Com apenas três dias de negócios nesta semana, os mercados domésticos estão em ‘modo TQQ’. Ou seja, só funcionam terça, quarta e quinta-feira. No mundo pós-pandemia, o esquema ganharia fama internacional com o fim do chamado home office e a volta do trabalho híbrido. Agora, é a vez do mercado aderir à moda e também entrar nessa onda - ainda que com menor disposição.Afinal, o mercado é avesso a pausas. Por isso, muitos ainda se perguntam por que não haverá pregão aqui na sexta-feira (29), enquanto Wall Street opera normalmente.
O Ibovespa “subiu no vácuo” ontem e fechou na faixa dos 133 mil pontos pela primeira vez na história. Foi o sexto recorde em oito sessões, com o giro financeiro perdendo vigor gradualmente. Na véspera, o volume foi 50% menor que o de um pregão normal. Já o dólar caiu ao menor nível desde agosto, aproximando-se dos R$ 4,80.
Apesar das novas marcas conquistadas pelos ativos locais, os dias de baixa liquidez devem continuar até amanhã (28), último pregão da bolsa brasileira neste ano. Com apenas três dias de negócios nesta semana, os mercados domésticos estão em ‘modo TQQ’. Ou seja, só funcionam terça, quarta e quinta-feira.
A sigla ficou conhecida no mercado financeiro quando um certo ex-diretor do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) assumiu a presidência da Petrobras (BVMF:PETR4) durante o governo Dilma. Em meio à maior crise da história da estatal por causa da corrupção revelada pela Operação Lava-Jato, o executivo só era visto na sede da empresa, no Rio, às terças, quartas e quintas-feiras.
Alguns anos depois, no mundo pós-pandemia, o esquema ganharia fama internacional com o fim do chamado home office e a volta do trabalho híbrido em meio à vacinação em massa contra a covid-19. Agora, é a vez do mercado aderir à moda e também entrar nessa onda - ainda que com menor disposição.
Mercado sem pausa
Afinal, o mercado é avesso a pausas. A decisão do Congresso de aprovar o feriado da Consciência Negra em 20 de novembro em todo o país é o exemplo mais recente. Isso porque a redução de dias úteis teve impacto na curva de juros futuros, com alguns vencimentos beneficiando o doador de taxas e encarecendo o custo ao tomador.
Além disso, a vacância ainda assombra os fundos imobiliários (FIIs) de escritórios, com muitas empresas oferecendo atrativos aos funcionários para o retorno do presencial. Por isso, muitos ainda se perguntam por que não haverá pregão aqui na sexta-feira (29), enquanto Wall Street opera normalmente.
Esse dia a mais de pregão em Nova York pode ser a chance que o S&P 500 precisa para fechar em nível recorde pela primeira vez em cerca de dois anos. A menos de 0,5% da marca histórica, o índice acionário precisa subir no vazio, assim como o Ibovespa, para encerrar o segundo período mais longo de “seca”, de quase 500 dias.
Apesar do viés negativo vindo do exterior nesta manhã, os mercados vêm driblando uma realização e devem apenas cumprir tabela neste dia sem agenda econômica. Os investidores que ainda encontram oportunidades de compra e venda depois do Natal, embelezando suas carteiras antes da virada do ano e aproveitando o “modo TQQ” do mercado - ainda que curto.