda de exportação de GNL.

    Os traders também estavam observando a perspectiva de temperatura de curto e longo prazo, outro catalisador para a baixa dos preços no centro de Henry. Embora o calor generalizado do fim do verão esteja se espalhando por grandes áreas do oeste e partes das Montanhas Rochosas e Planícies, as temperaturas acima da média devem diminuir nos próximos dias. Os graus-dia ponderados pelo gás para o período de 7 a 20 de setembro são o terceiro maior para o período nos últimos cinco anos, mas começarão a cair rapidamente no meio do mês.

    À medida que a queima sazonal de energia começar a cair em meados de setembro, diminuirá o desequilíbrio entre oferta e demanda, principalmente porque a produção de gás seco deve subir para 100 bcf/d até meados de outubro.

    Outro catalisador que pode aumentar a fraqueza dos preços do gás natural nos EUA é a recente liquidação nos preços do TTF holandês, que serve de referência para o gás da Europa. A forte queda recente do TTF desde as máximas recordes desencadeou um enorme aumento de chamadas de margem. No atual ambiente de juros em alta, em que um número exagerado de tradings estavam posicionadas na compra dos mercados de energia dos EUA e Europa, as chamadas de margem chegaram a atingir o volume de US$ 1,5 trilhão nos últimos dias.

    Mas será que a liquidação no centro de Henry vai durar?

    Lammey, da Gelber Associates, tem suas dúvidas, explicando:

    “Embora os mecanismos de definição dos preços de baixa estejam agora ganhando tração em relação aos fatores de influência altista do mercado, por causa da magnitude da liquidação nos últimos dias, os preços se aproximaram de um nível tecnicamente sobrevendido, portanto não seria uma surpresa ver um repique no curto prazo, antes de os preços despencarem para mínimas ainda mais baixas”.

    Sunil Kumar Dixit, analista técnico chefe do site skcharting.com, concorda:

    “Os preços continuam dentro da faixa do candle de alta do último mês”.

    “A queda do centro de Henry desde US$ 10 até US$ 7,76 parece ter sido interrompida na confluência da média móvel simples de 100 dias e a metade da Banda de Bollinger de US$ 7,88.”

    Dixit afirmou que o estocástico diário sobrevendido do gás para outubro, com a leitura de 4,7/8,2, abria espaço para um repique de curto prazo em direção à média móvel exponencial de 50 dias de US$ 8,29, 8,68 e 8,98.

    “Alternativamente, a perda de US$ 7,55 retomará a queda para US$ 7,38 -7,10, acentuando o ciclo de correção para US$ 6,88. A leitura do estocástico de 54/70 está a favor dos vendedores e continua sinalizando mais quedas”.

    A direção posterior dos preços do gás na semana depende dos números de estoques semanais a serem divulgados nos EUA pela Administração de Informações Energéticas.

    Estoques de gás natural nos EUA

    Fonte: Gelber & Associates

    Antes do relatório da EIA, uma pesquisa da Reuters mostrou que as concessionárias dos EUA podem ter adicionado aos estoques um volume abaixo do usual de 54 bpc na semana passada, na medida em que a geradoras de energia queimaram muito gás para manter os aparelhos de ar-condicionado funcionando durante a onda de calor.

    Essa injeção para a semana encerrada em 2 de setembro se compara a um aumento de 48 bcpc durante a mesma semana do ano passado e um aumento médio de cinco anos (2017-2021) de 65 bpc.

    Na semana encerrada em 26 de agosto, as concessionárias adicionaram 61 bpc de gás nos estoques.

    A previsão para a semana encerrada em 2 de setembro elevaria os estoques para 2,694 trilhões de pés cúbicos (tpc), cerca de 11,5% abaixo da média de cinco anos e 7,6% abaixo da mesma semana do ano passado.

    De acordo com dados da Refinitiv, associada à Reuters, houve cerca de 90 graus-dia de refrigeração na semana passada, mais do que o normal de 30 anos, de 73 graus-dia de refrigeração, para o período.

    O método graus-dia de refrigeração mede o número de graus que a temperatura média de um dia fica acima ou acima de 18º C.

    Aviso: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

     

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