O mercado de opções possui um grande horizonte de possibilidades, para todos os cenários possíveis de mercado. Entretanto, muito se fala que ele em vários momentos pode ser traiçoeiro.
Um dos principais motivos é que muitas pessoas ainda não entendem os variados efeitos das gregas, responsáveis pela precificação das opções através do modelo Black-Scholes.
Ao aprofundar, entendemos o efeito da direção do ativo referência, volatilidade, taxa de juros, tempo e outros.
Talvez você já tenha percebido que ao comprar uma opção, mesmo o mercado andando na direção esperada, sua opção perde valor.
Destaco a alta relevância de se observar o efeito do tempo, representado pela grega THETA. Ela é exatamente a derivada do modelo Black-Scholes que reflete este efeito do tempo sobre o preço de uma opção. Por conta dela, a opção desvaloriza em uma maior proporção quanto mais próximo estiver da data de vencimento.
Quanto maior for o valor do theta, maior será a “corrosão” que o preço da opção sofrerá a medida que os dias forem passando, sendo assim, não se trata de um valor fixo, mas sim que aumenta de forma considerável o quanto mais perto estiver desta data de vencimento, fato este que na prática está diretamente relacionado a expectativa das pessoas sobre a viabilidade de lucros que podem ser proporcionados por aquela opção.
Medindo a sensibilidade do prêmio da opção em relação a passagem do tempo, deixando claro o valor que a opção perde ou ganha diariamente.
Na prática observamos o impacto muito forte e claro, principalmente em compras a seco (compra isolada de uma Call ou Put).
Em caso de compra de opção, o theta será um ponto que poderá influenciar negativamente o lucro ou rentabilidade da operação. Já que quanto mais próxima do vencimento a opção estiver menor passa a ser a disposição das pessoas em pagar um valor mais alto pelo chamado “custo de oportunidade”.
Refletindo que as expectativas tendem a ser mais realistas em relação a probabilidade de onde o preço pode estar, tendo em vista que quanto menor o tempo, menor a possibilidade de que possamos passar por uma oscilação inesperada no movimento do ativo referência .
Nas operações devemos partir do princípio que toda opção se desvaloriza a cada dia que passa, sendo assim, concluímos que quando nos posicionamos de forma comprada passaremos por uma desvalorização no preço da opção e consequentemente no lucro da operação.
Porém, na contramão disto podemos citar o fato de quando entramos de forma “vendida” em uma opção, neste caso teremos o efeito do tempo ao nosso favor, já que ele irá influenciar a desvalorização do preço daquela opção, sendo assim, tendo uma posição vendida, isto te beneficiará.
Entretanto vale ressaltar a importância de que ao vender uma opção, seja Call ou Put, automaticamente você estará assumindo uma obrigação a qual pode ocasionar em uma perda financeira muito maior inclusive do que o valor recebido no momento da venda da opção.
É daí que surgem algumas possibilidades que fogem das famosas operações a seco. Falo então das estruturas que minimizem parte do prejuízo do efeito da direção e colocam ao seu favor o efeito do tempo.
Cito: Borboleta, condor, iron condor, THL, e várias outras. Pois como eu disse, é um mercado cheio de possibilidades, que com certeza vale o estudo.