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Mudanças Já Ocorrem, Porém Mercado Ainda Raciocina Muito à Antiga

Publicado 05.12.2014, 07:01

Parece absolutamente clara, como temos enfaticamente destacado desde a definição da reeleição da Presidenta Dilma, a necessidade de ser implantada uma dinâmica de gestão econômica absolutamente diferente neste novo mandato.

Afirmamos em alguns momentos repetidamente que esta mudança implicaria em:


“do gastar muito e apreciar o real para conter a inflação em combinação com o juro PARA gastar menos e liberar a depreciação do real ao seu preço de mercado, sem benesse, para impulsionar a reconstrução da atividade industrial, dando-lhe competitividade externa e internamente, ao mesmo tempo em que promoveria a adequada proteção, não no sentido de favorecimento, ao produtor de commodities agrícolas e metálicas num momento de preços cadentes no mercado internacional, passando o controle da inflação ser realizado com a taxa SELIC sincronizada com os reflexos da política fiscal rígida na contração da inflação”.


Esta seria a guinada forte no “modus operandi” do governo Dilma I para o governo Dilma II e colocaria o dólar como fator de propulsão da retomada da atividade econômica, a partir da indústria nacional, que naturalmente repercutirá em outros segmentos, usando como antídoto a correção do erro cometido que acabou provocando a desindustrialização e o crescimento quase nulo da economia brasileira.

A decisão unanime do COPOM na quarta-feira elevando a SELIC para 11,75% fortaleceu esta linha de pensamento e deixou, no nosso entender, evidente que a logística da política cambial já está com a sua mudança em curso, sem alardes e sem pré-anúncios como recomendado para ações em torno do câmbio.


Desta forma, está evidente que o câmbio com preço ajustado em torno de sua realidade no país será o instrumento propulsor da retomada da atividade econômica, a partir da indústria e proverá a sustentabilidade da remuneração adequada aos produtores de commodities, que de forma generalizada estão com tendência de preços cadentes no mercado internacional.


O que o BC tinha a falar, o Presidente Tombini já o fez dias atrás e que o mercado parece não ter entendido, já que provavelmente estivesse esperando algo mais programático, algo inconcebível quando se trata de câmbio, e que foi feito em agosto em caráter extremamente de exceção para “acalmar” a forte preocupação com a possibilidade de desvalorização rápida do real que acentuou a demanda por “hedge”, que assim cumpriu a sua finalidade e deu suporte a que o país continuasse recebendo recursos externos, pois tinha um programa claro de oferta de “hedge” quantificado e com calendário. Mas este procedimento da autoridade monetária em agosto de 2013 não é recomendável e nem deve ser contumaz, salvo em situações extremas.

Tombini disse que vai manter o estoque que estiver no mercado ao final do ano, não o expandirá e o rolará dentro da necessidade. Ponto.

Contudo, não disse, mas é óbvio que como autoridade monetária poderá intervir no mercado de câmbio de forma pontual sempre que observar necessidade ou comportamento atípico promovendo volatilidade, sem qualquer pré-anúncio ou estabelecimento de programas ou assemelhados.

Conjecturas de que a SELIC subirá tantas vezes, etc, fazem parte da prevalência ainda dos vícios do período anterior, um contraditório do mercado que quer mudanças e sustenta raciocínios antigos. A SELIC, no nosso entendimento dentro da nova estratégia, será elevada até o ponto necessária para atenuar as pressões inflacionárias e devidamente sincronizada com os impactos deflacionários oriundos da política fiscal rígida. Então o comportamento da SELIC dependerá da intensidade das pressões inflacionárias e da contração que a política fiscal rígida proporcionar. Esta é a razão da menção da parcimônia.


A despeito da grandeza do desafio de reconstrução da economia brasileira em estado de deterioração sugerir ser tarefa para 2 ou mais anos, é imperativo que o governo promova mudanças com perspectivas de impactos imediatos em setores pontuais da economia buscando reverter as expectativas.

Tudo leva a crer que os benefícios do dólar a preço ajustado trarão resultados mais relevantes e rápidos do que os eventuais pontos negativos que possam ser atribuídos ao aumento da taxa SELIC.

E o Brasil tem pressa, precisa emitir sinais de rigor fiscal e na retomada da atividade econômica, já que convive com o risco efetivo de perda do grau de investimento, caso não se mostre diferente e determinado na busca da sua recuperação.

O setor externo brasileiro está convivendo com cenário desfavorável e tudo leva a crer que a atratividade pelo país por parte dos investidores no setor produtivo somente virá com o restabelecimento da credibilidade que poderá ocorrer gradualmente se os resultados das novas diretrizes forem satisfatórios.

Não vemos perspectivas de IED´s crescentes em 2015, muito pelo contrário podem retroagir desestimulados pelo crescimento que será obtido neste ano. Neste ano segundo dados do economista Caio Megale publicados no jornal Valor, nos últimos 12 meses até outubro o país recebeu US$ 66,0 Bi de IED´s, dos quais 30% na forma de empréstimos “intercompanies” o que reduz o investimento efetivo no setor produtivo para US$ 46,0 Bi que já revela tendência de queda se considerar que em 2011 atingiram US$ 60,0 Bi.

A balança comercial tende a fechar o ano com resultado negativo em torno de US$ 4,0 Bi, o que pode ser revertido com a mudança da logística da política de câmbio que deve impulsionar as exportações e provocar contração nas importações. Mas devemos considerar que precisará um grande esforço do setor industrial afora o beneficio da taxa cambial equilibrada, visto que o mundo sinaliza perspectivas de crescimento desalentadoras.

A taxa de juro SELIC elevada pode atrair capitais especulativos, mesmo com o país apresentando um perfil de risco maior no momento, que ajudariam a equilibrar o fluxo embora por suas características não sejam recursos que venham para ficar ou produzir nada.

Há ainda à frente a perspectiva de mudança na política monetária americana envolvendo a elevação do juro, o que poderá retirar bom volume de recursos atualmente locados nos países emergentes. O livro Bege do FED divulgado ontem trouxe uma análise bastante favorável da economia americana, com destaque para a melhora generalizada do emprego nos Estados Unidos.

Enfim, o novo comando da área econômica ainda não assumiu, exceto Alexandre Tombini que continuará à frente do BC, mas já há sinalizações relevantes indicando que as estratégias para o choque de resultados imediatos nas expectativas já está em curso no combate às pressões inflacionárias e na logística da política cambial, faltando ser dado conhecimento das linhas de endurecimento da política fiscal.

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