BALANÇO SEMANAL — 24 a 28/08/2015
MERCADO
Os preços futuros do café arábica, negociados na Bolsa de Nova York, recuperaram-se parcialmente no pregão de ontem após as perdas significativas registradas no início da semana. O cenário externo turbulento, derivado das incertezas sobre os rumos da economia chinesa, afetou negativamente os preços das commodities nos últimos dias, entre elas o café.
O mercado tem sofrido pressão baixista devido ao real desvalorizado ante o dólar e às previsões de chuvas, nas principais origens nacionais, para o início de setembro, muito embora elas não tenham reflexo no montante que vem sendo colhido este ano.
De acordo com a Climatempo, está prevista, entre os dias 27 de agosto e 10 de setembro, ocorrência de precipitação acumulada de 10 a 30 milímetros sobre o cinturão cafeeiro.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que pequenas e pontuais floradas já foram observadas em lavouras de arábica, entre julho e agosto, no Sul de Minas. Novas aberturas dependem do aumento da umidade.
Em relação às áreas de conilon, no mês de agosto foram registradas duas floradas no Espírito Santo e uma em Rondônia. Porém, o pegamento dessas flores dependerá das condições climáticas.
No Brasil, o dólar atingiu fechamentos superiores a R$ 3,60 nesta semana, maior patamar desde fevereiro de 2003. Além dos impactos da turbulência financeira gerada pelo tombo das bolsas asiáticas no início da semana, as questões políticas e econômicas domésticas e a indefinição sobre o momento da elevação dos juros dos Estados Unidos continuam pesando sobre o câmbio.
Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,5528, acumulando valorização de 1,6% em relação à última sexta-feira.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,2455 por libra-peso, com queda de 190 pontos em relação ao fechamento da semana passada.
As cotações do robusta, negociadas na ICE Futures Europe, permaneceram praticamente estáveis na comparação com a última sexta-feira, encerrando o pregão de ontem a US$ 1.641 por tonelada. No mercado físico nacional, os vendedores se mantiveram retraídos.
Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 448,55/saca e a R$ 326,51/saca, respectivamente, com variação de -0,1% e 0,3% em relação ao fechamento da semana anterior.
A instituição também informou que os impactos da desvalorização cambial sobre as relações de troca de sacas de café por fertilizantes variam conforme a região.
No Espírito Santo, os cafeicultores necessitam, em média, de 4,17 sacas de 60 kg de café robusta tipo 6 para adquirir uma tonelada de ureia. No mesmo período do ano passado, esse número era de 4,38 sacas.
No Sul de Minas, por sua vez, os produtores precisam de 3,28 sacas de café arábica do tipo 6 para comprar uma tonelada de ureia, um aumento de 0,5 saca em relação a agosto de 2014. Também houve diminuição semelhante do poder de compra nas regiões do Cerrado Mineiro, em Garça (SP) e no Norte do Paraná.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo