Viés de Alta para o Índice e Juros Longos Podem Seguir Subindo

Publicado 05.12.2016, 09:53
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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A Europa enfrenta mais um problema político que ameaça a sua integridade. O Primeiro Ministro Matteo Renzi anunciou sua renúncia e a Itália deverá escolher outro em seu lugar. A decisão ocorreu após a sua derrota no referendo no qual a população recusou as reformas propostas pelo Partido Democrata, por 60% x 40%. O gruo 5 estrelas foi o grande ganhador e eles estão propondo a introdução de um programa de renda mínima, a redução da dívida de mais de dois trilhões de dólares, o fim do teto de gastos impostos pela EU e a introdução de uma moeda paralela no país. Segundo a Bloomberg, os possíveis sucessores incluem o Ministro das Finanças Pier Carlo Padoan, o Senador Petro Grasso e o Ministro da Cultura Dario Franceschini.

Por conta disso o euro está experimentando uma sessão de forte baixa, a USD 1,05.

Na Ásia as bolsas, em sua maioria, caíram. Na falta de dados, o que prevalece é a realização das bolsa de Tóquio, as discussões do futuro governo D.Trump sobre a China, que continua a ser avaliada em função das saídas de capital e redução da eficiência de seus pacotes de estímulos. Singapura e Índia fogem à tendência de queda de hoje.

Dados de atividade serão destaque tanto na Europa quanto nos EUA. Na Europa, foi divulgado o PMI de serviços, que veio abaixo do esperado. O relatório divulgados pela consultoria Markit sinaliza que Irlanda, Espanha e Itália estão em expansão, ao passo que Alemanha e França perdem força no setor de serviços. Apesar do Euro cair, as bolsas europeias estão subindo, com a avaliação de que a saída da Itália da União Europeia está afastada, por ora. O apoio à permanência no bloco, segundo as pesquisas é superior a 60%, apesar do avanço do grupo populista 5 estrelas.

Nos EUA saem os PMI/ISM de serviços e farão discursos os membros do FOMC Willim Dudley e James Bullard. Serão os eventos que darão os drivers do mercado dos EUA.


Brasil

O mercado doméstico continuará à mercê da crise política que apresenta uma evolução contínua, acelerada e cada vez mais imprevisível. Ainda que as manifestações do final de semana tenham sido esvaziadas em relação às últimas realizadas antes do impeachment, elas foram um sinal ao presidente Temer de que um vasto segmento social e a mídia estão frontalmente em desacordo com o processo de alteração do pacote de dez medidas proposto pelo judiciário. A fissura política tende continuar a minar a estabilidade do governo, sobretudo de levarmos em conta que aina temos as delações da Odebrecht e de Eduardo Cunha. Temer rejeitar o veto às mudanças na projeto, efetuados na Câmara, mantem sua base aliada mas o faz perder o apoio da mídia, de grande parte do judiciário e de alguns segmentos sociais. Aceitar o veto sacrifica sua base aliada e torna sua vida ainda pior. As duas opções colocam a governabilidade em questão.

A despeito da enorme piora do quadro político e de suas perspectivas, o governo tenta reagir, sinalizando com um pacote de medidas para estímulo da economia e com o aumento da influência do PSDB no governo. Essa opção, no entanto, vai enfraquecendo a posição do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ambas iniciativas são limitadas em relação aos problemas que ele enfrenta.

A atividade do último trimestre promete ser negativa, novamente, se levarmos em conta o que foi divulgado para outubro e novembro, Produção Industrial do IBGE (out) e PMI (nov). Nessa semana será divulgado o índice de atividade do BC, o IBC-Br, que poderá confirmar, ou não, essa tendência. Estamos projetando o PIB do terceiro trimestre em -0,4% e o PIB de 2016 em -3,55%. Para 2017 o PIB tende a um número entre 0,2% e -0,6%.

A contínua aceleração da contração da economia tende a aumentar a pressões sobre o Banco Central, que tem adotado uma postura cautelosa desde a posse de Ilan Goldfajn. O BC precisa conquistar a credibilidade dos mercados, de um lado, sinalizando seu compromisso com as metas de inflação, por meio de juros elevados, mas, por outro lado, deveria responder de forma mais ativa ao derretimento da economia que enfrenta o seu maior ciclo de contração. Os juros irão refletir a piora do quadro político e as dúvidas que decorrem dela. A queda dos alimentos pode começar a ser menos relevante diante da alta do dólar e da possibilidade, cada vez mais real, de elevação da gasolina e derivados.

Ações: drivers macro e corporativos

Vale (SA:SA:VALE5) e Petrobras: o minério de ferro opera em ligeira alta e as ações da BHP subiram 0,6% na bolsa de Sidney. O petróleo WTI futuro está sendo negociado com alta de 1%, a 52%. A reunião da OPEP ainda reverbera no mercados e deve continuar a impulsionar os mercados. Devemos colocar em perpsectiva a piora de percepção em relação à empresa, caso a direção da empresa mantenha uma postura reticente em relação ao reajuste dos combustíveis após a alta de mais de 13% no barril do petróleo de de 5% no dólar.

O viés é de alta para o índice e de alta para o dólar. Os juros longos podem continuar o movimento de alta iniciado na semana passada.

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