Há duas semanas, o CEO da Intel (NASDAQ:INTC) (SA:ITLC34), Pat Gelsinger, previu que a indústria de chips computacionais registraria déficit de oferta até 2024. Gelsinger culpou a insuficiência de equipamentos de fabricação.
No ano passado, as ações de semicondutores tiveram melhor desempenho que o setor de tecnologia e alcançaram máximas recordes em meio à crise de oferta.
Em razão do caráter delicado e complexo da produção, a indústria sempre enfrentou desafios de oferta. A produção de chips é cara, o que faz com que os fabricantes produzam apenas a quantidade necessária. Naturalmente, isso acabou gerando eventos periódicos de escassez. No entanto, os bloqueios sanitários contra a Covid-19 fizeram com que as fabricantes de chips interrompessem completamente sua produção, na expectativa de queda acentuada na demanda.
E, após o levantamento das restrições motivadas pelo coronavírus, o consumismo explodiu, intensificando a insaciável demanda, sobretudo de carros que fazem uso de chips computacionais.
Apesar disso, os semicondutores não escaparam da recente queda do setor de tecnologia. O Índice de Semicondutores da Filadélfia acumula queda de 31% desde a máxima histórica de 3 de janeiro, enquanto o Nasdaq 100 se desvalorizou 28,6% desde o recorde de 22 de novembro.
No entanto, a NVIDIA (NASDAQ:NVDA) (SA:NVDC34) se saiu ainda pior. Suas ações já recuaram 52,2% desde a máxima histórica de 22 de novembro.
Os papéis da fabricante de chips sediada em Santa Clara, Califórnia, sofreram forte liquidação depois de serem rebaixados pela Baird, devido à desaceleração da demanda ocasionada pelo embargo à Rússia. Além disso, o enrijecimento das normas ambientais é uma preocupação, podendo aumentar a volatilidade na indústria. Como se não bastasse, a política dos EUA também exerce papel de relevo no destino do setor, à medida que democratas e republicanos tentam promover a produção.
Por isso, acreditamos que a NVDA pode alcançar US$ 92.
O papel completou um ombro-cabeça-ombro de topo com inclinação ascendente. O ombro direito ficou maior, devido à força da demanda, em meio à crise de oferta mencionada acima, com os investidores tentando elevar os preços. No entanto, o preço atingiu o pico em 11 de maio, quase 20% abaixo do recorde de 22 de novembro.
À medida que o preço derretia, a MMD 50 afundou e cruzou a MMD 200 em queda, desencadeando uma potente Cruz da Morte. A MMD 100 ficou abaixo da MMD 200 ontem, estabelecendo uma formação baixista: cada média móvel curta está abaixo de uma mais longa, demonstrando a fraqueza dos preços. Desde então, o papel concluiu uma sucessão de padrões de continuação, o primeiro ajudando os traders a completar o OCO e o segundo aprofundando sua penetração na queda.
Note os topos e fundos recentes perfeitos, estabelecendo uma tendência de baixa dentro de um canal descendente, ou seja, o preço pode estar prestes a registrar um rali corretivo.
No gráfico semanal, as negociações desta semana fizeram o preço ficar abaixo da MMS 100, com um gap de baixa, depois de fazer o mesmo com a MMS 50, pouco antes de completar o OCO de topo.
Estratégias de negociação
Traders conservadores devem aguardar o preço retestar pelo menos o padrão de bandeira ascendente ou senão formar um OCO de topo bem maior, com evidência de distribuição, quando um interesse considerável lentamente aumenta sua oferta.
Traders moderados podem aguardar um melhor ponto de entrada e confirmação para o mesmo movimento de retorno.
Traders agressivos podem abrir compra contra a tendência, contando com um movimento de retorno a partir de um repique no fundo do canal descendente, antes de se juntar aos traders mais cautelosos com uma venda seguindo a tendência de baixa. É um movimento arriscado, mas oferece alto retorno.
Exemplo de operação – Compra agressiva (USD)
- Entrada: 160
- Stop-Loss: 155
- Risco: 5
- Alvo: 185
- Retorno: 25
Exemplo de operação 2 – venda agressiva posterior
- Entrada: 185
- Stop-Loss: 180
- Risco: 5
- Alvo: 95
- Retorno: 90
- Relação risco-retorno: 1:18