Walt Kowalski, pra quem não sabe é o personagem de Clint Eastwood na obra prima Gran Torino. Filme lá de 2008. Walt Kowalski seria tipo o nosso Joaquin Teixeira do Twitter, rs.
Na verdade o nosso é uma versão brasileira, logo, fanfarronada e escrachada, bem ao nosso estilo. Rs.
Mas ao Walt Kowalski. Ele é um veterano de guerra que não se acostuma a nova realidade imposta em seu bairro. Imigrantes, traficantes, criminalidade e por aí vai. O legal é que mesmo sendo um cara ranzinza e que tem certa dificuldade para lidar com essas mudanças, os espectadores gostam do véio. É exatamente essa sua desconfiança e cara fechada a realidade que cativa, pois de fato a realidade que se apresenta não é das melhores mesmo!
Me sinto parecido com ele quando olho os dados de nossa economia. Sento, abro minha cerveja e começo a olhar a paisagem com um olhar desconfiado.
Aquela desconfiança.
(-) Confiança do consumidor recua – Segundo a FGV, a confiança do consumidor recuou 0,3 ponto em julho ante junho, atingindo 82 pontos. O componente de expectativas encolheu 0,3 ponto, para 91,4, enquanto o de situação atual caiu 0,4 ponto, para 69,7 ponto.
(+) Confiança da indústria sobe – Segundo a FGV, a confiança da indústria subiu 1,3 ponto em julho, atingindo 90,8 pontos. O componente de expectativas aumentou 1,3 ponto para 93,4 pontos, e o componente de situação atual cresceu 1,4 ponto, indo para 88,4 pontos. O nível de capacidade instalada avançou 0,5 para 74,7%
Diria que o mais importante é o consumidor e esse foi negativo. Nada horrível, mas de fato nossa economia vem perdendo tração e isso afeta a confiança do agente “mor” o consumidor. #notgood
Se por um lado a confiança segue sendo desconfiada, rs. Por outro seguimos tendo algumas melhoras marginais.
Desemprego tem primeira queda desde 2014 – Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no trimestre encerrado em junho recuou de 13,3% para 13,0%. Resultado surpreendeu analistas que aguardavam a estabilidade e configura a primeira queda desde 2014. A população desocupada (13,5 milhões de pessoas) recuou 4,9% (menos 690 mil desocupados) em relação ao trimestre móvel anterior e a população ocupada (90,2 milhões no trimestre) cresceu 1,4% (mais 1,3 milhão de pessoas).
IGP-M de julho derrete- – Segundo a FGV, o IGP-M de julho teve a quarta deflação mensal consecutiva com uma queda de 0,72% no mês de julho, vindo de uma queda de 0,67%. A expectativa mediana do mercado era de queda de 0,63%. Em 12 meses temos uma deflação de 1,66%!!! Nada mais nada menos do que a menor taxa desde 2009!!
E qual o derivada resultante disso? Juros pra baixo.
Não obstante os 100bps dados pelo Copom na quarta passada, sua ata dovish puxou ainda mais pra baixo os juros. Curva de 2 anos já aponta pra 8,5%, mas há quem diga que cai mais.
Choveu comunicado de economista e bancão falando que fura os 8% pra baixo. Ou seja que poderemos ter uma taxa de juros abaixo de 8% ainda esse ano. Quem duvida é loko!
E sim é óbvio, mas nunca eh demais lembrar que uma taxa mais baixa gera um incentivo para o tomador. Ainda que o nível de endividamento esteja alto, parece haver uma estabilização do nível de empréstimos no Brasil. Dito de outra forma, a concessão de crédito parou de cair ao menos!
Pontualmente comércio tem boas perspectivas com menos juros, menos inflação e um FGTS e aumento marginal de salário para quem ainda o tem. Exemplos:
- ABRAS mostrou aumento de 1,6% nas vendas reais em junho frente a maio;
- Fenabrave mostrou aumento de vendas de veículos de 1,8%;
Matéria do Valor Econômico compilou muito bem isso:
Na indústria o cenário não é dos melhores.
- a ANFAVEA divulgou aumento de produção de 15% em junho ante junho/16 ainda que queda de 9% ante maio/17;
- expedição de papel ondulado caiu 0,3% na passagem mensal;
- segundo a ABCR o fluxo pedagiado de veículos pesados caiu 0,7%;
- e o Indicador do Nível de Atividade (INA) encolheu 0,7% em relação a maio segundo a Fiesp;
Sim a fotografia é meio estranha Mr. Walt Kowalski. Não houve forte estrago na atividade econômica, mas sem dúvida algum estrago houve. Foi o de tornar nossa recuperação ainda mais lenta. Se arrastar crescendo pouco até 2018. Parece esse ser o cenário base hoje (infelizmente).
O conselho de Mr.Walt Kowalski não poderia ser outro: