BALANÇO SEMANAL — 27 a 30/04/2015
ESPECULAÇÕES
Esta semana, novas e infundadas especulações a respeito do tamanho da safra brasileira voltaram a emergir, com empresas que sequer possuem representatividade no território brasileiro superestimando os números e os jogando ao vento, com a intenção única e explícita de tentarem depreciar os já apertados preços pagos aos produtores de café no mundo.
Infelizmente, não há como combatermos tais especulações, haja vista que o mercado também vive de boatos. Entretanto, o CNC, na condição de representante do setor produtor, alerta a esses players que não confiem em suas próprias estimativas, pois poderão se deparar com um cenário de oferta apertada, pois temos convicção que o Brasil não produzirá além do estimado pela Fundação Procafé, que apontou nossa colheita máxima em 43,3 milhões de sacas.
MERCADO
Nesta semana mais curta no Brasil, devido ao feriado do Dia do Trabalhador, os preços futuros do café arábica apresentaram perdas, mesmo com a persistência do cenário de enfraquecimento do dólar.
Diante das perspectivas de adiamento do início da alta dos juros norte-americanos, devido aos fracos indicadores econômicos apresentados pelos Estados Unidos, e também do início da implementação do ajuste fiscal brasileiro, o dólar não apresentou variação significativa na semana, permanecendo abaixo dos R$ 3,00. Ontem, a moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 2,9574.
O vencimento julho do Contrato C foi cotado, na quarta-feira, a US$ 1,39 por libra-peso, acumulando queda de 315 pontos em relação ao desempenho da sexta passada. Na ICE Futures Europe, as cotações do robusta também se desvalorizaram. O vencimento julho/2015 encerrou o pregão a US$ 1.776 por tonelada, com perdas de US$ 40 na semana.
O mercado físico brasileiro apresentou baixa liquidez nos últimos dias e os preços do café conilon seguiram recuando, pressionados pelo início da colheita. Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta foram cotados a R$ 426,49/saca e a R$ 286,57/saca, respectivamente, com queda de 3,6% e 2,6% em relação à última sexta-feira.
No que se refere às perspectivas para a colheita do arábica, cujo início se aproxima, o Cepea apontou as consequências negativas das adversidades climáticas nas regiões do Cerrado Mineiro, onde diferentes floradas geraram cafés com maturação desuniforme, e da Mogiana Paulista e no Noroeste do Paraná, áreas em que as chuvas recentes têm derrubado grãos em maior estágio de maturação e atrapalhado as operações de limpeza dos pés e preparo da coroa.
Já no que diz respeito ao conilon, o Conselho Nacional do Café informa que o reflexo da seca começa a ser sentido, uma vez que o início dos trabalhos de colheita vem comprovando a esperada quebra de safra para a variedade, especialmente no Espírito Santo.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo