MILHO: Indicador beira os R$ 50/sc
A colheita do milho verão segue bem, mas a disponibilidade imediata ainda é considerada pequena e isso tem levado compradores a acirrar a disputa pelo cereal. Segundo pesquisas do Cepea, desde o início da segunda quinzena de março, o ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas-SP) vem beirando os R$ 50/saca de 60 kg – nessa terça-feira, 5, fechou a R$ 49,34/saca de 60 kg.
Em março, a alta acumulada foi de quase 14% e, no ano, de expressivos 34%, ou de 12,51 reais/saca. A média de março, de R$ 47,78/sc, é a maior desde fevereiro de 2008, em termos reais. De acordo com pesquisadores do Cepea, a situação de baixa oferta interna decorre do bom ritmo das exportações nos últimos meses.
Dados da Secex mostram que, em março, saíram de portos brasileiros 2,02 milhões de toneladas que, somada às 5,37 milhões de toneladas exportadas em fevereiro, totalizam 7,39 milhões de toneladas. Como o estoque final da temporada (no encerramento de jan/16) era de 10,54 milhões de toneladas, conforme estimativa da Conab, restariam apenas 3,14 milhões de toneladas, equivalentes ao consumo interno (linear) de pouco mais de uma quinzena – a Conab estima consumo interno de 58,39 milhões de toneladas nesta safra 2015/16.
A disponibilidade imediata de milho, no entanto, tem sido reforçada pela colheita da safra verão. Com a pouca oferta no mercado interno, têm se observado aumento do interesse de compradores por negociações antecipadas, algo não usual para este período do ano.
A preocupação em garantir o volume de milho necessário para os próximos meses tem levado esses agentes a apresentar comportamento bastante agressivo no mercado, competindo diretamente com traders, segundo levantamentos do Cepea. Com dificuldade de encontrar o cereal no mercado interno, principalmente grandes lotes, agentes ligados à produção de proteína animal já tem feito algumas importações de países vizinhos como Paraguai e Argentina.
ALGODÃO: Mês se inicia com preços mais firmes
Os preços do algodão em pluma vêm registrando ligeiras altas neste início de abril, conforme indicam dados do Cepea. O suporte atual vem da posição mais firme de vendedores, especialmente tradings, que estão atentas às oscilações do dólar e dos preços externos.
De 29 de março a 5 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias, referente à pluma 41-4, posta em São Paulo, se recuperou 0,72%, fechando a R$ 2,4496/lp nessa terça-feira, 5. Vale lembrar que, em março, os valores caíram 3,63%, perdendo parte dos ganhos obtidos em janeiro e fevereiro.
ARROZ: Indicador segue na casa dos R$ 39/sc
A colheita de arroz segue lenta no Rio Grande do Sul e os preços registram ligeiras quedas diárias, mas o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, ainda se mantém na casa dos R$ 39,00/saca de 50 kg – nessa terça-feira, 5, fechou a R$ 39,49/sc de 50 kg. No geral, tanto beneficiadoras quanto produtores demonstram baixo interesse em negociar novos lotes de arroz em casca.
Boa parte das indústrias trabalha com o estoque da safra 2014/15 e ofertam valores menores na compra do produto da nova temporada (2015/16). Orizicultores, por sua vez, estão voltados às atividades de colheita e atentos ao desenvolvimento da lavoura da safra 2015/16.