O cenário político brasileiro vive um momento delicado e os olhos do mercado seguem acompanhando cada evolução da economia. As previsões de indicadores importantes norteiam empresas e consumidores para entender que rumo tem tomado a economia brasileira, como investir com segurança e quais estratégias traçar para seu negócio ou para a realização de projetos pessoais.
Na última terça-feira (18), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgou dados do Monitor do PIB-FGV, um indicador mensal da Fundação usado para medir avanços e retrações no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e dos fatores que o influenciam.
As pesquisas são realizadas pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), uma unidade da FGV responsável por produzir estatísticas e pesquisas econômicas aplicadas que possam contribuir para o desenvolvimento econômico e bem-estar social do país.
Na última pesquisa realizada e divulgada pelo IBRE, os dados apresentaram retração de 0,9% na economia. Esta queda se refere à comparação entre maio e abril deste ano, feito o ajuste sazonal.
Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB cresceu 0,7%. Os destaques ficaram para a agropecuária que cresceu 6,1%, o setor de transformação, que subiu 4,2% e a indústria de transportes que fechou uma alta de 3,5%.
Consumo
O consumo familiar apresentou recuo de 0,6% no trimestre de março a maio em comparação ao mesmo período de 2016. Esta foi a variação menos negativa desde o trimestre que terminou em fevereiro de 2015.
O que ganhou destaque foi o consumo de bens duráveis, pois apresentou a sua primeira contribuição positiva desde o trimestre que teve fim em abril de 2014. Estes bens são aqueles que podem ser utilizados por um longo período, como geladeiras e automóveis.
Investimento
Houve queda de 3,6% na formação bruta de capital fixo, que mede o quanto as empresas aumentaram seus bens de capital (bens que servem para produzir outros bens). A retração aconteceu no trimestre móvel que terminou em maio comparado ao mesmo período de 2016.
As máquinas e equipamentos continuam em patamar positivo, variando 4% no trimestre que terminou em maio.
Importação e Exportação
A importação cresceu 2,3% no trimestre que terminou em maio. Apesar de ser um número positivo, a taxa está seguindo uma trajetória decrescente. Segundo a FGV, seu ápice foi no trimestre que terminou em fevereiro, alcançando a marca de 12,4%.
A exportação também apresentou crescimento. A atividade cresceu 1,8% no trimestre finalizado em maio comparado ao mesmo período de 2016.
Ainda segundo a FGV, o PIB acumulado em 2017 até o mês de maio, em termos monetários, alcançou um número aproximado de 2 trilhões, 671 bilhões e 716 milhões de reais.
Juros e Inflação
Além do PIB, outros importantes indicadores da economia brasileira estão sob perspectiva de queda. Semanalmente, o Banco Central divulga o Boletim Focus e esta semana o relatório apresentou previsões de queda da inflação.
Segundo o documento, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve sua previsão revista para baixo. O IPCA, índice que mede a inflação oficial do país, tinha estimativa de 3,38% na semana passada. Nesta semana, o número caiu para 3,29%. Com a queda, a inflação pode somar sua sétima redução seguida.
A taxa Selic foi outro indicador que sofreu retração em suas estimativas. A perspectiva que era de 8,52%, para este ano, caiu para 8%. Hoje, a taxa está em 10,25%.
Já para o fechamento de 2018, os economistas ouvidos pelo Banco Central estimam que a Selic permaneça em 8%. Dessa forma, a expectativa é de que os juros fiquem mais estáveis no ano que vem.