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Independente da Decisão da Opep, a Influência Saudita no Grupo Diminui a Cada Dia

Publicado 07.12.2018, 06:26
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Quando o ministro de energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, deixar Viena na sexta-feira, ele pode ganhar duas grandes preocupações além da atual crise dos preços do petróleo. A primeira é que a Rússia, e não Riad, ganhou mais poder na Opep sem sequer ser membro do cartel. A outra é que, diante das máximas histórias alcançadas pelas exportações petrolíferas norte-americanas na semana passada, o presidente Donald Trump pode recorrer ao Twitter mais do que nunca para dizer ao cartel o que fazer.

Como o mundo parece ter mudado para Falih em comparação com o que era há seis meses, quando Moscou não encontrava razões para discordar do Reino sobre a elevação da produção de petróleo a pedido de Trump – após 18 meses de cortes de produção feitos pela colaboração ampliada entre os dois países na Opep+, impulsionando os preços do petróleo em mais de 35%, para a ira do presidente dos EUA.

Avançando para a sessão de quinta-feira, o ministro de energia da Rússia, Alexander Novak – que fez questão de ficar ao lado de Falih nas reuniões anteriores sobre o rebalanceamento do mercado mundial de petróleo – fez sentir a sua ausência enquanto as duas nações se esforçavam para encontrar um denominador comum para novamente selar um acordo sobre um corte maior de produção, como em 2016, e poderem restaurar – ironicamente – os mesmos 35% que perderam por causa dos preços do petróleo somente nos últimos dois meses.

WTI Gráfico Diário

Após celebrar acordo, Rússia interrompe planos da Arábia Saudita

Desta vez, Novak foi para casa a fim de transmitir ao presidente Vladimir Putin quais eram os últimos planos da Arábia Saudita para os cortes de produção, devendo retornar com uma decisão na sexta-feira, segundo reportagens. Considerando que o presidente russo havia celebrado um acordo com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, diante de todo o mundo no G20, na última semana, transmitindo a imagem de uma cooperação contínua entre as duas superpotências energéticas, ao apoiá-la com palavras mais tarde, a aparente hesitação de Moscou na última hora para um corte de produção fez com que os preços do petróleo afundassem novamente no pregão desta quinta-feira.

Independente do que a Opep decidir nesta semana, uma coisa é certa: acabou o controle praticamente total da Arábia Saudita sobre os 15 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo nas quatro décadas que se seguiram ao embargo do petróleo de 1973, já que a Rússia agora é capaz de influenciar o que acontece dentro do grupo sem nem mesmo estar presente na sala.

John Kilduff, sócio do hedge fund de energia Again Capital, de Nova York, e analista da Opep nas últimas três décadas, assinalou incrédulo:

“Na estrutura da Opep, todos devem ter igualdade de voto. Mas os russos devem ter um supervoto e um poder de veto virtual.”

Não tão distantes estão os Estados Unidos, que podem ditar a política da Opep com a mesma eficiência de Moscou, se necessário, com sua crescente produção e exportação diária de petróleo. As exportações do petróleo norte-americano atingiram o recorde de 3,2 milhões de barris por dia na semana passada, somente dois anos de encerrado o embargo autoimposto de quatro décadas sobre as exportações de petróleo. O aumento das exportações ocorreu quando o porto petrolífero em alto-mar Louisiana Offshore Oil Port (LOOP) melhorou sua eficiência na extração de petróleo desde o seu lançamento em fevereiro, graças aos superpetroleiros (Very Large Crude Carriers – VLCC). A Bloomberg relatou que três VLCCs transportando 6 milhões de barris de petróleo sairão do LOOP nesta semana, e outros deverão ser carregados neste mês.

Grandes exportações petrolíferas dos EUA podem abocanhar uma fatia do mercado saudita

Kilduff afirmou:

“Embora a produção de shale nos EUA seja predominantemente de petróleo leve e doce, há também outros níveis intermediários de barris vindo de todo o país para competir mais com o tipo de petróleo que os sauditas exportam majoritariamente. Podemos realmente roubar alguns dos seus mercados com o tempo. Já éramos um grande competidor na exportação para a China até a eclosão da guerra comercial, mas podemos restabelecer nossa presença lá.”

Desde 2016, a produção de petróleo bruto nos EUA cresceu cerca de 2 milhões bpd e pode superar a marca de 12 milhões bpd no próximo ano, à medida que novos oleodutos entram em operação, superando bastante a produção saudita e russa, que deve ficar ao redor de 11 milhões de barris. O Texas, estado rico em petróleo, já produz 17% a mais de petróleo bruto do que o Iraque.

Ciente da sua presença cada vez maior no mercado, os EUA estão literalmente reforçando seu peso em torno da Opep também.

A narrativa está sendo tomada das mãos da Arábia Saudita

Tão surpreendente quanto a ausência de Novak com Falih na quinta-feira foi a reunião de café da manhã um dia antes em Viena entre o ministro saudita e o representante especial dos EUA para o Irã, Brian Hook, que supostamente estaria levando um lembrete de Trump à Opep para que não houvesse nenhum corte de produção neste momento – uma mensagem que o próprio presidente tuitou mais tarde naquele dia.

Não passou despercebido pelo mercado que Hook e Trump foram as forças conjuntas que convenceram os sauditas e os russos a aumentar a produção na reunião da Opep em junho, sob o argumento de que os Estados Unidos iriam aplicar duras sanções às exportações petrolíferas do Irã, até que o governo norte-americano retrocedeu em seu discurso linha-dura, provocando um repentino excesso de oferta.

Tariq Zahir, membro executivo da Tyche Capital Advisors, um fundo focado em petróleo em Nova York, declarou que embora Hook não estivesse em Viena como delegado da Opep,

“Pela primeira vez, havia um representante dos EUA no local da reunião do cartel. Com o Catar pronto para deixar a Opep e muitos rumores de descontentamento dentro do grupo, sem falar no assassinato de Khashoggi e suas implicações, é incrível como a narrativa está sendo tirada das mãos dos sauditas.”

Nada deu certo? Acionem as bombas!

O que será que os sauditas farão se seus planos de corte de produção não conseguirem equilibrar o mercado e reviver os preços do petróleo?

Segundo Zahir:

“Voltaremos então a 2014 — bombear feito loucos! Foi isso o que eles fizeram para secar e matar o shale nos EUA por dois anos consecutivos até que o acordo de corte de produção com a Rússia funcionou. Eles vão dizer a Trump: ’Quer petróleo barato? Nós vamos te dar petróleo barato!’. Isso porque Exxon (NYSE:XOM), Chevron (NYSE:CVX) ou Continental (NYSE:CLR) não conseguem sobreviver com o petróleo nos patamares de US$ 20. Já vimos muitas falências a US$ 25. A Bacia do Permiano é rentável a níveis de US$ 40. Mas o Bakken precisa de algo na faixa intermediária ou superior dos US$ 50. Essa é a única forma de vencer a máquina de produção dos EUA.”

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