Adivinha...
Os mercados registram uma terça-feira de euforia. Não por eventos materiais, naturalmente. Pesam mais uma vez as expectativas para as próximas pesquisas e Ibope. Essa última será divulgada hoje após o fechamento do pregão.
Com disparada de estatais (Petrobras subindo 8%?), não há outra conclusão senão pela aposta de sinal de retomada das intenções de voto na oposição.
Horizontalizando
Concentrando no que há de evento material na agenda, ganha destaque a extensão do crédito tributário de 9% de Imposto de Renda (IR) sobre o lucro obtido no exterior para toda a indústria de transformação. Até então, esse incentivo era restrito aos setores de construção civil, serviços e alimentos e bebidas.
Paralelamente, o governo também ampliou o programa Reintegra para abranger também exportadoras de etanol e açúcar e o setor de celulose. Por um tempo o governo elegeu as suas campeãs nacionais e subsidiou-as. Que Deus mais injusto é este que escolhe um setor em detrimento a outro ad hoc?
Para haver um beneficiado, há necessariamente de ter alguém prejudicado. Agora, com as beneficiadas também em situação crítica, o expediente é de horizontalização das medidas, que não deixa de ser uma assunção do erro.
Efeito prático?
As medidas de crédito tributário à indústria vêm um dia depois do Ministro Mantega enfrentar duras críticas da iniciativa privada, em Fórum promovido pela FGV. Por lá, ouviu de empresários como Benjamin Steinbruch, da CSN e presidente da Fiesp, que “o empreendedor quer empreender, mas a perspectiva de recessão, de desemprego e de falta de investimentos nos angustia”.
Não deixam de vir, portanto, como mais uma tentativa de resgatar a imagem junto à iniciativa privada. Efeitos práticos sobre a indústria? Quase nulos, uma vez que a isenção já vinha prevalecendo por meio de brigas judiciais.
Efeitos práticos sobre a imagem junto à iniciativa privada? O empresário não quer uma rede de proteção e benefícios pontuais, mas sim um mínimo de visibilidade e ser devidamente remunerado pela tomada de risco, sem essa política do “toma lá, dá cá”, em que uma desoneração exige a contrapartida de mais investimento. Efeitos para o governo? Como os primeiros pedidos de compensação só poderão ser apresentados em janeiro do ano que vem, o impacto (a conta) fica para o próximo presidente.
A volta dos que não foram (apagão)
Falando nas mazelas de 2015...
O último documento da Operador Nacional do Sistema elétrico revisou depois de apenas duas semanas a expectativa de armazenamento esperado ao final de setembro para os submercados do Sudeste e Centro Oeste (24,7% para 24,4%) e Nordeste (21,7% para 21,5%). Some a isso a previsão de elevação de carga de 3,1% e 3,7% nos dois submercados, e temos o pano de fundo para um cenário bem complicado.
Embora a possibilidade de racionamento este ano esteja praticamente descartada, pelo nível dos reservatórios observados, há boas chances de haver falta de energia nos picos de demanda durante o verão. Para o próximo ano, a dependência da chuva é alta, tendo em vista o nível em que estarão os reservatórios ao final do ano. Obviamente, falar em "falta de energia no pico de demanda" nada mais é do que um eufemismo para “apagão”.
Os contra-argumentos de São Pedro
i) escolhas equivocadas do planejador na última década, como preferência por usinas de fio d'água e demonização das usinas de acumulação,
ii) insegurança regulatória, tendo como casos emblemáticos as mudanças de metodologia no terceiro ciclo de revisão tarifária e a MP 579;
iii) atrasos na entrada em operação de usinas de geração e linhas de transmissão, Temos de torcer por São Pedro, mas, caso não funcione, não podemos colocar a culpa nele.
Novela pastelão
Telefónica (Vivo) tentou comprar GVT. Telecom Italia (TIM) tentou atravessar o negócio e comprar a GVT, mas não conseguiu. Concomitantemente, a Oi contratou o banco BTG para formalizar proposta pela fatia da Telecom Italia na TIM, que, em tese, seria fatiada entre Oi, Telefónica (Vivo) e América Móvil(Claro).
Está acompanhando??
Hoje, surgiu a notícia de que a TIM poderia comprar Oi...
04:22- Antecipando o final da novela
Nas novelas das telas, alguém mata alguém e todo mundo fica com todo mundo até o mocinho enfim ficar com a mocinha, após desmascarar sua ex (vilã). Nas novelas das teles, todo mundo diz que vai comprar todo mundo, mas, no final, ninguém compra ninguém. Rola uma fusão e - adivinha! - o acionista não vê a cor do tag along (*).
Se você quiser ver a novela toda e tentar ganhar com um final diferente, comprando ações de teles brasileiras, boa sorte.
(*) cláusula de proteção aos acionistas que em tese garante aos minoritários o direito de deixarem a companhia por condições semelhantes aos majoritários no caso de troca de controle da mesma.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.