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Hora do Gráfico – CIEL3, Drédito ou Crébito?

Publicado 24.07.2017, 13:53
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Com o advento da tecnologia, novos produtos e serviços vão sendo criados e posteriormente outros que até então eram indispensáveis se tornam descartáveis e caem no esquecimento do público geral.

Foi assim com a máquina de escrever, o walkman, o discman a TV de tubo e muitos outros produtos que fazem parte apenas do imaginário dos mais jovens.

Mas se tem uma coisa que nossos avós (e quiçá pais) nunca imaginariam deixar de ver em circulação e ser substituído por outra coisa são as famigeradas notas de dinheiro e as moedas, algo que até outrora era tão presente na vida de todos e que cada vez mais vem perdendo espaço na sociedade atual (eu mesmo passo longas semanas e até meses sem tocar em qualquer dinheiro papel)

Mas a quem caberá tomar o lugar do papel moeda? A resposta é simples... é claro que estamos falando do dinheiro de plástico, os cartões, justamente a área de análise de nossa amiga Cielo (SA:CIEL3).

CIEL3, Drédito ou Crébito?

O volume total de processamento de valores realizados através de cartões de crédito e débito no Brasil só vem crescendo. O número de transações totais nas maquininhas hoje já passam de 1 bilhão, quando em 2010 o número não chegava à metade desse patamar (para comparação, as transações com cheque caem aproximadamente 12% ao ano).

Nos Estados Unidos, a pressão anti papel é tamanha que a bandeira VISA prometeu destinar 10 mil dólares a até 50 estabelecimentos cada que se comprometerem a abandonar o uso de dinheiro e oferecerem somente modalidades de pagamento por meios digitais. O valor dado pela empresa serviria de subsídios para os estabelecimentos investirem em tecnologia.

No Brasil há um movimento semelhante com a discussão da Lei 48/2015 que propõem o fim da utilização de dinheiro em espécie e a obrigatoriedade da realização de transações financeiras apenas por vias digitais.

Pelo lado de quem já os utiliza, dentre os motivos do crescimento do uso de cartões, citados pelos próprios clientes em pesquisa, as razões mais apontadas para a preferência de uso foram:

a) Comodidade no momento das compras (evita a necessidade de andar com grandes quantias).

b) Segurança (mesmo razão do item acima).

c) Maior poder de compra (dado o uso do crédito).

d) Benefícios dos programas de fidelidade (milhas, descontos e etc).

Dos motivos citados, eu gostaria de destacar um deles que me chamou bastante a atenção e que explica, pelo menos para mim, o maior motivo da década que beneficiou o crescimento do uso dos cartões: o poder de compra através do crédito.

Em grande parte, a maior parte da população consumidora sofreu os males dos períodos inflacionários da década de 80-90, o que lhes ensinou na prática a consumir em grandes quantidades e de uma única vez, posto que os preços eram alterados muito rápidos. Dessa forma, muitas famílias viviam com recursos escassez para consumo, o que lhes possibilitava basicamente honrar as contas do mês e alimentar os membros da casa.

Passados, porém a década de 90 e com a entrada no século XXI, houve simultaneamente o crescimento da renda da população e a oportunidade de crédito na praça, onde muitas famílias aumentaram expressivamente o consumo de itens tais como eletrodomésticos, móveis, automóveis e etc..

Onde antes havia muito consumo via débito (principal modalidade no início do uso dos cartões), esta foi logo substituída pela modalidade de crédito, quando as pessoas começaram a utilizar limites para alavancar seu poder de consumo. Em 2016 o total de valores em reais movimentado foram R$ 674 Bilhões em cartões de crédito e de R$ 430 bilhões em débito, sendo que crédito possui uma fatia 56% maior de mercado.

No entanto, se compararmos estes mesmos números versus os dados do ano anterior, veremos que o crédito e o débito apresentaram alta de 3% e 10% respectivamente, tendo a modalidade de débito registrado um maior valor de expansão. Isso se dá basicamente pelo fato de que com o maior endividamento das famílias brasileiras, muitas tem diminuído compras em longos prazos, mesmo quando o parcelamento das compras torna o item “menos pesado” com a divisão de seu valor em vários meses.

O x da questão se dá justamente na falta de confiança dos trabalhadores que, por não verem um cenário de melhora no mercado de trabalho nos próximos meses, evitam contrair dívidas muito longas e correrem o risco de perderem seu emprego tendo que continuar de arcando com as parcelas por longos meses. Dado isso, conseguimos entender o porquê da modalidade de débito continuar crescendo, com as pessoas dando prioridade para o pagamento à vista se, e somente se, possuírem o valor para pagamento imediato.

Se por um lado isso no médio prazo é negativo para as empresas credenciadoras de cartão que se beneficiam quando a compra é feita à prazo, por outro anima os investidores que tem visão de longo prazo para os papéis quando há previsão para o crescimento no volume de processamento pelos próximos anos.

CIEL3 – Está chegando o fim do túnel.

Olhando o ativo CIEL3 desde 2011, data essa que a empresa engatou sua primeira grande alta, temos que o papel está em uma tendência altista que durou do começo de 2011 até o final de 2016, quando o papel deu uma boa lateralizada e por ali ficou (na casa dos R$ 20,00 – R$ 25,00).

Canal altista CIEL3

*Preço de fechamento ajustado para dividendos e desdobramentos.

No período analisado, a CIEL3 registrou uma alta de expressiva em quase cinco anos, levando em conta seu menor patamar em meados de 2011 (aproximadamente R$ 5,00) e alcançando seu topo de R$ 31,00 na metade de 2015.

O papel seguiu bem a tendência de alta, tendo utilizado e respeitado em grande parte do tempo a EMA200 como seu suporte, ficando o papel quase sempre acima da linha em verde. Se utilizando então dos conhecimentos de Elliot e suas ondas, podemos traçar no gráfico a subida que a CIEL3 realizou através do famoso movimento de Elliot e suas 5 ondas:

Ondas de Elliot - CIEL3

Os investidores que o identificaram logo nas ondas 1 e 3 e aguardaram pacientemente o desenvolvimento do padrão de Elliot tiveram ótimos rendimentos. Já os que entraram a partir de 2015 no papel, surfaram em menor proporção na quinta onda de Elliot, a última e perigosa onda que precede um movimento corretivo (A, B e C) com possíveis dois cenários:

Ondas de Elliot - CIEL3

a) Após o movimento corretivo, uma nova onda altista se forma dando início a um novo ciclo.

b) Após o movimento corretivo, uma onda de Elliot baixista se forma devolvendo os ganhos do papel de anos anteriores.

Conforme o gráfico, nós estamos em pleno fim do movimento ABC de correção de Elliot, quando o papel pode resultar nos dois cenários acima, sendo que no curto prazo (principalmente) eu temo estarmos mais propensos ao cenário B, de queda. Explico:

O papel entrou em um afunilamento de preço, o que na prática indica uma acumulação de forças. Na maioria dos casos, quando um funil aparece, tendemos a ver uma inclinação para cima (indicando uma correção futura para baixo) ou inclinação para baixo (com uma correção para cima).

No entanto, a CIEL3 apresentou graficamente um afunilamento bastante linear, com pouca ou nenhuma inclinação. Esse movimento pode indicar que ambos os lados, compradores e vendedores, não possuem uma tendência clara para que lado o papel vai “estourar”.

Afunilamento e reversão - CIEL3

Um ponto a considerar que pode nos dar uma pista sobre o movimento futuro do papel é que, ao contrário de anos anteriores, a EMA200 (um poderoso indicador) deixou de ser um suporte e tornou-se resistência do ativo, cruzando ela fortemente para baixo duas vezes em menos de dois anos, formando justamente as ondas corretivas A e C de Elliot.

Em ambas as quedas, a descida média foi de -25% com o suporte na casa dos R$ 20,00 sendo respeitado e utilizado de zona de impulso para uma nova retomada à casa dos R$ 25,00 (e posteriormente entrando na zona entre R$ 25,00 – R$ 30,00).

O papel no último ano então esteve em duas zonas de negociação padrão, sendo a primeira de maturação de preços e certa “racionalidade” no valor do papel e uma de especulação exacerbada, tendo o papel ficado aproximadamente seis meses na zona de especulação, onde encontrou em ambos os casos um forte suporte em 30...31 reais.

Zonas de Maturação e Suporte - CIEL3

Olhando o gráfico então, podemos ver que novamente o papel parece querer convergir para a zona de especulação ou então bater cabeça na resistência dos R$ 25,00, respeitar a zona e por ali ficar.

CIEL3 – E daqui para frente?

Reitero a minha posição pessimista para o papel. Mesmo ele tendo recuperado bem depois do fatídico dia do Circuit Breaker da bolsa brasileira, as perspectivas futuras para a companhia se apresentam desfavoráveis e nebulosas. Dentre elas:

1) Perda de competitividade/exclusividade: no final de Junho, o CADE determinou em julgamento contra a Cielo que a ELO, bandeira da empresa, deverá ser aceita nas demais processadoras de cartão, aumentando a competitividade no setor.

Segundo o órgão, a exclusividade da Cielo na bandeira ELO obrigava os estabelecimentos a contratar a empresa para aceitar o cartão, gerando assim uma imposição de uso das maquinas da Cielo. Com a decisão contrária, os cartões da bandeira ELO deverão ser aceitos em todas as máquinas.

2) Mudanças contábeis afetando o lucro da empresa: a empresa teve de reclassificar algumas de suas contas contábeis a fim de se readequar às melhores práticas adotadas pelas demais processadoras de cartões, segundo as demais instituições do Sistema Brasileiro de Pagamentos.

Na prática (no curto prazo) esse ano a empresa já afirmou reportar um lucro de 185 milhões a menor para o período, além de redução de -R$ 1.4 bilhões nas contas de reservas de lucros, piorando assim seus indicadores.

3) Queda nos números da companhia: a empresa não apresentou bons resultados nos últimos trimestres, sendo que chama a atenção a queda no volume financeiro transacionados nas máquinas da Cielo, além da redução do total de equipamentos em estabelecimentos:

Resultados Financeiros - 1ºTri/2017

Destaque para a queda de margens analisadas nos períodos (Tri x Tri) observadas desde 2010:

Margem EBIT - 1ºTri/2017

Então o que esperar?

Para o médio prazo o call continua de venda... perspectivas negativas rondam a empresa e o resultado que sai no dia 01/08/17 (pós-pregão) pode ser um divisor de águas (o mercado como um todo está pessimista com o que virá).

Há quase dois meses o papel vem subindo bem. O histograma sustentou a tendência altista para o período e a única vez que ele desceu abaixo dos 0.000 a linha EMA200 serviu como um bom suporte. No entanto, vale indicar que o papel lateralizou na última semana (parece que todos estão esperando o balanço), mas os indicadores vieram demonstrando um certo esgotamento.

MACD e histograma estão com indicações de que vão corrigir e o IFR apontou para baixo dos 70 mil pontos (todos sinais estão pessimistas). A depender do que aparecer nos dados trimestrais, a correção pode vir forte e trazer o preço para próximo da EMA200 novamente, porém dessa vez com força suficiente dos indicadores para trazer o papel para próximo do forte suporte dos R$ 20,00.

Análise Gráfica - CIEL3

E o futuro? Como serão as transações financeiras nos próximos anos. Estarão as credenciadoras como a CIELO também fadadas a serem substituídas por novas tecnologias?

A título de curiosidade, o percentual de uso de aplicativos em smartphones e celulares já chegam ao total de 28% do total de mercado com uma fatia de R$ 16,7 Bilhões. Em 2015 a participação era de 19% e em 2008 de míseros 0,3%!!!

 

DISCLAIMER: ISTO É APENAS UM COMENTÁRIO SOBRE ANÁLISE TÉCNICA E NÃO CONSTITUI NENHUMA ESPÉCIE DE ACONSELHAMENTO FINANCEIRO.

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