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Mercado de Câmbio: Evidências, Nem Tudo É Exatamente o Que Parece

Publicado 07.07.2015, 08:00

Notoriamente a dinâmica da formação da taxa cambial no Brasil revela certo distanciamento dos fundamentos mínimos, com muita frequência.

Postura contumaz é atribuir-se aos fatores externos, por vezes até de limitadíssimo ou nenhum efeito direto no Brasil, para apresentar-se como causa de inúmeras consequências na formação da taxa cambial local, como se fossemos protagonistas neste mercado a nível mundial.

Assim tem sido desde os idos deste os tempos de Henrique Meirelles na Presidência do BC e posteriormente com Alexandre Tombini, tendo como Ministro da Fazenda, Guido Mantega. Sempre foi a opção mais fácil e objetiva de explicitar algo que se deveria evitar: o Brasil é efetivamente a causa das consequências que assolam este mercado localmente.

Inicialmente, numa ação abrupta de colocação do preço da moeda americana à serviço do controle inflacionário no país, combinada com uma estratégia de concomitante criação/aumento das reservas cambiais brasileiras com aumento do endividamento público.

Quem em sã consciência poderia admitir que um dólar pudesse valer somente R$ 1,50. Este preço era a combinação de um desejo do governo, que estimulava a irrealidade sob o argumento de que era o fluxo cambial positivo que causava aquele efeito de apreciação do real, quando na realidade o BC focava a inflação e ao mesmo tempo retirava do mercado montante maior do que os ingressos para compor sua reserva cambial e assim provocar que os bancos operassem com posições vendidas com uma postura indutora a apreciação do real.

Ministro Mantega, em certo momento de ufanismo dizia que isto decorria da confiança que a moeda nacional despertava aos investidores, quando o que se detectava é que a moeda nacional era das mais especuladas do mundo, com giro astronômico.

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Pura balela, como o jogo só focava a apreciação da moeda nacional, as apostas dos especuladores se dava com lucro certo.

E nós naquele ponto sinalizávamos continuamente que a especulação campeava no nosso mercado de câmbio.

Hoje se revela que o CADE investiga denuncias de que havia um jogo de preços marcados, fato que não nos surpreende.

Então, quando o contexto externo mudou efetivamente o jogo do ganho fácil foi alterado e uma série de empresas que havia entrado na facilidade do ganho tiveram que arcar com elevados prejuízos, havendo mesmo quem não suportou as perdas.

Nesta mesma época, em 2006, o CMN extinguiu o avanço obtido após muitos anos de conversações/discussões que foi a vinculação das operações de câmbio via SISCOMEX entre o BC e a RECEITA FEDERAL, um antídoto considerado perfeito na contenção de fraudes, automatizado eletronicamente e reconhecidamente eficaz. Esta mudança nunca recebeu uma justificativa plausível, visto que supostamente foi modificada por uma nova disciplina extremamente rudimentar e de eficácia baixíssima. A esta mudança vem sendo atribuída as fraudes cambiais que foram praticadas no mercado de câmbio através a duplicação de transações ou utilização de documentos falsos.

Com a nova equipe econômica, liderada pelo Ministro da Fazenda Joaquim Levy buscou-se recompor o preço da moeda americana à sua realidade compatível com o Brasil e assim ocorreu um ajuste expressivo no preço, que visava alguns objetivos imediatos.

Recomposição da atividade industrial, extremamente destruída pela facilitação das importações decorrentes da prática de preço do dólar depreciado e pela perda da competitividade externa. No primeiro momento, o preço do dólar ajustado à sua realidade permitiria à indústria nacional a retomada da parcela perdida na concorrência com as importações, e, na sequência aumentaria a competitividade do produto nacional no mercado externo. A expectativa adicional é que o setor voltasse a investir para ganhar produtividade. Contudo, presumivelmente por ter sido “massacrada” fortemente por anos, a baixa confiança do setor no governo não ensejou os efeitos objetivados.

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Todo o ajuste fiscal que vem sendo implementado pelo governo parece promover efeito contrário ao almejado, a economia retroage fortemente e o alcance do superávit primário mínimo está a risco, fazendo presente, outra vez, o risco da perda do grau de investimento, que é um dado para ser mais intensamente precificado na taxa cambial atual.

O país não atrai investimentos estrangeiros efetivamente produtivos, até porque o contexto da economia não estimula, e os investimentos estrangeiros especulativos que ingressaram, em termos líquidos já revelam ter saído pelos dados recentes divulgados pelo BC sobre fluxo cambial.

A formação do preço da moeda americana até a semana passada, utilizando como pano de fundo eventos externos de limitadíssimos impactos no Brasil fazia um movimento ondular sem fundamentos críveis, deixando transparecer que havia intensificado o volume de operações de “daytrade”.

Grande parte dos analistas mencionava fluxo cambial favorável, o que não se confirmava nos dados posteriores divulgados pelo BC.

Além disto, é preciso observar que o fluxo cambial positivo só impactaria se fosse tão intenso a ponto de cobrir as posições vendidas dos bancos, atualmente em US$ 17,0 Bi, e permitisse folga para que o BC pudesse ir desmontando a soberba posição de contratos de swaps cambiais presente no mercado e que vem ancorando o preço da moeda americana, ao tornar-se hedge, e que representa um enorme custo para o governo, não desmontável como grande parte imagina e propõe, pois dependente do aumento de fluxo cambial positivo ou de saídas expressivas de divisas desatrelando passivos do hedge pela liquidação, que pode levar ao aumento das posições vendidas dos bancos ou redução efetiva das reservas cambiais.

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Olhando com maior rigor as nossas reservas, se considerarmos o líquido devemos deduzir as posições vendidas dos bancos e, também, o volume de contratos de swaps cambiais no mercado, embora não representem dólares efetivos, ancoram a confiança de que os adquire e mais, estão atrelados a montantes que em algum momento deixarão o país.

Há também o custo das reservas cambiais que foram constituídas com aumento da Divida Publica, em sua grande parte financiada pela SELIC, e que tem remuneração muito abaixo deste custo. É verdade que ameniza o premio de risco do país, mas o custo impacta contribuindo negativamente para o alcance do superávit primário.

É preciso entender que no Brasil o preço da moeda americana é formado no mercado futuro e dai contamina o mercado a vista, razão pela qual temos repetidamente apontado para a necessidade do BC ser mais operacional e menos previsível na oferta de rolagem dos contratos de swaps cambiais e, também, precisa voltar a fazer a pesquisa para formação da Ptax em horário mais amplo, fechando os flancos para especulações.

O país tende a ver agravado o fluxo do seu setor externo dado a sua baixíssima atratividade. Tende a IPCA de 10% ao final de 2015, o que praticamente anula a projeção do FOCUS de IPCA de 5,45% ao final de 2016, a despeito da recessão seria uma desinflação muito expressiva a ser conquistada em 18 meses. A economia deve apresentar um PIB negativo em torno de 2% e a indústria em queda de 5%. O déficit em transações correntes seguirá sendo um problema dada a sua dimensão e a incapacidade do país captar recursos externos suficientes.

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Depois que o CADE divulgou o inicio do processo investigatório na formação de taxas de câmbio no país, há sinais de estabilidade no mercado, não se notando movimentos acentuados e inexplicáveis na formação do preço da moeda americana, com oscilações diárias muito fortes e ao final do dia revelando uma certa estabilidade.

O viés da taxa cambial já sugere o dólar fechando o ano ao preço de R$ 3,40, mas há muitos fatores que fazem com que no mercado de câmbio nem tudo seja como parece ser ou que o fundamento indica.

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