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Agora que o Governo Temer Aplicou Golpe nos Rentistas, a Vida Ficou mais Difícil

Publicado 14.05.2018, 11:23
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“Somos assim: sonhamos o voo, mas tememos a altura. Para voar, é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas isso é o que tememos: o não ter certezas. Então, trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.”

Para enfrentar uma segunda-feira com nuvens carregadas e sem visibilidade, começo assim, apelando a Dostoiévski. A completa liberdade é um salto solitário no desconhecido. Por que tudo tem de ser assim tão ambivalente? Liberdade/solidão, dever/direito, yin/yang, risco/retorno? Para mim, as coisas deviam ser de uma cor só: maior retorno, menor risco. E pronto! Minha vida seria tão mais fácil…

Somos todos um grande escândalo.

Não sabemos até qual nível subirá o rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano. Também não conhecemos o vencedor das eleições presidenciais brasileiras em outubro. Não conseguimos saber nem mesmo quais serão os próximos passos do Copom, que se reúne nesta semana ainda.

Essas três variáveis são fundamentais para determinar o rumo dos mercados nos próximos meses. Se não as conhecemos, portanto, não sabemos muita coisa.

Ainda assim, precisamos decidir. À minha frente, colocam-se explicitamente apenas dois botões: comprar e vender. Claro, há sempre um terceiro, que não aparece, mas precisa também ser lembrado como alternativa: não fazer nada. E a inação, embora possa não parecer, também é uma decisão bastante prática, com consequências importantes.

Diante da falta de visibilidade, tenho ouvido que estamos em um dos períodos mais difíceis para investir. Não pode haver convicção em nenhuma posição se não sabemos qual será o próximo presidente do Brasil. E se os juros subirem muito lá fora, tudo pode mudar para os mercados emergentes também.

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Concordo com a dificuldade do momento. Só não concordo com a afirmação de que há algo de especial na dificuldade atual. É sempre difícil. Separo os momentos em dois: i) aqueles em que reconhecemos a falta de visibilidade; e ii) aqueles em que achamos haver alguma visibilidade.

O segundo grupo é muito pior, pois a pretensa sensação de que conseguimos ver à frente do nosso tempo nos traz uma dose de relaxamento. A sensação de controle entra como uma taça de vinho relaxando-nos os músculos, retirando a tensão que repousa sobre nossos ombros. Baixamos a guarda, sentimo-nos poderosos e, num esforço narcísico, vamos além de nossa capacidade. Apostamos numa determinada posição que parece muito atraente até que a tal visibilidade é removida por uma surpresa no meio do caminho. A razão é uma grande emoção. É o desejo de controle.

Se o raciocínio está certo, o momento atual pode ser até mais fácil do que a média para investir, porque reconhecemos nele a incerteza que permeia o ambiente. Assim, subimos o morro de farda preta, com as pupilas dilatadas e a respiração ofegante, sempre alerta.

O único terreno possível é o da dúvida. Quando adentrarmos o campo da certeza, a única certeza que teremos é de termos ficado loucos.

A incerteza nunca desaparecerá do processo. Ainda assim, precisamos decidir o que fazer com nosso dinheiro.

Ocmo faeromos praa alpiacr nssos recsuros?

Imagino que você tenha sido capaz de ler a pergunta acima mesmo com a escrita imperfeita, fora de ordem e com letras faltantes, né? Sem dvdúia, vcoê é cpaaz ler e etneednr etse ttexo com lreats tcaorads.

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O cérebro humano é capaz de fazer isso. Preenche lacunas e corrige distorções para adequá-las a um padrão já conhecido. Mesmo diante de informação incompleta, ele age e acerta – ainda que eu tenha certeza de que o cérebro de alguns por aí tenha vindo com defeito; ou mesmo nem veio. Se a ex-presidente Dilma, por alguma razão estranha dessa vida, se deparasse com este texto, desconfio que ainda estaria parada no “ocmo”, perplexa.

As coisas são mesmo estranhas. Até há pouco tempo, você, profissional dedicado e reconhecido em sua área de atuação, com uma renda e um patrimônio legais, inteligente e bem-formado, mas não ligado diretamente ao mercado financeiro, não precisava de mim para ter um retorno anual na casa de 15% ao ano. Com a Selic em 14%, você escolhia qualquer coisa sem risco algum e ainda apurava um retorno líquido de dois dígitos.

Hoje, não. Provavelmente, você está insatisfeito com os rendimentos atuais da poupança, do fundo DI, do CDB do seu banco ou do Tesouro Direto. Então, recorre a um profissional do mercado financeiro para lhe ajudar. Sua expectativa, claro, é ao menos manter os retornos do ano passado, quando, sozinho, viu sua carteira subir 20%.

O problema é que, com a Selic em 6%, se o cidadão lhe entregar algo como 10% ao ano, vai ter feito um grande trabalho e, mesmo assim, provavelmente não agradará.

“Mãe, seu presente neste domingo foi 150% do CDI.” Ela não quer 150% do CDI, sabe? Ela quer 1% ao mês, líquido, simplesmente porque ganhava isso com tranquilidade. Agora que o governo Temer aplicou este golpe nos rentistas, a vida ficou mais difícil.

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Por falar nisso, um parêntese rapidão: nada mais frustrante do que pai presenteando filho com ativo financeiro. O moleque ou a menina quer uma bola da Copa e chega o Tiozão da Sukita com um CDB do Sofisa (SA:SFSA4): “Gostou, filhão(ona)?”.

Como diria Raul Seixas (cada um tem o Dostoiévski que merece), dois problemas se misturam: a verdade do Universo e a prestação que vai vencer.

Cá estamos nós diante de um dilema: para termos um retorno anual ainda razoável, precisamos aumentar destacadamente nossas posições em ações e em juros longos, dados o nível atual da Selic e o prognóstico de mais uma redução da taxa nesta semana. Mas como aumentaremos o nível de risco do portfólio diante da total incerteza com as eleições e com uma pequena crise acontecendo nos mercados emergentes por conta da elevação dos juros nos EUA?

Ou tomamos um Dreher ou fazemos alguma coisa.

Desde o início do ano, tenho recomendado uma posição em dólar como a melhor alternativa de hedge barato. Agora, a 3,60 reais e com o Banco Central aumentando as defesas, já não me parece mais ser o caso. Embora ainda ache que o investidor deve manter uma exposição a moeda forte, há uma outra classe de ativos pedindo um aumento de posição. Falo das ações de commodities.

Primeira coisa: essas danadas são um claro “beta play”. Ou seja, se o mundo e o Brasil vão bem, elas vão bem. Em outras palavras, num cenário macro de céu de brigadeiro, você vai ganhar dinheiro aqui.

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E se o juro subir muito lá fora, isso provavelmente acontecerá por conta de aquecimento da economia e aumento do preço das matérias-primas. O juro maior nos EUA implicará um dólar mais forte. Commodities e dólar caro representariam uma explosão do fluxo de caixa dessas empresas.

As eleições locais, claro, ainda continuam como fator de risco para elas, mas veja que uma azedada por conta disso implicaria disparada da taxa de câmbio, o que acaba sendo bom para as companhias de commodities.

Em resumo, a combinação risco-retorno desse pessoal melhorou bastante. E “Petro is the new Vale (SA:VALE3)”. Com esse petróleo e esse dólar, a Petrobras (SA:PETR4) vai passar por um processo brutal de desalavancagem, gerando um fluxo de caixa livre de dois dígitos com alguma facilidade. O nome que inexoravelmente passaria por um aumento de capital vai virar um caso de dividendos.

Mercados brasileiros iniciam a semana mostrando ganhos, apoiados em clima positivo no exterior, onde dólar e yield dos Treasuries mostram tranquilidade, trazendo alívio para emergentes. Menor tensão comercial entre EUA e China pavimenta a via para diminuição da aversão a risco.

Internamente, destaque para ampliação da intervenção do Banco Central no mercado de câmbio – além de manter a rolagem dos contratos que vencem em junho, disponibilizará 5 mil novos contratos. Agenda também traz para pesquisa CNT/MDA, relatório Focus e balança comercial. Nos EUA, não há indicadores relevantes previstos.

Ibovespa Futuro abre em alta de 0,3%, dólar cai 0,6% contra o real e juros futuros estão próximos à estabilidade.

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