🐂 Nem todas as ações ganham no rali. Lista do ProPicks deste mês tem 5 ações subindo +20% Saiba mais

Ninguém Ganha no Atual Cenário

Publicado 06.05.2019, 18:13
KC
-
SB
-
RC
-

O desemprego americano é de apenas 3.8%, quase 10% menor do que o brasileiro – uma tristeza para nosso país.

Nossos políticos pouco se importam em estarem destruindo a esperança de profissionais que são formados a cada ano.

O congresso retarda reformas importantes, o executivo faz colocações e discursos desencontrados e para finalizar o supremo se atém a despender perdulariamente o erário.

Para piorar, o agronegócio, principal motor econômico no Brasil, vai sendo testado com as cotações internacionais dos grãos, do açúcar e do café derretendo.

Como “salvação” ao menos o Real desvaloriza (na verdade, um reflexo direto da delicada situação econômica) para não prejudicar tanto a colocação de nossas matérias-primas lá fora.

Produtores e empresários no Brasil são um exemplo de coragem e perseverança.

O mercado do robusta em Londres sofreu nova queda, abrindo espaço para Nova Iorque fazer novas mínimas, já que a arbitragem estreita entre as duas variedades limitaria uma baixa acentuada apenas do arábica.

O contrato “C” nos níveis atuais já machuca grande parte de quem produz café no Brasil, país mais eficiente, mas o robusta ainda pode ceder mais até atingir o suposto custo de produção de US$ 1,200 por tonelada do Vietnã e, também, o preço-mínimo de R$ 202.19 a saca do Ministério da Agricultura – temas polêmicos e de difícil convergência.

Como já mencionei em alguns comentários, Londres vai ser o termômetro para nos indicar o chão do arábica, ou seja, se assumirmos que o primeiro tem 135 dólares por tonelada para cair, o segundo ainda pode perder outros US$ 6 centavos por libra-peso.

Não custa mencionar que os mercados muitas vezes exageram, para cima e para baixo, motivo que me faz crer que, se o real não enfraquecer, Nova Iorque encontrará um “chão” entre US$ 80 e 85 centavos por libra – tem quem fale em US$ 70 centavos, credo!

A produtividade do conilon que está sendo colhida tem sido reportada como dentro do normal, diferente de uma quebra esperada em função do tempo seco no Espírito Santo e Bahia – é preciso ir acompanhando com a chegada de maior fluxo.

Muitos agentes falam que os produtores das principais origens estão segurando suas vendas, descontentes, claro, com os preços praticados. Aqueles que estão vendidos a descoberto (short) não estão tendo alento, muito pelo contrário, sofrimento que vem se acumulando há alguns anos.

O quadro atual não beneficia ninguém, nem mesmo os torradores. As empresas torrefadoras grandes e médias tem disciplinadas políticas de hedge, que em um mercado de preços baixos contínuos expõe coberturas, obviamente adquridas a níveis sempre mais altos do que o atual.

Neste cenário abre-se uma brecha para empresas que compram da mão para a boca, pois, por exemplo, estas podem comprar o flat-price a 93 centavos e descontando o diferencial de 6 centavos negativos, ter o custo do café a US$ 87 centavos por libra peso – dando margem para pressionar a competição.

Fora isso há a preocupação em garantir o abastecimento de cafés de qualidade no longo-prazo, pois o desestimulo ao trato põe em risco a lavoura.

Nada disso muda a tendência atual de baixa, pois demora a ser digerido pelo terminal, dado o ciclo mais longo do café e as árvores ainda estarem respondendo ao cultivo exemplar dos últimos anos, quando os preços estavam excelentes.

Há de se ter paciência e disciplina para passar por este período de vacas-magras – fácil falar, sabemos, mas não se pode ignorar a realidade.

Uma das opções, além de controlar os custos na ponta do lápis, é aproveitar que o mercado tem um carrego enorme no terminal e ir garantindo ao menos preços menos desvantajosos para as safras futuras.

Não há bem que dure sempre, nem mal que nunca se acabe.

Uma ótima semana e bons negócios a todos.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.