Garanta 40% de desconto
⚠ Alerta de Balanço! Quais ações estão prontas para disparar?
Veja as ações no nosso radar ProPicks. Essas estratégias subiram 19,7% desde o início do ano.
Não perca a lista completa

Ilan Confirma em Entrevista que o BC Tem Visão à Frente do Pensamento do Mercado

Publicado 23.05.2018, 11:38
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Ontem em nosso post titulamos “BC Tem Correta Percepção do Momento, Então, Observa , Age e “Fala” com Atitudes!” com a convicção de que a autoridade monetária havia agido certo na decisão da última reunião do COPOM, que foi alvo de debates por economistas e criticada durante o Seminário Anual de Política Monetária da FGV.

Ontem mesmo, em entrevista a inúmeros jornais, Ilan Goldfajn, Presidente do BC e comandante do COPOM, de forma sutil e detalhada respondeu criteriosamente o pensamento que norteou a decisão adotada mantendo a taxa SELIC e detalhando os fundamentos e cautelas pontuais do Comitê em torno do momento atual, no ambiente externo e interno e que recomendam sensatez para observação que direcionamentos e impactos poderão advir no curto e médio prazo.

Demonstrou que o BC está adiante da visão do mercado e seus agentes, tendo em vista que na ocorrência de mudança muito rápida de cenário presente e prospectivo a autoridade deve ter a agilidade de reagir de forma adequada e preventiva, fato que não foi considerado pela grande maioria dos analistas do mercado que não deram peso adequado a abrupta ocorrência de fatos impactantes de curto/médio prazo, e, principalmente, oriundos do contexto externo, mas também, o que não vinha sendo potencializado pelas análises, riscos internos.

Enfim, o Brasil não é uma ilha, mudanças rápidas sugerem agilidade de gestão por parte da autoridade monetária, e isto deveria ter sido observado com maior rigor pelo mercado.

Na realidade as mudanças externas provocaram alteração firme no patamar da taxa cambial nos emergentes e, naturalmente no Brasil. Este é um fato hoje precificado e que tem como fator de impacto ainda presente as questões geopolíticas decorrentes das intempestividades do Presidente americano.

Com a perspectiva de interrupção do período benigno aos países emergentes, ocorreu na maior parte deles o “fly to quality”, e no Brasil, onde grande parte dos investidores estrangeiros não estava protegido, houve demanda fortíssima ao longo de abril por “hedge cambial”, com as posições em torno de US$ 2,0 Bi em final de março terem sido elevadas a US$ 14,0 Bi em final de abril, e isto repercutiu provocando a elevação da taxa cambial futura influenciada pelo comportamento do dólar no mercado global e contaminando a taxa de câmbio à vista.

O BC soube esperar para separar o “joio do trigo”, ou seja, identificando o que era decorrente do impacto externo e do impacto interno, sendo que este não era quantificado e considerado de forma adequada pelo mercado local, e assim se manteve em observação durante um período em que muitos dos “players” do mercado financeiro entendiam que devesse agir de forma mais contundente.

Quando ocorreu uma relativa percepção de que a influência externa estava precificada, o BC resolveu intervir com ofertas mais contundentes de oferta de “hedge cambial” para buscar conter os efeitos dos riscos Brasil, presente na formação do preço da moeda americana, mas pouco considerada pelo mercado que atribuía tudo aos efeitos externos.

Afinal, o fato da desvalorização do real superar a média da desvalorização das moedas emergentes era um claro indicativo que o paradoxo presente, por termos melhores condições do que os demais em termos de mecanismos operacionais de mercado e disponibilidades de reservas, ocorria pela influência agregada dos riscos Brasil na formação do preço.

Tudo indica que este complexo cenário não passou despercebido pelo BC, que, contudo não pode ser tão explícito a respeito, e inclusive as possibilidades de contaminação inflacionária.

Grande parte das explicações do Presidente do BC indica cautela e prevenção acompanhada de análise contínua sobre os impactos de todo o contexto externo e interno que poderão repercutir no curto/médio prazos.

Fica claro que num momento conturbado como este é necessária acuidade na gestão e que não pode haver a crença de que possa haver comprometimentos sobre atitudes de política monetária futura.

Ainda há muito a ser observado como os impactos inflacionários da elevação do preço do dólar na nossa economia e o grau de irradiação.

A ação da autoridade monetária, ao que parece, será de prover o mercado com instrumentos de proteção a exposição em moeda estrangeira, bem como liquidez no mercado a vista, o que deverá ocorrer na sequência quando a demanda se deslocar para demanda efetiva de moeda, e evitar movimentos especulativos, porém, não confrontando o que possa ser considerado tendência sustentável.

A economia brasileira tem uma recuperação em ritmo bastante lento e decepcionante, o IPCA-15 divulgado hoje de 0,14% deixa evidente isto e intensifica a probabilidade de inflação abaixo da meta no seu parâmetro mínimo. Já não há perspectivas de uma recuperação melhor do PIB, sendo no momento considerado como um sucesso se atingir 2%.

É bem provável que a perda de ritmo da economia se torne ainda mais lenta, na medida em que os investimentos produtivos fiquem travados, face à absoluta incerteza quanto a sucessão presidencial.

A ação do BC com intervenção mais forte com swaps cambiais e, certamente, posteriormente com oferta de linhas de financiamento em moeda estrangeira com recompra para os bancos, após um recuo de ajuste não deve inibir o viés de alta do preço da moeda americana.

Nossa projeção continua sendo de R$ 3,75 em agosto para o preço do dólar.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.