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O Crescimento das Vendas no 4T será a Principal Métrica nos Resultados da Alphabet

Publicado 04.02.2019, 05:20
Atualizado 02.09.2020, 03:05
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  • Resultados do 4T2018 serão divulgados na segunda-feira, 4 fevereiro, após o fechamento do mercado;
  • Expectativa de receita: US$ 31,28 bilhões;
  • Expectativa de lucro por ação: US$ 11.08.
  • Para uma empresa do tamanho da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), que é a controladora do maior portal de buscas da internet, o Google, seus resultados trimestrais deveriam ser o local perfeito para impressionar os investidores. No entanto, tomando como base seu balanço do terceiro trimestre, essa não será uma tarefa fácil para sua gerência quando da divulgação dos resultados da companhia para o 4T no final do dia de hoje.

    GOOGL Semanal

    Em média, os analistas esperam que o lucro avance 14%, para US$ 11,08 por ação. As vendas podem saltar mais de 20%, culminando o trimestre mais agitado para as empresas da internet, já que abrange o período de compras de fim de ano, a Black Friday e o Cyber Monday.

    Trajetória de crescimento mais difícil, ações em ritmo lento

    Mais da metade dos recursos gastos com publicidade nos EUA, no ano passado, destinaram-se à publicidade digital, um segmento que o Google e o Facebook (NASDAQ:FB) continuam dominando, segundo uma recente nota escrita por Eric Sheridan, analista da UBS. Mas, apesar do ambiente econômico promissor e dos fortes gastos dos consumidores, está ficando cada vez mais difícil para que as gigantes da tecnologia mantenham seu ritmo acelerado de crescimento de receita, que costumava ser seu principal argumento de venda.

    De fato, a Amazon (NASDAQ:AMZN), que divulgou seus resultados na última quinta-feira, mostrou alguns sinais de fraqueza nessas métricas e foi duramente punida pelos investidores. A empresa de comércio eletrônico declarou, na semana passada, que sua receita cresceu cerca de 20% durante quarto trimestre na comparação anual, ficando acima das expectativas dos analistas. Mesmo assim, foi o crescimento mais fraco da companhia desde o início de 2015. Os investidores fizeram as ações da Amazon despencarem mais de 5% na sexta-feira.

    Em seu balanço do terceiro trimestre, o Google afirmou que as vendas geradas por ativos próprios, como o YouTube e páginas de busca, subiram 22%, o que representa um recuo em relação aos 26% registrados no trimestre anterior. Em nossa visão, qualquer expansão inferior a 20% no crescimento das vendas do Google em seu balanço de hoje será interpretado como um mau sinal para os papéis da companhia, que fecharam o pregão de sexta-feira cotados a US$ 1.118,62. A ação já está enfrentando dificuldades para sair do ciclo de lentidão em que se encontra, devido às controvérsias envolvendo dados pessoais em redes sociais e o escrutínio regulatório em todo o setor.

    Há uma preocupação a mais no caso do Google, que é o fato de suas despesas terem aumentado para gerar mais vendas. A companhia está pagando mais para parceiros que distribuem seu mecanismo de busca, ao mesmo tempo que gasta bilhões de dólares ao ano para construir data centers destinados ao desenvolvimento e à comercialização de novos hardwares para consumidores, como os telefones Pixel.

    Algo que pode impulsionar tanto as vendas quanto a perspectiva futura da companhia é seu sucesso no lucrativo mercado da computação na nuvem. A empresa ocupa hoje o terceiro lugar nesse setor, atrás da Amazon e da Microsoft (NASDAQ:MSFT).

    No 3T, o tópico “outras receitas” do Google, que inclui as vendas de serviços na nuvem, hardware e aplicativos, cresceu 29%. Outra promissora aposta da Alphabet é a unidade de veículo autônomo, o Waymo, que, depois de acumular mais de 16 milhões de quilômetros de testes sem motorista, foi lançado comercialmente em Phoenix, EUA, no mês passado, para um grupo seleto de pessoas.

    Esse será um grande passo para um negócio que, por uma década, não passou de um dispendioso projeto de P&D. O Morgan Stanley estimou recentemente que o valor dessa divisão era de, nada mais, nada menos, US$ 175 bilhões.

    Resumo

    A grande e persistente vantagem competitiva do Google e suas iniciativas de crescimento, como a computação na nuvem e os carros autônomos, fazem com que suas ações sejam um boa opção para qualquer carteira de longo prazo. Mas, para que a ação ganhe ainda mais vigor, a companhia precisa mostrar que essas novas áreas de crescimento estão rapidamente ganhando a dimensão necessária para diversificar sua fonte de receita além da simples venda de publicidade. Esse será o ponto de atenção principal dos investidores quando eles analisarem os números do 4T da Alphabet nesta segunda-feira.

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